sixteen

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Gatria já havia estudado sobre o libido dos lobisomens e sabia sobre o cio, ela já havia passado por alguns então esse sentimento de calor irradiando seu corpo não era estranho, assim que saiu da sala de seu professor ela percebeu que seus feromônios estavam se soltando para então atrair um parceiro em potencial para “acasalar”. Enquanto tentava se manter, ela também esperava que não encontrasse ninguém pois seria um pouco difícil esconder seus feromônios naquele momento, mas para seu azar ela encontrou Draco no caminho que logo a parou. 

— Tudo bem, Gatria? – perguntou preocupado. – Você está suando frio. – se aproximou colocando a mão na testa da menina. – E está com febre também.

— E-eu… – mordeu o lábio envergonhada. – Eu tô no meu rut, preciso chegar ao meu dormitório. – explicou rapidamente e então a compreensão apareceu no rosto do menino.

— Ah, entendi. – disse assentindo pra ele mesmo. – Eu não acho que você esteja em condições para voltar ao seu dormitório sozinha, vem você pode ficar em meu dormitório até amanhecer. – ofereceu e viu um leve pânico nos olhos da mais velha. – Eu posso dormir no quarto de Meredith.

— Tudo bem. – se deixou ser levada por Draco que a pegou percebendo que ela não iria conseguir caminhar por muito tempo.

Quando entraram pela passagem da comunal ambos agradeceram por não ter ninguém ali e por esse motivo foi mais fácil de ir para o dormitório do loiro, ele a colocou em sua cama e foi até o banheiro deixando a banheira encher e então voltou a pegando e colocando-a dentro da água com a roupa no corpo. Draco deixou-a sozinha e voltou para o quarto pegando uma cueca que talvez servisse nela e a sua camisa do time que ficava grande nele então ficaria na morena também, ele pegou uma toalha e produtos de higiene pessoal para que ela pudesse usar e então saiu indo atrás de sua irmã mais velha.

Gatria terminou seu banho e voltou para o quarto enrolada em uma toalha fofa, pegando a cueca e a camisa colocando-as e então logo se deitou na cama tentando dormir mas não conseguia, assim que ela sentiu seu calor diminuindo ela se levantou e resolveu voltar para seu dormitório. Antes de sair ela pegou um pergaminho e uma pena escrevendo um bilhete agradecendo Draco e dizendo que devolveria as roupas assim que conseguisse. 

A menina observou antes de sair e quando percebeu que não tinha ninguém ela se foi e começou a andar o mais rápido possível para a Torre da Ravenclaw, enquanto ela estava dispersa em pensamentos ela não percebeu que tinha alguém em sua frente e deu de cara com a pessoa. “Maldito nariz.” pensou enquanto se xingava por não ter sentido o cheiro da pessoa, assim que olhou para ver de quem se tratava e para se desculpar pelo ocorrido sua voz morreu e tudo que ela queria era sumir, afinal, a última pessoa que ela queria que a visse andando pelo corredor no meio da noite com nada além da camisa do uniforme da Slytherin e uma cueca, era seu irmão que nem ao menos estava falando com ele.

— Gatria! – exclamou olhando-a, mas ela nem o deixou continuar pois desviou dele e saiu correndo, o que não funcionou já que ele a alcançou. – Onde você pensa que vai? – pergunto olhando em seus olhos.

— Me solta Harry, será que você não pode simplesmente continuar fingindo que eu não existo? – questiona olhando para onde o mais novo estava a segurando. – Eu só quero voltar para o meu dormitório, então tem como me soltar por favor? – pediu puxando o braço mas ele não a soltava.

— Eu não vou soltá-la até me explicar. – apertou mais fazendo-a gemer de dor. – Onde você estava? E por que está com o uniforme do time da Slytherin? – perguntou agora percebendo a roupa da menina. – Não, deixe-me adivinhar, você estava com um deles. - cuspiu com raiva. – Você é nojenta, Gatria.

Ela apenas ficou quieta e a cada passo que ele se aproximava ele se afastava para trás começando a ficar com a respiração falha quando ele começou a levantar a voz, ela odiava gritos principalmente porque depois que Walburga começou a ficar louca a mulher sempre gritava consigo ou quando brigava com alguém aos gritos era Gatria quem sempre seria castigada, seu tio sabia sobre sua sensibilidade aos gritos, apenas não sabia o motivo. Harry não parava e ela apenas parou de ouvir coerentemente enquanto tapava os seus ouvidos se encolhendo aos poucos.

