“Um silêncio mortal e terrível dominou a sala. Sam estava concentrado em apontar a arma para a porta — ou seja, para os supostos invasores —, Clint continuava com a arma em punho ao contrário do outro, não intercalava o olhar entre a ruiva e eles. O homem da porta olhava fixamente pra ruiva como se ignorasse a presença dos demais — eu e meu time — e o fato de ter duas armas engatilhadas apontadas pra ele. A loira — Yelena né? — me olhava de cima a baixo e aviso, SEM QUALQUER TIPO DE PUDOR, erguendo as sobrancelhas enquanto continuava a sua... inspeção. Como eu sabia que era uma? Ora, era quase o mesmo olhar que Natasha me dava, com a diferença que o dela era um pouco mais... feroz, se assim posso dizer.
A cada milésimo de segundo, segundo e minuto que passava, além de eu ficar ainda mais confuso, estava ao mesmo tempo EXTREMAMENTE constrangido enquanto Natasha — a pessoa que deveria me defender daquele olhar intimidador e estranho que eu recebia —, parecia ter entrado em estado de tupor. Então, se ela, que aparentemente conhecia aquelas pessoas estava atordoada daquela maneira, O QUE EU DEVERIA ESPERAR DE MIM? Sendo honesto — e eu sempre sou —, eu esperava ter outros tipos de pares de olhos verdes me secando, de preferência que fossem da minha ruiva russa atacada.
— Isso é meio ridículo, eu acho. — o desconhecido cessou a mudez que estava o ambiente, dando de ombros enquanto apontava as armas desajeitadamente por causa das sacolas em suas mãos, que eu ainda não tinha percebido — Já tive maiores encostando na minha cabeça e acredite, eu estava desarmado. — a risada dele era grave e grossa e preciso dizer, estranha demais — E eu ainda fiquei vivo!
A risada esquisita e macabra dele foi cortada por uma outra voz — não a da loira —, que tinha surgido atrás daquele corpo cheio e grande que era aquele cara, seja lá quem fosse.
— Dois segundos pra você mover essa bunda gorda da minha frente. Dois, um... — a mulher, esta morena, revelou-se da porta, também cheia de sacolas depois que o outro rapidamente lhe deu licença. O olhar raivoso e as bochechas levemente avermelhadas dela a faziam parecer um duende e a altura colaborava e muito pra minha analogia. Ela ignorou o show na sala e foi direto pra cozinha e eu tive certeza que alguma fruta bastante pesada tinha caído no chão com a parada brusca dela. — Quê isso??
Pra completar a situação caótica, Scott saiu do esconderijo — atrás da geladeira —, com uma vasilha numa mão, a colher na outra e a boca cheia. Os olhos dele estavam arregalados e ele olhava diretamente pra mim esperando que eu o salvasse. Olhei pra Natasha desesperado e ela finalmente devolveu o olhar e isso a acordou e a trouxe de volta à realidade.
Antes que a gente prossiga a narração, eu preciso dizer algo que você precisa saber. Eu mal gosto de lembrar dessa cena, mas detesto esconder os fatos... Grande conflito. Antes de mais nada, você precisa lembrar que me falta ar toda vez que me lembro dessa cena e que escrever pra mim está sendo um verdadeiro... sacrifício — entenda que eu estou rangendo os dentes. Sei que provavelmente você vai rir ou talvez fique constrangida(o) por mim. Eu só... quem eu quero enganar, só não queria ter que dizer isso, porque é como viver de novo de e de novo. Já não me basta as duas semanas que aturo piadinhas só por causa disso...
— Bozhe moy! Clint, Sam, abaixem as armas, Scott saia daí, Alex fecha a porta que tá entrando vento frio, Mel prepare um shot pra mim e Yelena, pare de olhar pro Steve desse jeito, está deixando ele vermelho! — ah, obrigado Natasha. Muito obrigado. Todos os olhares que antes estavam nela ou em qualquer outra coisa, voltaram-se pra mim no mesmo instante.
