Capítulo 43: Lírio

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Vanessa: on

— Você poderia me levar? — pergunto me sentindo meio tímida — claro se não for um incomodo.

— Meu bem essa é a melhor coisa que me aconteceu no dia — responde Ella sorrindo — e eu posso sim te levar é só me dizer quando.

— Pode ser hoje? — pergunto.

— Não vejo porque não — disse ela — vamos?

— E o seu trabalho? — questiono surpresa.

— Eu dou meu jeito — disse Ella segurando o meu braço enquanto ia em direção ao estacionamento.

— Mas o seu chefe não vai reclamar? — pergunto assim que me solta na frente de um trailer cor vinho.

— A minha chefe não vai dizer nada ela é uma mulher muito compreensiva pra isso — disse Ella abrindo a porta — além do que ela não me demitiria nem em sonhos.

— Como pode ter tanta certeza? — pergunto entrando junto a ela.

— Tá fazendo muita pergunta meu bem — disse Ella se sentando no banco do motorista colocando o cinto e um óculos de grau que tirara do porta luvas — poupe o seu fôlego vai precisar e por que o lírio?

— Eh... coisa minha — respondo desviando o olhar também me sentando e colocando o cinto.

— Se me contar talvez ganhe coragem para o que quer fazer — disse Ella começando a dirigir a caminho da universidade de Sara sem tirar o olho da estrada.

— Eu penso diferente se eu contar aí sim perderei a coragem — digo.

— Bem, faça o que achar melhor, mas saiba que a viagem passaria mais rápido se convesassemos — disse Ella ligando o rádio não parecendo realmente querer conversar — mas ouvir música tem o mesmo efeito, mas se mudar de ideia, estou ouvindo.

Era estranho ver a barman insistir na conversa sendo que a própria não parecia querer isso deixando uma brecha para retomar o assunto caso eu quisesse, pensando bem agora é realmente estranho que confiamos tanto na Ella sendo que mal a conhecemos, na verdade o que realmente sabemos sobre essa mulher? É uma barman, tem 28 anos, é uma amiga antiga da Viviane e tem um interesse estranho em ajudar a mim e a Sara.

— Ella por que você quer tanto nos ajudar? — pergunto a vendo desviar brevemente seu olhar da estrada para mim — afinal você não deve ajudar cada bêbado que conta sua história pra você.

— Não, não ajudo — concorda ela — no máximo chamo um táxi.

— Então por quê?

— É algo pessoal — responde Ella num tom neutro.

— Isso é injusto você invadi a privacidade de todos e não aceita responder uma pergunta — digo a vendo suspirar pesadamente.

— Você tem razão — concorda dando uma longa pausa — eu me vejo na história de vocês, afinal estive numa situação parecida há uns 3 anos atrás e não quero que acabe do mesmo jeito.

— A Viviane disse algo sobre isso — digo sentindo um arrepio no meu corpo quando ela me lançou um olhar pelo canto do olho — ops...

— Tudo bem eu sabia que uma hora ou outra aquela ali faria com a língua nos dentes — disse Ella parecendo não dar muita importância apesar da atitude anterior.

— O que aconteceu? — pergunto querendo saber um pouco mais sobre a barman.

— Levei um tiro — responde Ella com simplicidade — agora durma a viagem será longa e essa conversa está me distraindo.

Apesar de querer questionar-la sobre como nossa história séria semelhante sinto que seria melhor fazer o que ela disse, e tão me ajeito no banco e durmo pelo resto do caminho até que sou acordada por ela que sacudia.

— Levanta que já chegamos.

— Que horas são? — pergunto coçando os olhos.

— 7 horas da manhã — responde Ella— e se não me engano daqui a pouco a Sara passa por aqui.

— Você dormiu? — pergunto me levantando.

— Sofro de insônia, então a resposta é não — disse ela — mas não tem problema um ou duas noites sem dormir não vai fazer muito mal.

— Sabe que descobrir .aos coisas sobre você nessas últimas horas do que nos meses que nós nos conhecemos, não é?

— Estou ciente do fato — confirma Ella — agora vá logo antes que perca a chance e a coragem.

Sabendo que ela estava certa desço do trailer sentindo que me seguia com o olhar. — Boa sorte no seu desafio.

— Como? — questiono surpresa me virando em sua direção a vendo apoiada na janela de braços cruzados.

— Você não é a única que assistiu "Imagina eu & você" — responde Ella apontando para algo em minha frente — e a Sara tá vindo aí.

Com isso volto a olhar para frente vendi minha amiga se aproximar conversando com uma ruiva até que me avista, então respiro fundo e vou em sua direção mantendo o lírio em minhas costas. — Oi Sara — digo timidamente.

— Vanessa o que está fazendo aqui? — pergunta ela parecendo confusa.

— É que eu vim... — começo a falar, mas perco a coragem no meio olhando para a ruiva que franzia a testa enquanto olhava para minhas costas antes de suspirar e se afastar.

— O que a Ella tá fazendo aqui? — pergunta Sara parecendo ainda mais confusa.

— Ela me deu uma carona — respondo — Sara você pode só me ouvir por enquanto?

— Tá me assustando — disse ela, mas antes que pudesse continuar a faço se calar com um olhar.

— Obrigada — digo lhe mostrando o lírio — sei que pode ser um pouco tarde, mas você e meu irmão sempre disseram que sou meio lenta pra entender algumas coisas, então topa o desafio?

Surpresa ela olha para mim, para o lírio e de volta para mim. — Você não pode está falando sério — disse Sara.

— Por que não? — questiono ficando preocupada.

— Vanessa — resmunga ela passando a mão pelo rosto — você tem noção do que passei nesses últimos tempos?

— Desculpa?

— Não, não, é tarde demais pra isso — disse Sara — sabia que eu estava a um passo de superar o que sentia por você?

— Isso significa?

— Não consegue adivinhar? — questiona ela pegando o lírio e me puxando para perto.

— Não — respondo.

— É você realmente é lerdinha para entender através de palavras — disse Sara com um sorriso de lado.

— Ei — reclamo fazendo bico.

— Nem vem eu só repetir o que disse anteriormente — disse ela sem disfarçar o sorriso travesso — e já que palavras não foram o suficiente talvez ações sejam.

Antes que eu pudesse entender o que ela pretendia a vejo diminuir a distância entre nossos rostos fazendo o meu coração errar uma batida, ela realmente iria me beijar? Sem perceber acabo prendendo a respiração e entre abrindo os lábios a espera de sua ação quando a sinto beijar minha testa.

— Mas gosto de algo chamado consentimento — disse Sara sorrindo com os olhos brilhando.

Continua...

Amigas, amigas, sentimentos a parteOnde histórias criam vida. Descubra agora