30 de Abril de 2016

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Esse dia foi um dia e tanto, não acha? Pois bem, é justo que eu continue nele.

Então é, lá estava ela. Se congelasse o tempo, talvez eu veria a hesitação nos olhos dela. A incerteza. O pesar. Mas tais coisas eu só fiquei sabendo quando ela me contou, anos depois.

Você não vai parar.

— Sabe que eu não posso. — Bucky não lutaria contra ela se eu não o fizesse e eu não o faria... É, já era.

Talvez, se ela não fosse quem era e não representasse tudo o que representa pra mim, teríamos lutado, mas eu não faço ideia de quem ganharia.

Tirando o fato de Bucky estar ali, obviamente, eu não sei quem levaria a melhor numa luta entre nós dois. Não sei se a minha força seria decisiva ou se as habilidades dela seriam fatais. Não dá pra saber.

Parece que a vida tinha decidido que eu saberia agora. Ou que eu morreria agora.

— E eu vou me arrepender disso. —ela apontou o pulso. Correntes de eletricidade, ela me disse uma vez. Já vi um bandido levar uma, o resultado é... Enfim, é. Só que, pra minha total e completa surpresa, ela mirou o T'Challa atrás de nós. Lembra da minha surpresa quando Scott ficou grande, quando eu vi o Hulk se transformar ou na cara horrorosa do Caveira Vermelha? Nenhuma surpresa comparava a essa. — Vão.

Eu queria tê-la agradecido. Deus, eu teria beijado o chão que ela estava pisando. O único problema é que se eu fizesse isso ali e agora, ou teria que livrar o Bucky das garras do Pantera ou chegaria tarde na Sibéria. Você sabe, minha forma de agradecimento não seria rápida.

Então corremos pro quinjet e decolamos. Natasha continuou atrasando-o, ela sabia que não podia pará-lo completamente, mas se o choque dela paralisava um uniforme feito de vibranium, o que faria com um humano mortal? É aqui que sua pergunta foi respondida do que aconteceu com o homem que ela atirou e eu vi.

A sequência dos fatos é uma sequência de arrependimentos dos quais não gosto de lembrar.

Rhodes. Sibéria. Tony. Bucky. Os cinco soldados invernais mortos. Howard e Maria Stark. O relatório da missão de 1991. Bater em Tony. Deixá-lo ali, sozinho.

Está tudo bem se você tiver raiva. Eu tenho.

Lembra daquela conversa minha com Tony, no ano passado na casa de Clint, que falávamos sobre lado negro e confiança?

Esse era o meu lado negro que ele não conhecia. Que ele não tinha visto.

Saí da base subterrânea com Bucky desmembrado e a única arma que eu tinha era a de Natasha que ele pegou no quinjet, mas não lembro onde a deixei depois. Meu escudo eu deixei. Howard havia feito, afinal.

Ajeitei-o na aeronave e comecei a pensar em lugar seguro. Sem ideia. Não tinha ninguém. Não podia confiar em ninguém.

O susto foi grande quando eu vi T'Challa ali, sem a máscara. Bucky estava fraco demais, o impedi de levantar. Se ele queria o meu melhor amigo, teria que passar por cima de mim primeiro. O que vocês sabem, não seria muito difícil, mas eu morreria tentando.

Eu não sei como vossa alteza chegou aqui, mas não irá matá-lo. Não foi ele quem matou seu pai e eu sinto muito pelo que aconteceu com ele. Eu realmente não...

Eu sei. — vida, oi? Sabe?? — Eu não vou matá-lo. — a disputa acirrou pra saber qual a maior surpresa do dia. Vida, você continua no comando ou saiu pra tomar um ar? — Vim aqui pedir desculpas. — espero que seja ar fresco e que demore.

Diário De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora