Capítulo 36: O que você fez?

2.8K 169 1
                                    

Vocês já tiveram a sensação que quanto mais você conhece uma pessoa menos entende ela? Pois é, é exatamente assim que me sento em relação a Ella, a mulher é um mistério embrulhado em mais mistério,cada decisão que toma é confusa e parece não ter o menor sentido para qualquer um ao seu redor. A única coisa que ajudar a aceitar tais atitudes é confiar que ela tem os seu motivos, por isso mesmo aqui estou eu indo conversar com a Vanessa apesar de achar a ideia mais louca do universo. — Oi Vanessa — digo a vendo abaixada para olhar uma pequena muda que crescia num vazo em frente a floricultura.

— Viviane — disse ela olhando para mim brevemente antes de voltar a prestar atenção nas mudas — como me achou?

— Seu irmão disse que vem muito na floricultura — respondo esperando que ela se levantasse — então, aqui estou.

— Quer conversar sobre o quê? — questiona Vanessa levantando-se limpando a saia que vestia em seguida.

— Sara.

Demorou alguns segundos até que ela esboçasse alguma reação e não era o que eu esperava. — O que tem a Sara? — pergunta ela sem mostrar muito interesse.

— Na verdade é sobre vocês duas — reformulo buscando as palavras certas para isso e falhando insistentemente.

Sabia que era uma má ideia eu ter aquela conversa.

— Não deveria ser a Lili ou o meu irmão a ter essa conversa ou até mesmo a louca da Ella? — questiona Vanessa começando a andar.

— Deveria, mas fui convencida que seria a melhor escolha para essa conversa — confesso estando tão confusa quanto a garota em minha frente.

— Melhor a onde? — pergunta ela parando no sinal esperando ele abrir — você parece está mais desconfortável que eu com esse assunto.

— Verdade — confirmo a seguindo para o outro lado quando ficara verde — não vou mentir dizendo que sei o que fazer aqui, mas isso não muda a pergunta que devo fazer.

— Que seria? — questiona Vanessa, ainda não parecendo muito interessada.

— Você realmente gosta da Sara? — pergunto a fazendo parar de andar e olhar para mim com um brilho de irritação nos olhos.

— Quem disse que você tem o direito de me questionar sobre isso? — questiona ela irritada apontando o dedo para mim.

— Todos os seus amigos — respondo dando de ombros — então, responda a Sara é só uma moleta para você ou você sente algo mais?

— Eu não vou responder isso — disse Vanessa voltando a andar, mas a seguro.

— Você vai, por que eu preciso saber — digo firmemente.

— Me obrigue.

— Vanessa, eu sei que não gosta muito de mim dês do que fiz na praia — admito suspirando a soltando para evitar chamar atenção das pessoas que andavam por lá — mas eu ainda sou sua amiga e da Sara também e é por isso que estou perguntando porque não quero ver nenhuma das duas machucadas nessa história.

— Eu agradeço a consideração, mas não preciso dela — disse Vanessa de afastando em passos duros.

Isso está sendo mais difícil do que pensei que seria.

— Vanessa você está apaixonada pela a Sara, não é? — questiono vendo-a parar.

— Não tente insinuar o que eu sinto — responde ela — a Sara é minha amiga preciosa, mas só.

Depois de dizer aquilo sem olhar nos meus olhos a Vanessa volta a andar e por saber que de nada adiantaria decidir não seguir-la. — Essas duas realmente são almas gêmeas — digo suspirando.

— Não existe almas gêmeas, só duas pessoas tentando se completar apesar das diferenças — disse uma mulher encostada na mureta do parque — ou pelo menos era que uma amiga minha dizia.

Aquela mulher me parecia estranhamente familiar só não sabia dizer de onde.

— Desculpe me meter, mas era um pouco difícil não falar — disse ela ajeitando o boné.

— Eu te conheço de algum lugar? — questiono enquanto buscava em minha memoria seu rosto.

— Pode se dizer que sim — admite a mulher estendendo a mão — Rosa, prazer.

Sara: on

Tenho certeza que todo mundo alguma vez já passou por um dia que preferiria não ter saído da cama, pois é eu estou num desse dias e queria muito poder voltar para cama e fingir que não acordei, mas a Alya é daquele tipo irritantemente animado pela manhã e para piorar não fora só ela que me puxara para fora do quarto.

— Só me explica direito o porque de você estar aqui — peço mal humorada massageando minhas têmporas numa tentativa de afastar a dor de cabeça que começava a se formar.

— Filha não é assim que se falar com a visita — repreende minha mãe batendo em meu ombro.

— Tudo bem Betty eu conheço a amiga que tenho — disse Ella sorrindo docemente, eu já disse que me sobe um arrepio quando ela faz isso? — e eu também tenho que me desculpar por tê-la tirado da cama tão cedo num domingo.

— Viu Sara você deveria ser mais como sua amiga — disse minha mãe.

Oh, se ela soubesse o tipo de pessoa que a Ella é não estaria dizendo isso.

— Mãe você poderia me deixar falar sozinha com as minhas amigas? — pergunto querendo ter um pouco de privacidade.

— Ok, qualquer coisa é só chamar — disse ela se afastando calmamente.

— Vai me responder ou não? — questiono friamente.

— Nossa agora eu entendo como a Viviane se sentia, parece que vou congelar aqui — disse Ella esfregando os braços como se quisesse esquenta-los.

— Ella.

— Olha você pode não acreditar, mas vim aqui a trabalho — disse a barman dando de ombros.

— Então por que está na minha casa e junto da minha mãe e a Alya? — questiono.

— Primeiro de tudo, a sua mãe já estava vindo eu só a seguir — responde a Ella — e segundo, eu vim com a Alya para encher um pouquinho do seu saco, sabe o trabalho pode ser estressante as vezes.

— Ella eu não sou uma bolinha ante estresse — digo irritada.

— Eu sei disso — admite Ella — mas não deixa de ser divertido, por isso Alya segura ela.

Antes que eu pudesse entender aquilo minha amiga me segura levantando-me do sofá fazendo que a Ella pegasse o meu celular do bolso e digitasse alguma coisa. — Prontinho — disse ela sorrindo.

— O que você fez? — pergunto.

— Marquei um encontro.

Será que ainda dar tempo de voltar para a cama e fingir que tudo isso é um pesadelo?

Continua...

Amigas, amigas, sentimentos a parteOnde histórias criam vida. Descubra agora