“Pelo amor de Deus, esse ano não acaba? Meu amigo, minha amiga. Ele acabou de começar.
Voltando a página anterior então. É, aquele velho safado nos salvou. Pietro morreu, fiquei triste e isso me aproximou da bruxinha, ainda que eu tivesse medo dela na época.
Ah qual é, vai me dizer que você acharia natural, legal e super seguro estar no mesmo lugar que alguém que além de conseguir ler sua mente, já tivesse te paralisado com seu pior medo uma vez?
Isso soou acusatório, desculpe. Wanda, eu te amo de todo o meu coração, ainda que você nunca vá ler isso aqui.
Então sim, salvos. Yupi.
Eu confesso, tinha planos pro fim de semana. Quais eram? Eu sairia e iria em lugares que me lembrassem dela, só pra entrar na sofrência. É, eu já estava virando um gado apaixonado aqui e era na friendzone, só não sabia da profundidade. Século XXI se mostrou muito complicado pra mim.
Mas sim, eu iria em lugares em que eu visse escrito 'Natasha' nas minhas memórias. Tipo o bar. Típico lugar que eu odeio, só gosto da mesa de sinuca no fundo e o karaokê — nunca me arrisquei, que fique claro. —, mas eu iria. Fingiria ser um homem normal que acabou de tomar o primeiro fora e precisava ficar terrivelmente bêbado, de cair na calçada e o barmen ligar pra um conhecido. O que seria péssimo, já que ele ligaria pra Natasha e veria os milhares de corações que eu coloquei no nome dela. Tá vendo, agora até esse diário idiota me lembra de quem eu deveria esquecer.
Mas tá, eu não fico bêbado. Então eu iria andar pelas ruas que ela andou comigo e reviria cada momento.
O de quando ela virou um sorvete de baunilha — detalhe que era o meu sorvete — no meu cabelo pra ver se era da mesma cor. Confesso, naquele dia ela estava pra lá de raivosa e eu não entendi os limites. É, ela fez isso de raiva.
Ou então o de quando ela estava bêbada e me levou ao Empire State, dizendo que queria ir pro Olimpo. Ela me bateu nesse dia.
Lembra do Brooklyn? Levei-a lá uma vez. Foi divertido ver que cada esquina que virávamos, eu lembrava de uma surra que tinha levado. Acha que perdi a tradição? Natasha me acertou bem na canela, no mesmo lugar que o menino fissurado no Hulk tinha me acertado. Não que eles tenham acontecido no mesmo espaço de tempo.
Ah, sabe o Central Park? Aquele imenso lugar verde onde todos os filmes românticos tem a obrigação de darem uma passada? É, fomos lá também. Consegue nos ver lá? Uma senhora nos disse que éramos um casal bonito. Eu fiquei da cor do cabelo dela e Natasha fingiu que não tinha ouvido. No instante seguinte, outra senhora passou olhando pra minha bunda descaradamente e eu me senti extremamente constrangido, a medida que a gargalhada de Natasha era mais estridente.
Sabe o ano novo? Passamos juntos. É, 2014 pra 2015. Por isso eu disse que esperava que esse ano fosse diferente. E não, não nos beijamos como manda a tradição. Eu queria ter tentado, mas Natasha me acertou bem no meu ponto médio. Foi horrível.
— Steve! Eu pensei que fosse um maluco que quisesse abusar de mim! — ela disse enquanto eu me contorcia de dor. Você já imaginou uma dor justamente nesse lugar? Pensa numa pior, porque foi atingida pelo joelho mais potente do universo. Esse era o nível.
— Por que eu faria isso? — rangi os dentes, me curvando.
— Eu não sabia que era você! Você encostou na minha bunda!
— Eu tropecei! — esse momento foi realmente constrangedor e fomos embora da Times Square faltando dez minutos pra eu ter a chance de provar os lábios dela de novo. Ganhei esterilidade eterna.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário De Uma Paixão
FanfictionIsso não é um diário! Okay é um diário, mas eu tenho uma reputação a zelar e se souberem que Steve Rogers tem um diário, vou estar ferrado. Esse... Caderno... Surgiu para que eu possa desabafar sobre meu amor não correspondido. Afinal, não posso diz...