29 de Maio de 2016

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1918.

Ano do meu nascimento.

Sendo específico, 4 de julho de 1918.

Um ano depois do Bucky. 

Sessenta e seis antes de Natasha.

Então, olhando por esse lado — e todos os outros, na verdade —, eu não era mais um garoto há bastante tempo. Não mesmo. 

Ignorei o 'garoto' proferido por Alex e me perguntei sobre o quê era necessário uma conversa com ele, já que mal tinha completado uma hora que eu o conhecera. Percebendo a minha confusão, ele esclareceu num rosto duro e impassível:

— Precisamos falar sobre a Natasha.

Precisávamos? Eu sim, mas diretamente com ela. Eu e Natasha, Natasha e eu, sozinhos num quarto conversando sobre o que quer que ela queira me contar ou pra ficarmos ambos em silêncio, aproveitando a companhia um do outro. Com ele? Não, não tinha nada pra conversar.

Levantei da cama, os ombros tensos e a postura reta, assumindo a mesma feição do rosto dele.

— Venha comigo. — não me deixou falar e saiu do quarto e pude ouvir seus passos apressados e determinados na escada. Sem qualquer tipo de direito à escolha, desci indo atrás dele pegando um casaco no caminho.

Sam estranhou quando me viu e veio em minha direção, preocupado, mas eu logo tratei de deixá-lo tranquilo.

— Está tudo bem. 

— E a Natasha? a menção ao nome dela fez Clint concentrar os ouvidos na conversa.

— Está com a Wanda. Deve estar bem. — respondi assentindo com a cabeça, tentando ao mesmo tempo me fazer acreditar nisso.

— Eu vi a loira, Yelena eu acho, subir pro quarto dela. Ela...

— Elas se conhecem, deve estar tudo bem. — pare de me preocupar, Sam! —E Wanda está lá.

Sam franziu a testa, mas assentiu. Sabia que se eu estava dizendo isso, é porque sabia o que estava fazendo, mas a verdade é que eu não sabia. Tudo o que eu sabia era que não sabia de nada e isso estava me matando. 

— Acha que ela vai ficar bem? — Clint levantou perguntando.

— Ela está com a...

— Eu sei que a Wanda está com ela, mas preciso saber se a Natasha está bem!

— Eu... — comecei nervoso, mas o que eu diria?

— Rogers. — não sei se eu poderia respirar aliviado ou se ficaria ainda mais aflito quando Alex me chamou pelo sobrenome — Não me faça esperar.

Corri pra alcançá-lo, fechando a porta da varanda logo em seguida. 

Minhas mãos suavam e meu coração batia forte, mas afastei toda a ansiedade de mim. Não tinha motivos pra isso.

Ele se sentou numa cadeira que tinha ali e fez menção que eu sentasse na outra. Imitei e tentei ao máximo relaxar ali, encostando minhas costas completamente.

— Qual é a sua? — perguntou olhando pra mim com a testa franzida. Direto como a Natasha.

— Como?  

— Eu perguntei qual é a sua com a Natasha.

Não entendi a pergunta, o sentido e razão dela. Ele queria o que? Que eu falasse como era a minha relação com ela? Queria um relatório? Um resumo?

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