27 de Abril de 2015

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Eu sei. A última página terminou melancólica e triste demais, mas nada comparado à como eu estava. Não posso perder o meu drama, faz parte da essência. Mas prometo que aqui, nessa página, as coisas vão melhorar. Antes de piorarem de novo.

Então sim, eu estava devastado. Garanto que se não fosse a situação em que estávamos vivendo — o maldito robô genocida —, eu certamente me isolaria e ficaria extremamente triste e com a alma pesada. Acredite, você nunca me viu assim. Espero que não veja também, mas isso é assunto pra outra página.

O fato de termos que nos preocupar de novo com uma ameaça mundial tomou muito da minha atenção.

Depois de ter ouvido a conversa de Natasha, eu fui pro quarto improvisado que eu acreditava ser do bebê que Laura, esposa de Clint, esperava.

Tirei toda a farda do uniforme, o escudo a muito já não estava comigo e sim com os filhos do meu amigo que eu não sabia que existiam. Coloquei uma roupa simples e confortável: minha inseparável blusa anti transpirante e jeans que eu raramente usava. Em seguida fui procurar algo pra fazer. Precisava me distrair com algo que não fosse ruivo, russo e dos olhos verdes.

Laura era uma mulher simpática e caridosa, devo admitir. Na época, sem intimidade alguma e havendo poucos horas que eu sabia de sua existência e estado civil, minha menção a ela era por senhora Barton. Hoje, já mais familiarizado, a chamava pelo seu primeiro nome.

Voltando, ela era muito gentil e logo disponibilizou algo pra me distrair. Não, eu não contei a ela e sim, ela insistiu bastante que convidado não precisava fazer alguma coisa, mas ela perdeu essa batalha. Ah, por favor, ela tinha tentado com a pessoa errada, nesse quesito.

Me sentia um lenhador. Eu devia ter trago a blusa xadrez que Natasha havia me dado mês passa... Sem Natasha! Não pense nela!

Resolvendo colaborar uma vez, a vida mandou Tony me ajudar. É, isso aí. Eu vi como ajuda. Sabe por que? Porque nada melhor do que alguém tão ou mais implicante que Natasha pra me fazer esquecê-la. De bônus, ainda poderia direcionar parte da minha raiva a criação abestada dele e tudo ficaria por isso mesmo. Eu me senti um gênio nessa parte, falando agora, em um futuro razoavelmente distante do que eu estou te contando.

O plano funcionou durante a tarde toda. Tá, não. Deu certo quando eu não a via, o que pra minha sorte — ou azar, você decide — foram por pouco tempo, já que os sobrinhos a arrastaram pra uma cachoeira ali perto.

Mas a vida me baqueou de novo. Sala de jantar. Laura havia subido pra tomar um banho, estava exausta e ninguém retrucou. Estávamos todos a mesa de jantar e ah, o velhote tapa olho também. Não me pergunte como ele chegou ali, eu não tenho a menor ideia. Cooper foi arrumar as camas, já que era meio difícil pra mãe fazer e Lila desenhava.

Você vê o carinho das duas? Lila a tarde toda ficou atrás da tia e ela, mostrou um lado que eu nunca vi e achava que nunca veria: babona pelos sobrinhos.

Nat havia pedido pra pequena lhe fazer um desenho bem bonito. A morena foi, correndo e empolgada. Eu disse que não tinha como não se apaixonar por ela, mas eu estava tentando esquecê-la. Ou o fato dela estar apaixonada por outro, dá na mesma.

Ela flertou comigo. De novo. Eu tenho certeza que isso foi um flerte, eu vi vídeos no YouTube e Sam até me ensinou como fazer isso, mas eu acho que essa coisa de mexer a sombrancelha não é comigo. Sim, Natasha Romanoff estava flertando comigo e não com palavras, mas com o corpo. Você viu como ela me olhava? Rá! Ela flertou sim e ainda na frente do cara que supostamente tinha seu coração. Será que eu ainda tinha uma chance?

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