— Oh! Então é por isso que a loirinha parou. Ah sim, fez sentido agora. — O homem assentiu e depois olhou pra ruiva — Então, ele dá conta do recado, querida? — ergueu a sobrancelha, incentivando — Acho que pela forma que ele olhava pras suas pernas uns dois minutos atrás, eu imagino que sim, mas ele te satisfaz? Porque vou te falar, pelo seu histórico, isso é difícil demais de acontecer e...
— Pare de basear ele nos casos antigos dela, Alex. — a morena reprimiu com raiva e ele recuou, calando-se — ele é bem mais musculoso do que qualquer outro homem que Natasha já saiu e olha só como até em blusas mais grossas tudo nele continua bem definido, meu Deus, eu...
— Vocês já pensaram em como ele dever ser...
— Yelena, isso não é coisa de você pensar!
— Mas eu pensei e vou continuar pensando, assim como você também vai, se é que já não está imaginando o...
— EI! Querem parar de discutir sobre o meu namorado na minha frente? — quando Natasha percebeu o que tinha dito, já era tarde demais. Todo o meu constrangimento tinha dado lugar a alegria e meu coração quase saiu para beijá-la. Se ela disse que eu sou o namorado dela, é porque eu sou.
O rubor que antes estavam em minhas bochechas agora estava nas dela. Nem ela mesma parecia acreditar no que tinha dito e eu muito menos no que tinha ouvido.
— Namorado? Natasha Romanoff namorando? Ainda mais corando ao dizer isso?? Ela tá vermelha, olha! — a loira comemorava estarrecida.
— Seu namorado??? Melina, pega meu rifle. — disse na mesma hora.
— Vira homem, Alex.
— Gente, chega! Chega pelo amor de Deus! Vocês estão me deixando louca!
— Aposto que não do jeito como ele te deixa. — a loira me indicou com a cabeça, sorrindo de uma maneira perversa. Eu juro, não gosto nem um pouco da forma como ela me olha.
— Ninguém faz igual o Capitão América. — pra minha incrível e total surpresa, Sam engatou na onda de 'vamos sacanear o mais novo assumido casal, vamos ver qual dos dois fica mais constrangido' e eu olhei pra ele incrédulo. Era pra ele me ajudar, mas ao invés disso ele tinha dado corda. Continuei olhando pra ele indignado e Sam me devolveu o olhar com a sobrancelha muito arquejada, sussurrando 'eu sei o que vocês fizeram ontem à noite'. Droga!
— Steve, Clint, Sam e Scott, esses são Yelena, Melina e Alexei. — ela cortou elevando a voz, atraindo a atenção de todos, já que o motivo pra conversa ter se tornado tão constrangedora pra mim era em partes culpa dos supostos invasores — Eles são... são parte do meu passado. — o rosto dela estava duro em completar, como se não quisesse ter dito aquilo. O clima na sala ficou misteriosamente silencioso e ela novamente o cortou, mudando totalmente de assunto. — Scott, por Deus, que diabos você estava fazendo atrás da geladeira?
— Ah, é uma história engraçada... — coçou a nuca nervoso.
— Que ótimo, aposto que todos vão adorar ouvir, preciso tomar banho. — e sem mais delongas, ela subiu as escadas passando por mim como se fosse um furacão e fechou a porta do quarto que Wanda dormia, mas depois dessa, eu duvidava que ainda estava no inconsciente no mundo dos sonhos.”
Manual de "Como Deixar Steve Rogers Constrangido, parte 1" concluído, já disponível no Wattpad kkkkk
Esse precisou ser curto e eu não lembro se o próximo é maior, mas acredito que sim.
É isso, até quinta com a Thay — nunca se sabe o que esperar,
A💙
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Diário De Uma Paixão
FanfictionIsso não é um diário! Okay é um diário, mas eu tenho uma reputação a zelar e se souberem que Steve Rogers tem um diário, vou estar ferrado. Esse... Caderno... Surgiu para que eu possa desabafar sobre meu amor não correspondido. Afinal, não posso diz...