— Então, irá me contar o que houve ou prefere que eu veja? – Régulus perguntou assim que eles estavam na sala de estar da casa Black.
— Prefiro que você veja, por favor. – pediu e o mais velho assentiu usando a varinha para entrar na mente da sobrinha e vendo tudo desde o momento em que ela chegou em Hogwarts, quando ele saiu de suas memórias ela não deixou que ele falasse. – Irei para a cozinha.
— O que você viu? – Sirius perguntou preocupado enquanto olhava para o irmão.
— Ela quase foi estuprada pelo seu professor, e eu nem pude a proteger. – o homem respondeu colocando a cabeça entre as mãos. – O irmão dela, que ela sempre insistiu tanto para conhecer, se afastou dela apenas porque ele descobriu que tem licantropia.
— Talvez Harry tenha se expressado errado. – Sirius tentou argumentar a favor de seu afilhado tentando amenizar um pouco as coisas.
— Se expressou errado? – questionou levantando a voz. – Ele a viu com a camisa do time da Slytherin enquanto voltava pro dormitório dela e começou a atacar com palavras porque, segundo ele, Gatria apenas decidiu ir para Hogwarts agora pois se beneficiaria muito por causa de seu encanto Veela, ele nem ao menos olhou na cara dela direito depois que libertaram você. – diz com raiva ainda com a voz mais elevada do que o normal.
Quando Sirius iria o responder mas antes que pudessem continuar a discussão eles puderam ouvir um baixo cantarolado vindo da cozinha e no mesmo instante Régulus se sentiu culpado por ter se esquecido do quão sensível a menina era aos gritos, ele se afastou de Sirius enquanto suspirava em autodepreciação e se aproximou da porta dando leves batidas.
— Ei, minha princesinha. – chamou em um tom baixo e calmo. – Abra para o tio entrar. – pediu mas não obteve uma resposta e a menina continuou cantarolando. – Me desculpe, ok? Eu não queria assustá-la meu amor, prometo que nunca vou te machucar, só quero que você abra pra mim, por favor. – implorou ainda sem receber nenhuma resposta e então suspirou se sentando encostado na parede ao lado da porta para esperar até que ela se sentisse bem; o homem continuou ali até ouvir a tranca ser aberta e ele se levantou rapidamente. – Vem cá. – chamou abrindo os braços para recebê-la com um abraço enquanto a morena escondia o rosto no peito dele. – Me desculpe por assustá-la, eu não queria fazer isso. – disse a pegando e deixando que ela entrelaça-se as pernas em sua cintura a levando até a sala.
— Podemos ter uma festa do pijama? – pediu com a voz abafada e recebeu um aceno de concordância. – Oh! Eu estudei amortentia, mas foi estranho, não entendi porque do meu cheiro ter sido aquele.
— E quem é sortudo o suficiente para ter o cheiro na amortentia da minha sobrinha? –Régulus perguntou curioso.
— O professor Snape. – disse fazendo Sirius se engasgar com o próprio vinho enquanto Régulus ainda estava surpreso, mas logo superou isso quando viu a careta de seu irmão fazendo-o rir.
— Por que você sentiria o cheiro do Ranhoso? – o Black mais velho perguntou quando se recuperou. – Snape, por que sentiu o cheiro dele? – falou o sobrenome depois de ver o rosto confuso da afilhada.
— Bem, dizem que a Amortentia serve para nos mostrar o cheiro das pessoas pela qual estamos apaixonados. – a menina meditou enquanto inclinava a cabeça para o lado. – Mas eu não entendo, eu não estou apaixonada por ele e nem nada do tipo.
31/07/1995
O trigésimo primeiro e último dia de julho havia chegado e com ele trouxe o aniversário de Harry junto; Gatria, mesmo não conversando com o mais novo, o mandou vários presentes já que ao longo dos anos sempre conseguia comprar ou encontrar algo para entregar ao menino, mas como ele não sabia que ela estava viva, assim como todo o resto do mundo bruxo, a menina não podia correr o risco de mandar os presentes a ele, então ela apenas os embrulhava e guardava para entregar quando pudesse. Eles tiveram de encolher todos os presentes assim que terminaram de etiquetar os nomes já que Sirius também estava mandando algumas coisas que ele tentar começar a compensar os anos perdidos.
— Molly e Arthur a convidaram para acompanhá-los ao Campeonato de Quadribol. – ela ouviu a voz de seu tio e quando se virou viu a carta. – Se quiser ir com eles eu não vejo problema algum.
— Não sei se seria a melhor ideia que e vá, o trio de ouro praticamente pararam de falar comigo assim que descobriram sobre minha condição, gosto de conversar com os gêmeos e Ginny, mas não somos tão próximos, não posso ir com os Malfoy? – pediu mesmo sabendo que nunca iria acontecer.
— Ei, Gatria, eu confirmei a Molly que você estaria indo com eles. – Sirius disse enquanto descia as escadas.
— Você fez o quê? – a mais nova perguntou cerrando os olhos. – Eu não queria ir, nem sou bem-vinda lá, talvez pelos outros mas não pelo trio e eu não quero estar no mesmo ambiente que pessoas que não gostam de mim. – respirou fundo e subiu para seu quarto.
— Eu pisei na bola, não foi? – perguntou cabisbaixo para o irmão.
— Foi, e vai lhe custar muito doce trouxa e horas de aconchego e carinho para ela te perdoar. – respondeu. – Mas não se esqueça, a memória dela é maravilhosa, principalmente se ela quiser usar algo contra você.
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Meu príncipe mestiço (Reescrevendo)
FanfictionQuando todo o mundo bruxo achou que a Potter mais velha havia morrido ela finalmente apareceu para cursar seu quinto ano em Hogwarts e tentar se aproximar de seu irmão mais novo, mas o que ela não esperava era que um certo bruxo das Trevas chamasse...