Capítulo 37: O jogo

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Alya: on

— Como eu deixei você me convencer a participar disso? — questiono olhando para a mulher ao meu lado que não tirava os olhos das duas mulheres que conversavam pouco mais a frente.

— Você tem uma mente fraca — responde Ella movendo a mão pro lado perto do meu rosto fazendo-me bufar de raiva — afinal Jedis só conseguem manipular mentes fracas.

— Você consegue falar sério pelo menos uma vez? — pergunto irritada pelas irritantes referências geeks nas falas da mais velha — e me explicar direito o seu plano?

— Claro — confirma ela enfim olhando para mim.

— Que bom, qual é o plano?

— O plano não existe — responde Ella voltando a olhar para minha amiga e a Linda.

— Como assim não existe? — pergunto me exaltando irritada — tem que ter um plano.

— Não tem plano — insiste a mulher sorrindo enquanto dava de ombros — o que existe é uma esperança tola que tudo acabe bem com a Sara e a Vanessa já que não podemos mudar ou manipular o que as duas sentem ou as decisões que iram tomar.

— Então, por que está empurrando a Sara para a Linda? — questiono confusa.

— Capricho? — sugere Ella.

— Tá de brincadeira, né?

— Um pouco — admite a mulher — eu quero que a Sara ganhe um pouco de confiança, afinal pessoas na condição dela tem sérios problemas nesse quesito.

— Usando outra pessoa? — questiono.

— De certa forma — disse Ella quando a Linda passou por nós picou para ela recebendo outra de volta.

Pera aí elas se conhecem?

Sara: on

— Você está um pouco tensa — observa Linda enquanto andávamos pela boate atrás das minhas outras amigas que haviam sumido assim que entramos no lugar.

— Difícil não ficar quando se é obrigada a vim, sem ofensa — digo rapidamente.

— Tudo bem, a Ella pode ser uma pessoa difícil de dizer não — disse Linda me deixando surpresa — principalmente quando se deve algo a ela.

— Você conhece a barman? — pergunto tentando entender aquilo.

— Conheço só que não como barman — confessa ela.

— Então, o que você está fazendo comigo é só um favor? — questiono um pouco ofendida.

— Não, eu estou aqui porque quero — disse Linda — a conversa que estou tendo é o favor.

— Como assim?

— A Ella me pediu para falar com você, afinal você não falaria com ela ou com a Alya sobre o que se passa aqui — disse Linda tocando em minha cabeça antes de apontar para o meu peito — e aqui.

— Isso é golpe baixo — digo desanimada — e a Ella não tinha o direito de falar sobre minha vida para outras pessoas.

— Ela não falou, só pediu para eu conversar não especificou o assunto — disse ela com um sorriso divertido — por isso você pode escolher o assunto que se sentir confortável para conversar.

— Você só começou a falar comigo por causa da Ella? — questiono desconfiada.

— Não, a Ella só veio falar comigo bem depois.

— Tem alguém que não tenha algum contato com essa mulher?

— Também gostaria de saber — disse Linda ainda sorrido me causando um sorriso.

— Sério as vezes isso me dar um certo medo — digo enfim encontrando as outras duas.

— Bem, quem não ficaria com medo de alguém capaz de saber tudo sobre sua vida sem nem saber disso? — questiona Linda piscando para a Ella que sorria em nossa direção.

— Acho melhor não voltamos agora — sugiro.

— Concordo — disse ela sorrindo cúmplice — vamos deixa-la um pouco na curiosidade.

Com isso nós duas decidimos sair da boate para que pudemos conversar sem muitas interferências. — Bem melhor — digo me esticando enquanto respirava fundo o ar puro ou quase do lado de fora.

— Que tal fazemos um jogo? — questiona Linda parecendo querer quebrar o gelo.

— Que tipo de jogo? — pergunto curiosa.

— Você me faz uma pergunta sobre o que gostaria de saber sobre mim e eu faço uma pergunta sobre você — respondeu ela.

— Sou forçada a responder?

— Não se não quiser — disse Linda dando de ombros — afinal essa brincadeira é pra você se sentir mais confortável.

— Ok, mas eu começo — digo enfim concordando por não ver problema no jogo.

— Por mim tudo bem — disse ela dando de ombros.

Querendo encontrar a melhor pergunta para começar a brincadeira passo alguns minutos pensando no que poderia ser um bom assunto.

— Como conheceu a Ella? — questiono, afinal até onde eu sabia a Linda morava muito longe da boate a onde a barman trabalhava para que tenham se conhecido por lá.

— Por um amigo — responde Linda sentando no chão com as costas encostadas na parede e me puxando junto a ela.

— Sabe que esse chão tá imundo, né? — questiono.

— A vida é feitas de riscos — disse ela sorrindo — e continuando o jogo, eu estava tendo problemas na época e esse meu amigo disse que conhecia alguém que poderia me ajuda, mas por um preso.

— Ela cobrou você? — pergunto surpresa.

— Uma pergunta por vez, por favor - disse Linda — mas não a Ella não me cobrou nada mais que um favor, agora é minha vez.

— Tudo bem — digo dando de ombros.

— O que uma pessoa precisa fazer para você gostar dela? — pergunta ela olhando para mim.

Continua...

Amigas, amigas, sentimentos a parteOnde histórias criam vida. Descubra agora