04 de Julho de 2016

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— Você está bem? — perguntei pra Sam, colocando a mão no ombro dele — Se feriu em algum momento?

— Não, estou bem. assentiu — Parece que o meu caminho foi mais tranquilo que o seus. 

— É. Se importa de pilotar enquanto eu cuido delas? 

— De jeito nenhum. Pode ir.

— Qualquer coisa deixe no piloto automático e me procure lá atrás. — ele concordou e eu me preparei pra virar e levar as duas, mas antes falei com ele de novo — Para no primeiro pedaço de terra que vir. Precisamos ver se um daqueles tiros não eram rastreadores ou esse tipo de coisa. 

Quando eu estava prestes a contornar a mesa, Wanda apareceu com um algodão no braço esquerdo, o lado que o tiro tinha raspado. 

— Você deu um jeito nisso aí? Quer que eu olhe? — ela afastou o pedacinho branco do machucado e eu vi que não estava ruim. Tinha sido mais susto que qualquer outra coisa, mas ainda precisava de cuidados. — Quer que eu ajude com isso? — perguntei meneando o spray e a gaze na mão dela.

— Não precisa. — ela negou com a cabeça também, a voz baixa e distante, como se ainda estivesse absorvendo os acontecimentos da noite — Você tem alguém com mais machucados que eu pra lidar. — balançou a cabeça na direção de Natasha e eu assustei ao vê-la no banco, com expressão de dor no rosto — Ela parece bem machucada.

— Eu sei. Isso é o pior de tudo. 

Wanda se sentou ao lado de Sam, colocando o fone ao redor do ouvido e se preparando pra cuidar do machucado. Andei em direção a Natasha, que estava de olhos fechados e mordia o lábio.

O mais devagar que consegui, passei um braço pelas pernas dela e outro pelas costas, mas ela gemeu de dor ao ser levantada.

— Desculpe.

Andei com ela até a ala mais longe do quinjet, a parte que normalmente usávamos pra treinar quando o lugar era longe. 

A deixei sentada no banco, de costas pra entrada e saí pra pegar a caixa de primeiros socorros de Banner. A anestesia brilhou na minha cara, junto com outros utensílios da área médica e torci pra o que eu tinha em mãos ser o suficiente.

 Sentei na frente dela e Natasha ainda tinha os olhos fechados, mas abriu quando eu coloquei a caixa entre nós. 

— Pode deixar que eu cuido disso. 

— Nat. — coloquei minha mão em cima da dela, que estava segurando a alça — Eu vou cuidar de você. 

Ela suspirou, fechando os olhos e depois assentiu. 

— Só não diga nada. Por favor. — balancei a cabeça afirmando e segurei na barra da sua blusa pra levantá-la, mas ela me parou — É atrás. É pior atrás.

Levantei do meu lugar e sentei atrás dela, a caixa no chão. Fui levantando a blusa de malha fina dela devagar e os machucados começaram a aparecer. A maioria eram pontos que ficariam roxos, mas tinham dois que estavam em carne viva e sangravam, um na altura do ombro esquerdo e o outro abaixo da costela direita. Segurei a respiração, fechando os olhos. 

Não era pra ser ela assim. Não era pra ela estar machucada desse jeito, era pra eu estar em seu lugar.

— Steve...

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