— Soo Bong hyung! — Ji Min chamou e pulou do sofá, correndo até o irmão mais velho ao vê-lo adentrar o apartamento. Suas bebês o seguiram, não saíam de seu lado desde que chegara da aula. Faltavam onze para às seis da tarde. — Você está bem?!
Soo Bong o respondeu enquanto retirava os sapatos.
— Se com “está bem”, você quer dizer “se lembra de Park e de todas as loucuras que rolaram hoje”, sim, Ji Min-ah. Eu me lembro. — Isso significa que a noona e o Sang Joon hyung não foram atrás dele. Ainda bem, ainda bem… — Onde está Yang Soon-ssi?
— Não sei. — O alívio que Ji Min sentiu ao constatar que o irmão não tinha sofrido nada se espatifou em mil pedaços, dando uma vez mais lugar à agonia. — Ele ainda não chegou, e o celular só cai na caixa postal. Tô com muito medo, hyung. Soon hyung não é do tipo que se entrega fácil, e se ele tiver tentado resistir quando nossos irmãos foram apagar a memória dele e se machucou?!
— Bem, ele deveria largar do serviço às quatro. Já faz quase duas horas, e ele não atende o celular, hum… — Soo Bong pensou por um breve momento. — É, acho que não seria estranho se você fosse procurar por ele, e eu, como um bom irmão, te acompanhasse. Vamos, de carro vai ser mais rápido.
— Obrigado, Soo Bong hyung — agradeceu Ji Min, vendo-o se abaixar para recolocar os tênis extravagantes. — Sei que você tá cansado…
— Nada, eu cochilei um pouco lá no estúdio. Além do mais, tenho minha parcela de culpa por ter te impedido de ir atrás de Yang Soon-ssi mais cedo. — Soo Bong tentava amenizar a gravidade da situação com seu tom despreocupado, mas não adiantou de muita coisa. Não quando os olhos dele revelavam a verdadeira pilha de nervos que ele estava no momento. — Vamos lá achar aquele casca-grossa, vamos. — Ele se pôs de pé, já se virando para abrir a porta no exato instante que ela foi aberta. — Ou talvez não precisemos.
— Soon hyung! — Ji Min passou pelo irmão, jogando-se nos braços do melhor amigo que no susto teve que largar a bolsa e as sacolas de compra que trazia para pegá-lo.
— O que foi, meu bebê? Por que tanto alvoroço? — Ji Min só conseguia chorar e abraçar Yang Soon, aliviado por vê-lo depois de várias horas de angústia. — Por que você e o encosto estavam aqui espremidos nesse cubículo? Que bichos são esses?
Bichos…? Ji Min seguiu o olha do amigo, encontrando-o focado em suas bebês saltitando aos pés de ambos. Soon hyung está falando de Yu Qi-yah e Shu Hua-yah?! O alívio que sentia se transformou em um bolo atravessado em sua garganta. Então, saiu dos braços de Yang Soon, recuando para junto de Soo Bong e dizendo, desolado:
— Pela misericórdia da Grande Mãe, eles foram mesmo até ele…
— Eles? Eles quem, Minnie? — indagou Yang Soon, cada vez mais confuso e um bocado irritado também. Se tinha algo que ele detestava era ficar no escuro. Ele vai querer matar Sang Joon hyung e Jo Hee noona quando descobrir o que eles fizeram com a cabeça dele! — Por que estão me olhando como se eu fosse um paciente terminal?
— Ah, eles foram. Pode apostar que foram — Soo Bong concordou com a conclusão lamentosa de Ji Min e chegou para o lado, dando espaço para que Yang Soon adentrasse a sala. — Yang Soon-ssi, é melhor você se sentar. Temos uma conversa bem longa pela frente.
£ £ £
Após uma breve explicação sobre a situação — pois revelar seu dom sem preparar o terreno primeiro poderia ser algo bem chocante para Yang Soon —, Ji Min cantou na Língua dos Céus, as palavras que eram como sua segunda natureza, uma prece para que o Senhor da Corte Celeste lhe permitisse devolver o que havia sido roubado de seu amigo.
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Outlander || Yoonjikook
De TodoA vida de Park Ji Min se resume a fazer seus deveres acadêmicos - que consomem quase todo o seu tempo -, comer e dormir. Suas amizades são mantidas por encontros de corredor, raras visitas em casa, ligações e mensagens. Vivendo entre o silêncio da c...