— Chega, por favor. – pediu em um sussurro. – Por favor. – repetia fazendo o garoto para e tentar se aproximar dela que recuou mais uma vez. – Não chega perto por favor, prometo ser boa. – o mais novo paralisou olhando para sua irmã, ele percebeu que ela se parecia com ele quando era mais jovem e os Dursley o punia.

— O que faz fora de seu dormitório senhor Potter? – Snape perguntou se aproximando enquanto olhava para Harry sem perceber a presença de Gatria até ouvi-la.

— Eu vou me comportar, me desculpe. – dizia várias vezes enquanto apertava os olhos e os dois olhavam para ela com misturas de curiosidade e preocupação. 

— O que está acontecendo aqui senhor Potter? – o Mestre de Poções questionou voltando a olhar o menino que tinha o olhar fixo na menina encolhida.

— E-eu não sei senhor. – gaguejou se afastando um pouco. – Nós esbarramos e eu fiz algumas perguntas e talvez eu tenha aumentado um pouco meu tom de voz, mas eu não sabia que ela ficaria assim.

— Menos 20 pontos para Gryffindor, volte para seu dormitório. – mandou mas o menino nem se mexeu para obedecer. – Vá para o seu dormitório agora ou tirarei 70 pontos de sua casa.

— Eu não pretendo deixar minha irmã aqui, inclusive com ela nesse estado. – diz recebendo um olhar mortal do homem.

— Eu me atrevo a dizer, senhor Potter, que você seja a última pessoa que ela queira ver neste exato momento. – disse se aproximando aos poucos da menina. – Vá para o seu dormitório agora. – mandou novamente e então o menino obedeceu dando um último olhar na irmã mais velha. – Qual o problema? – perguntou-se tentando entrar na mente da menina para logo ser expulso.

Ele suspirou a pegando e levando para a ala hospitalar já que era mais próximo do que sua sala, Pomfrey havia saído para resolver algo com o diretor e por isso ele teve que usar suas habilidades de medimagia e a induziu ao sono por meio de poção de sono sem sonhos e com uma poção calmante. Quando ele teve certeza de que ela estava calma finalmente guardou todas as coisas e a observou por um momento, percebendo a roupa que ela estava usando finalmente percebeu o motivo do início da discussão com o Potter mais novo.

O homem se levantou da cadeira que estava sentado quando ouviu a porta abrir e Madame Pomfrey entrou olhando-o de forma questionadora, ele explicou tudo que precisava e voltou a fazer sua ronda pelo castelo.

18/06/1995

Todos os alunos estavam no trem voltando para casa, Gatria havia deixado Hades em Hogwarts para ajudar no processo de chocagem do ovo e agora estava apenas ela, Zander, Luna e Ginny – que havia se juntado ao grupinho por ser amiga de Luna –, os três estavam conversando enquanto a menina lia o livro que havia ganhado de Harry. Por falar em Harry, ele havia se afastado ainda mais da menina, mas na verdade ele só não sabia o que fazer e tanto Ron, quanto Hermione e Dumbledore o aconselharam a se afastar dela.

Assim que chegaram na estação a morena pegou suas malas descendo do trem e procurando por todo o local até ver seu tio a esperando um pouco mais distante da multidão de pessoas, ao lado dele tinha o familiar cão negro, Gatria começou a andar mais rápido e logo pulou em Régulus que a pegou sem nem ao menos hexitar, ela se deixou ser apertada por ele até sentir o grande cão pular nos dois pedindo atenção também.

— Eu tive saudades. – falou com a voz embargada enquanto escondia seu rosto no peito dele. – Mesmo se for eu pedindo, nunca mais me mande para longe de você. – pediu erguendo o rosto para olhá-lo.

— O que aconteceu? Você estava tão animada de ir para Hogwarts, conhecer Harry. – perguntou acariciando o cabelo da menina enquanto olha para o cão que nega como se também estivesse confuso. – Vamos para casa? Lá nós podemos conversar melhor. – ela afirma e logo aparatam.

Meu príncipe mestiço (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora