“A verdade é que essa parte do diário não começou exatamente nesse dia, mas desde que eu descobri que o oito de julho deve ter um significado maior pra mim, eu quis deixar ele como título dessa página desse inseparável caderno de corações rosas.
Wanda passou mal no primeiro dia e Sam ficou extremamente enjoado, de maneira que ficamos no quarto o tempo inteiro no dia cinco.
Eles dormiram na cama de casal, Natasha na de solteiro e eu no colchão ao lado dela.
No segundo, eles acordaram melhor, mas preferimos que eles continuassem descansando ao invés de irem explorar o navio comigo e Natasha.
A missão que eles faziam dessa vez era transporte de carga, não sabia de que, mas Natasha me garantiu que nada ali era ilegal. Nada além de transporte de carga e pessoas de maneira que os governos ao redor não desconfiem.
No dia sete, o terceiro dia, ajudamos a cuidar de alguns refugiados que foram acolhidos no percurso. Nada muito sério, mas igual em Arenillas, aquilo tinha consumido todas as nossas energias por um dia inteiro.
No final da noite, estávamos nós quatro perto do convés, sozinhos, vendo o ir e vir das ondas do mar.
O céu estava estrelado e as águas pareciam estar um pouco mais agitadas que nos outros dias, o que dava um certo pavor em mim, mas ainda assim nós ficamos lá.
— Eu odeio o mar. — Wanda disse, abraçando a si mesma com o cobertor.
— Por que? É lindo. — Sam retrucou. Ele parecia estar mais a vontade.
— E perigoso. Tudo o que tem beleza é perigoso. — ela respondeu séria, mas o outro abriu um enorme sorriso.
— Você acabou de me descrever? Por que combina muito, sabe, tipo...
— Não. — ela cortou seca e fria, olhando diretamente pra ele — Eu estava me descrevendo.
Sam ficou calado depois dessa e Wanda desviou o olhar. Nós quatro cansados demais pra dizer alguma coisa pra aliviar o clima. Cansados mentalmente.
Natasha foi pra borda, um pouco afastada da gente e deixei que tivesse seu tempo sozinha.
Sam levantou minutos depois, dando boa noite.
Wanda apertou o cobertor em volta de si quando o vento veio mais forte e eu arrepiei, mas não fiz nada pra tentar segurar o calor que duas blusas de frio não estavam fazendo.
Sem dizer nada, ela levantou e refez o mesmo caminho que Sam, desaparecendo da minha vista.
Olhei a hora dentro do relógio no bolso e vi que faltava cinco minutos pra meia noite.
Saí do banquinho e minha mente implorava pra eu seguir direto pra cama, mas eu não faria isso. Não quando o meu coração estava ali, encostada nas barreiras de metal do convés.
Isso soou meloso demais, mas é a verdade.
— Não vai entrar? — perguntei atrás dela, afastando uma mecha de cabelo — Está ficando frio aqui fora.
— Estou acostumada com ele. — respondeu sem me olhar.
— Posso ficar aqui com você?
Ela olhou pra mim, de cima a baixo com o cenho todo franzido, mas assentiu.
Fiquei de frente pra ela, mas Natasha ainda tinha os olhos e corpo na direção do mar. Daria tudo pra saber o que estava pensando.
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Diário De Uma Paixão
FanfictionIsso não é um diário! Okay é um diário, mas eu tenho uma reputação a zelar e se souberem que Steve Rogers tem um diário, vou estar ferrado. Esse... Caderno... Surgiu para que eu possa desabafar sobre meu amor não correspondido. Afinal, não posso diz...