25 de Abril de 2015

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Esse ano aí não foi fácil não. Comemorei o ano novo na espera de que coisas novas viessem na minha vida. É, elas vieram mesmo. Pra me destruir.

Struker. Ultron. Inteligência artificial. Segredos. Natasha apaixonada por um cara que não era eu.

Esse último doeu. Ardeu. Como quando rasgavam a pele dos escravos e jogavam sal. Pra doer mais. Pra dor ser sentida.

Aquele olhar que ela dava pra ele... Nunca tinha visto um pra mim.

Natasha tinha várias facetas, isso era fato. Ouso dizer que eu conhecia quase todas. Eu sabia que ela tinha uma pra vários tipos de situações e companhias, mas eu sei que ela era, em sua maioria, bastante verdadeira quando os Vingadores estavam reunidos. Todos éramos amigos, afinal.

Por estar em um ambiente onde ela pudesse ser ela mesma, Natasha não era de ficar calada. Ainda mais bebendo, por favor. Ela se tornava a pessoa mais falante desse universo quando estava bêbada.

Mas ali, na sala da torre, antes do Ultron, Natasha não estava bêbada. Só que também não estava em silêncio. Suas palavras, seus sorrisos e risonhos constrangidos — sim, constrangidos — não eram pra mim ou muito menos eu quem os havia causado.

Bruce Banner. O motivo. A causa.

Nat merecia ser feliz, apesar de tudo. O que ela esperaria de mim? Eu nunca a satisfaria por completo.

Ela já era completa por si só, era verdade. Mas se estava procurando um alguém, que mal teria?

Ela era linda sorrindo. Deus, linda. Tudo sorria quando ela sorria. Tudo. Era um conjunto. Você não pagava por uma peça só, era tudo complemento do outro.

Eu era aquele cara, ali, isolado que depois foi puxado pelo Thor, só observando. Observando a mulher pela qual eu estava me apaixonando escorrer pelos meus dedos antes de eu tê-la. Eu sabia que, acima de tudo, a felicidade dela deveria estar acima da minha paixão. Afinal, é disso que se trata, certo?

Então assim como ela me lembrou e empurrou pra Sharon — somos amigos, nada mais —, eu resolvi ajudar Bruce. Tá, talvez eu tenha dado a entender que Natasha flertou comigo — o que é verdade —, mas não julgue um homem com ciúmes e o ego ferido. Eu estava vendo minha destruição e meu cérebro só soltava os vários "eu avisei" enquanto observava a cena.

A partir daí, eu decidi que não faria nada pra impedir o romance dos dois. Tudo o que pra mim soaria perigoso, eu não fazia. Se estávamos os seis juntos, quanto mais longe da ruiva eu ficasse, melhor. Sim, tínhamos um enorme problema de um robô genocida, mas ela quis conversar comigo uma vez, sozinha. Eu sabia que não resistiria. Ela perceberia meu começo de paixão e se afastaria. Já não teria ela como namorada, ficante ou algo do tipo, mas eu jamais arriscaria nossa amizade. Ela era importante pra mim.

Então sim, eu recusei o convite. Disse que estava cansado e só.

A idade tá cobrando o que você deve, né?

É, deve ser. — dei de ombros, triste. Não queria conversar, principalmente com ela. Natasha arqueou a sobrancelha bem definida, mas não disse nada. Dei boa noite e fui pro meu quarto, sem esperar resposta.

Eu nunca contei pra ela o que eu vi e se existia alguma dúvida do que eu achava que ela sentia em relação ao Bruce, morreu na fazenda do Clint. Ou casa, como preferir.

Ela estava linda. Não, ela é linda. Sempre foi. Estava num roupão cinza e eu nunca tinha pensado em quão perfeita ela ficaria em um.

Aí Bruce saiu do banheiro e ela sugeriu que deveria ter entrado quando ele ainda tomava banho.

Você nunca sabe qual é o barulho do seu coração se quebrando até que ele seja quebrado.

Sabe como foi o meu? Silencioso. Calado. Se fizesse barulho, outras pessoas poderiam ouvir. Guardei pra mim e ninguém percebeu.

Eu vi ela se jogando nele. Investindo, como ela disse.

Eu devia ter saído, sim, devia. Mas você com certeza já deve ter assistido algum clichê, e é justamente quando um sai de cena que o outro fala algo que mudaria tudo. Eu esperava por esse momento.

Caí pior que paraquedista sem paraquedas. A mercê da gravidade e da sorte. Sorte de não sentir dor ao bater no chão.

Não, não foi quando ela falou que não podia ter filhos. Fiquei triste por ela, nunca soube que havia tido vontade um dia. Bruce também não podia.

A hora que meu coração espatifou de verdade, foi quando ela deixou claramente explícito que o queria e ele negou-a. Aquilo sim, acabou comigo.

Ele não percebia o quanto ela era linda, única e especial? Eu faria de tudo pra tê-la. Mas ainda que eu movesse montanhas, falasse a língua dos anjos ou desse a lua e as estrelas de presente pra ela, de nada adiantaria. Eu não era o cara quem ela estava amando. Era só um velho de outro século aprendendo a viver. Alguém que ela tirava sarro, que era um amigo do trabalho. Não algo a mais.

Esse era Bruce.

E infelizmente, eu era só Steve Rogers.

Reler esse capítulo dói, mas a culpa é da Marvel, eu só segui o cronograma

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Reler esse capítulo dói, mas a culpa é da Marvel, eu só segui o cronograma.

Terça custa a chegar e quando chega eu não lembro que tenho que postar, é a vida.

Próximo só lá na Natasha, na quinta.

A💜

Diário De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora