five

2.2K 261 37
                                    

Gatria já estava na sala, no caminho ela encontrou um Hufflepuff que a ajudou, ele sempre tentava puxar conversa com ela até chegarem na sala e cada um ir para um canto. A menina se sentou do lado esquerdo onde estavam todos os Ravenclaw da sua turma, ela se sentou em uma mesa vazia e colocou seu livro, pena, tinteiro e pergaminho sob a mesa deixando a mochila no chão.

— Gatria, não? – um menino perguntou ao se sentar do lado dela. – Sou Zander. – diz após a menina confirmar.

— Prazer em conhecê-lo. – fala com um sorriso mínimo enquanto volta sua atenção para o livro, ela já havia lido duas vezes mas queria ter certeza que lembrava de tudo.

— Gostei das suas cicatrizes, elas te deixam ainda mais bela. – comentou enquanto via a menina ficar ruborizada, ninguém além de seu tio nunca elogiou suas cicatrizes.

— Obrigado. – agradeceu de forma tímida fazendo o garoto sorrir.

Até que o professor chegasse eles ficaram conversando enquanto Gatria continuava lendo o livro. Lupin abriu a porta e olhou para cada um de seus alunos e seu olhar parou em Gatria, ela se parecia muito com Capella tendo herdado apenas a cor dos olhos de James e o cabelo Potter. Depois das apresentações ele pediu para que os alunos o seguissem e então todos fizeram enquanto sussurravam entre si, questionando para onde o professor estava os levando.

— Alguém sabe o que tem aqui dentro? – Lupin perguntou assim que todos os alunos estavam dentro da sala, de frente para o armário.

— Um bicho-papão. – Zander respondeu enquanto desviava os olhos para o professor.

— Muito bem Sr. Travors, tem um bicho-papão aqui dentro. – concordou enquanto começava a andar em volta dos alunos. – E alguém sabe explicar o que é um bicho-papão? – perguntou vendo Gatria levantar a mão. – Diga, Sta. Potter.

— Ele é um transformista, professor, ele pode se transformar em seu pior pesadelo. – responde com os olhos vidrados no armário. – Já tive um em meu armário.

— Então eu imagino que saiba qual feitiço deve ser usado para se proteger. – ela confirma com a cabeça. – Ótimo, mas antes quero que todos repitam, Ridikullus. – pede é todos repetem automaticamente. – Já que a Sta. Potter já teve uma experiência, eu gostaria que ela fosse a primeira para termos uma demonstração. – falou e pela primeira vez desde que entraram na sala ele tem a atenção da garota em si. – Todos para trás, vamos. – Nada é real, então não precisa temer. – sussurrou vendo a menina parecer assustada.

Claro que ela estava assustada, seu primeiro bicho-papão foi aos seus 6 anos, quando ela teve a visão de Régulus dizendo que não a amava e que nunca a amaria, mas ela sabia que aquilo havia mudado, é claro que sabia. Ela fechou os olhos por um momento enquanto respirava fundo e então olhou para Lupin que estava apenas esperando um sinal de que poderia abrir o armário e então ela assentiu logo vendo ele se abrir, a primeira pessoa que saiu do armário era Régulus e ele estava todo machucado, Gatria deu dois passos para trás quando vou a outra figura sair, era ela em sua forma de lobisomem.

Esse era um de seus maiores medos, estar com Régulus em uma lua cheia e acabar machucando-o, acabar o condenando a ser um lobisomem ou pior do que isso, matá-lo. Ela olhava aquela cena com o rosto cheio de lágrimas, mas se forçou a levantar a sua varinha e pronunciar o feitiço quando seu professor fez menção de interferir.

— Ridikullus. – disse com a voz falha fazendo a cena logo mudar para um palhaço que fez todos os alunos explodir em risadas, menos ela.

— Muito bem, façam uma fila e todos iram ter sua vez. – Lupin anunciou enquanto observava a menina indo até um canto da sala e se sentando no chão enquanto encostava na parede com os olhos fechados.

Ela sabia que nada daquilo era real, mas tinha tanta probabilidade disso acontecer e era isso que a deixava assustada; Remus deixou com que seus alunos ficassem se divertindo com o bicho-papão e foi até Gatria, se abaixando na frente da menina.

— Está tudo bem? – perguntou observando ela fazer que sim. – Eu sei como você se sente.

— O senhor também tem medo de machucar alguém? – questiona olhando nos olhos de seu professor, vendo-os brilhar levemente âmbar.

— Sim, sabe, eu não tenho total controle, na verdade não tenho nenhum controle sobre mim e por isso sempre tento me manter longe de todos.

— Eu aprendi a me controlar, mas tenho tanto medo de machucar pessoas importantes para mim, medo de matar ele. – explicou enxugando o rosto. – Ele cuidou tanto de mim que eu não poderia me perdoar se o matasse.

— Não pense muito sobre isso, você não fará, vá respirar um pouco de ar, está dispensada. – falou se levantando e ajudando ela a se levantar.

A garota saiu da sala e começou a caminhar pelo Castelo para tentar tirar aquela cena da sua cabeça, enquanto andava pelo corredor ouviu um barulho alto e logo um fantasma passou por ela sendo seguido por dois ruivos que acabaram esbarrando nela, quase sendo atacados por Hades. Mas eles foram mais rápidos e se levantaram, puxando a menina para correr junto com eles quando ouviram Filch se aproximando, ela foi puxada vários degraus acima e por vários corredores até chegar em frente a uma parede ao qual apareceu uma porta que assim que eles entraram desapareceu. Gatria estava ofegante assim como os outros dois meninos, ela se sentou do chão e Hades saiu de sua cintura se preparando para atacar os dois ruivos.

Não é para atacá-los. – falou e a cobra voltou para a cintura dela. – Por que me puxaram junto?

— Filch iria pegar você e provavelmente você ficaria de detenção por não estar na sala de aula. – o ruivo com uma falha na sobrancelha explicou. – Aliás, por que não está na sala?

— Não estava me sentindo bem e o professor Lupin permitiu que eu saísse. – explicou. – E vocês?

— Estávamos fazendo uma pegadinha. – o outro ruivo respondeu. – Você é a aluna nova não é? Chegou chamando bastante atenção.

— Sou uma meio Veela, eu chamo atenção mesmo eu não querendo. – murmura a última parte.

— Cicatriz foda, como as conseguiu? – perguntou olhando o rosto dela.

— Não gosto de falar sobre. – respondeu desviando o olhar. – Eu não sei quem são vocês.

— Sou o Fred. – a garota o olhou e percebeu que era o que tinha uma falha na sobrancelha.

— Eu sou o George. – o outro se apresentou e ela concordou sorrindo.

— Acho que já sabem, mas eu sou Gatria. 

Meu príncipe mestiço (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora