“Acordei com alguns raios de sol batendo na minha cara e com um cobertor fino em cima de mim que eu não lembrava de ter colocado.
Pra falar a verdade, não lembro de mais nada depois que me joguei na cama, mas não acho que eu estava acordado pra ver alguma coisa que aconteceu.
Virei a cabeça pro outro lado, com um olho só aberto mas pra minha decepção, estava vazio.
Resmunguei alto e deixei minha cabeça cair no travesseiro, mas o movimento me fez sentir dor. Tinha dormido de mal jeito.
Sentei na cama alongando os braços e as costas, escutando tudo estalar. Detalhe: eu estava sem blusa e pra piorar, não me lembrava de ter tirado. Nem de ter colocado bermuda.
Como ontem eu não tive tempo — ou vontade —, observei o quarto que Sam e Wanda tinham reservado: o blackout da cortina tampava as duas portas francesas com vista pra alguma parte da cidade, e na frente delas, a branca fina dava um ar de leveza no ambiente.
A cama de casal, criados de cada lado e um armário no lado contrário das portas junto com o banheiro, o que Natasha dormiu. Se é que ela tinha dormido aqui.
Uma televisão média, um frigobar e nas paredes, conchas rosadas e alaranjadas enfeitam o ambiente.
Era um quarto legal, aconchegante. Não tínhamos condições — nem loucura o suficiente — pra ficarmos em um que esbanjava dinheiro, mas pra mim, aquele estava perfeito.
— Bom dia, dorminhoco. — Natasha disse sorrindo com uma toalha nos ombros, e não me pergunte da onde ela saiu — Dormiu bem?
— Hm.
— Se resmungou é porque acordar não foi a maravilha de sempre, não é? — concordei com a cabeça. Natasha estava num incrível e inusitado bom humor matinal, enquanto eu ainda estava absorvendo o fato de que estava vivo, respirando e acordado. — Eu aposto que está com fome. Levanta, combinei com os meninos lá embaixo em quinze minutos.
Joguei as costas pra trás na cama e ela riu.
— Quanta preguiça, meu Deus. O que você fez com meu Steve?
— Seu Steve? — levantei a cabeça sorrindo e falando pela primeira vez no dia.
— É. E já passamos dessa fase. — respondeu passando as mãos no cabelo — Levanta logo.
— Você dormiu comigo?
— Não, passei a noite no balcão da recepção, o duro e frio da madeira sempre me atraiu. Óbvio que dormi aqui. — disse depois de alguns segundos.
— Eu não vi você chegando.
— Steve, você não acordou nem quando troquei sua roupa, imagina pra me sentir do seu lado. — parou de separar as mechas e olhou pra mim — Anda, levanta.
— Hump. — sentei de novo na cama, com uma falsa cara emburrada — Não tenho nem beijo de bom dia?
— Achei que não ia pedir.
Não disse mais nada depois disso porque os lábios de Natasha estavam colados aos meus. No final, me lembrando o nosso primeiro beijo — rápido, louco e cativante primeiro beijo —, ela puxou lábio inferior, acariciando logo em seguida.
— Agora vai. Você tem sete minutos antes que eu desça sem você.
Corri pro banheiro, tirei a roupa e liguei o chuveiro, entrando. A água estava gelada, mas a Colômbia estava quente, então não deu pra sentir muito o choque de temperatura.
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Diário De Uma Paixão
FanfictionIsso não é um diário! Okay é um diário, mas eu tenho uma reputação a zelar e se souberem que Steve Rogers tem um diário, vou estar ferrado. Esse... Caderno... Surgiu para que eu possa desabafar sobre meu amor não correspondido. Afinal, não posso diz...