30 de Maio de 2016

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— Você vai me responder hoje ou eu vou ter que marcar um horário?

Essa era Natasha Romanoff. O clássico. Tudo seria clássico dela se a mesma não estivesse agachada na porta do banheiro segurando duas alianças enquanto me pedia em namoro.

Nada disso faz sentido. Um unicórnio beijando uma foca teria mais sentido do que Natasha Romanoff me pedindo em namoro.

— Isso é sério?

— Por que não seria?

— Porque eu...

— Por que você não esperava uma atitude dessas? Eu sei, mas eu gosto de ser imprevisível. — deu de ombros, convencida  Vai aceitar ou vou ter que fazer do modo mais difícil?

Fiz cara de pensativo e ela revirou os olhos.

— Quem sou eu pra negar um pedido de namoro como esse vindo de Natasha Romanoff? É claro que aceito.

Natasha levantou e colocou o anel prateado e grosso no meu dedo da mão direita, sem ao menos desviar os olhos dos meus. Depois disso, peguei o dela também prateado, porém fino e depositei no seu dedo delicado, deixando um leve beijo no final.

E foi isso. Eu estava oficialmente namorando — com pedido, alianças e tudo mais —, depois de nunca ter passado por um relacionamento antes. Dentre todas as coisas ruins que tinham acontecido comigo no último mês, ter Natasha como namorada colocava tudo em segundo plano.

— Você quer descer e contar? — perguntei respirando rápido, depois do caloroso beijo que havíamos trocado.

— Não, não acho que vou.

— Você quem sabe.

— Acha mesmo que eles não suspeitam de nada? Eles já sabem que estávamos num outro tipo de relacionamento, agora só oficializamos.

Passei o restante da noite ao lado dela, curtindo sua presença. Rimos como se não tivéssemos o mundo nas costas e nos beijamos como se tudo fosse acabar no dia seguinte. Nenhum dos nossos amigos — ou dos visitantes — subiu pra ver como estávamos e por esse motivo, eu nem lembrei que o quarto que eu estava era pra ser dividido com a Wanda.

— Está tudo bem, Steve. Não é como se eu nunca tivesse dormido com o Sam antes. — ela me tranquilizou antes do café da manhã depois dos meus milhares e sinceros pedidos de desculpa — E pelo que eu vejo, você aproveitou bem a noite. — disse mais baixo, me fazendo corar. Era verdade. Natasha e eu não tínhamos limites quando estávamos sozinhos, não importava o quão intenso e pesado o nosso treinamento de ser silencioso e cauteloso nos fizesse ser, era esquecido quando estávamos juntos.

— Foi muito alto?

— Vocês riram bastante quando estavam no quarto e quando ficava um período sem as risadas é que suspeitávamos que estava tendo alguma coisa... mas não precisa se preocupar, a cantoria do Sam com o Clint fez com que nós estivéssemos muito mais focados em rir deles do que pensar no que você dois pudessem estar fazendo entre quatro paredes.

Desci as escadas de mãos dadas com Natashq e obviamente demos material suficiente para as piadinhas e os comentários. Levei todos na brincadeira — porque sabia que apesar de tudo eles estavam felizes por nós —, e ri da maioria delas. Não estávamos na melhor situação, mas estávamos juntos. Era isso que importava.

O clima estava leve e agradável até as consequências de nossas escolhas nos fazerem lembrar do porquê estávamos isolados numa casa distante na Rússia.

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