28 de Junho de 2016

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— Steve? Steve, acorda.

Hm.

— Vamos, levanta.

— Agora não, Nat.

— Vamos nos atrasar se não levantar logo.

— Não tem problema. Aí, Natasha! — reclamei do beliscão que recebi.

— Você mereceu. Anda, vamos.

— Eu não quero ir.

— Steve, você que decidiu que queria fazer isso. E os meninos já estão querendo ir.

— A gente pode ficar mais um pouco na cama. — passei meu braço pelo seu corpo e afundei minha cabeça em seu pescoço.

— Você percebeu que tudo que a gente fez nessa suposta viagem em família foi ficar trancados num quarto? Precisamos sair.

— Mas foi você quem decidiu que iríamos pra um chalé no fim de semana, isso aí não é culpa minha. — sorri ao lembrar de tudo que tínhamos feito. Daria tudo pra fazer tudo de novo. Tudo de tudo.

— Ah é, Steve Rogers? Falou o que queria ficar mais e saiu de lá com um bico enorme porque era segunda feira.

— Ah, me deixa Nat.

— Não fiz nada ainda, mas nós precisamos ir. Sério. Vai ser divertido.

— Você nem quer ir. — retruquei com a voz abafada pelo contato da pele dela com a minha.

— Mas os meninos querem e eu quero fazê-los feliz. Vamos Steve, é nosso último dia aqui. Vamos fazer dele legendário.

Eu não quero que acabe.

Nem eu. — respondeu suspirando, passando a mão no meu cabelo — Não seria fácil pra nenhum de nós voltar ao 'mundo real' — Nós tivemos bons momentos aqui.

— Tivemos, tivemos sim.

— Talvez... — ela começou, mas eu voltei a colocar a cabeça no travesseiro pra olha-la falar comigo — Talvez quando toda essa loucura tiver acabado, nós podemos voltar aqui. — seus dedos roçavam de leve a minha barba enquanto os olhos permaneciam fixos no meu — Pode ser o nosso ponto de refúgio ou sei lá, de qualquer coisa. Eu só... Só não quero que esqueçamos o que vivemos aqui. A gente não sabe o que espera por nós no Equador e muito menos no próximo país que a gente for, mas eu quero lembrar pra sempre, de todos esses sete dias em Coveñas.

— Nós vamos, Nat. — beijei a palma da sua mão com delicadeza — Prometo. — ela sorriu com os olhos fechados — E vamos voltar aqui, em férias de novo, quando tudo isso tiver acabado.

— Quem sabe até não trazemos o Clint, Scott, Tony... — Natasha percebeu tarde demais que a simples menção ao nome dele fez todo o meu corpo entrar em tensão, como se só isso fosse capaz de me fazer viver as decepções de abril e maio — Desculpe, eu não quis...

— Eu sei. — balancei a cabeça em negativo. Não era culpa dela, nunca foi — Eu sei. Não precisa se desculpar por isso, eu que... eu que ainda sou meio fraco pra ficar lembrando ou mencionando alguém que fez parte da situação que estamos hoje.

— Eu sei, eu entendo. Você sabe que algum dia vamos precisar falar sobre isso, não é? — eu sabia, sabia sim, só detestava admitir. Ainda era uma ferida aberta que eu sabia também que demoraria a cicatrizar.

Diário De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora