eighteen

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Agosto havia chegado e faltava apenas uma semana para o dia do Torneio de Quadribol, Gatria estaria indo para a Toca por rede de pó de Flú e assim que ela chegou conseguiu ouvir risadas e vozes, ela saiu da lareira limpando sua roupa enquanto sentia os olhares em si. A menina levantou os olhos e olhou cada um com um sorriso tenso no rosto, mas ela relaxou um pouco quando viu um ruivo conhecido, quando Régulus a levou para uma visita na Romênia eles o conheceram em um dos lugares que cuidavam dos dragões, ela tinha por cerca de 12 anos e nunca perguntou pelo sobrenome dele.

— Ei Charlie. – sorriu para o ruivo que se levantou e a cumprimentou com um abraço. – É tão bom revê-lo. – diz aceitando o abraço enquanto todos os olhavam sem entender.

— Ah querida, que bom que já chegou. – abraçou a garota. – Como se conhecem?

— Lembra quando eu disse em uma das minhas cartas sobre uma garota que resolveu fugir e montar em um barriga de ferro ucraniano? – pergunta pra sua mãe que arregalou os olhos assentindo. – Era de Gatria que eu estava falando.

— A melhor parte de tudo foi a cara de todos quando o dragão não gostou e me arremessou. – falou rindo levemente. – Aquele dia foi muito bom, tirando a parte que eu passei meu aniversário em uma cama de hospital. – fez uma pequena careta. – Eu ainda tenho algumas das marcas.

— Régulus é louco em deixar uma criança sem supervisão em um local cheio de dragões. – a senhora Weasley diz de forma repreensiva enquanto a menina ri baixinho.

— Ele sempre faz tudo que eu peço, acho que ele me mimou demais. – enquanto falava tinha um sorriso no rosto.

— Bom dia Gatria. – Hermione chamou a atenção da morena. – Fico feliz que tenha se juntado a nós. – Gatria deu um sorriso falso para a garota mais nova.

— Bem, eu não poderia vir, mas como meu padrinho respondeu dizendo que eu poderia, eu não pude simplesmente deixá-los assim. – diz dando de ombros.

— Se não podia vir, não precisava querida. – Molly comentou gentilmente.

— Não se preocupe senhora Weasley, não é nada que eu não possa resolver depois.

— Charlie ajude ela com as malas. – mandou ao se virar para o filho. – Espero que não se importe de ficar no mesmo quarto que ele e Gui. 

— Não vejo nenhum problema nisso. – respondeu e seguiu o mais velho escadas acima.

— Não é tão grande como com o que está acostumada, mas é o que temos, e eu garanto que é melhor e mais aconchegante do que ficar com os gêmeos. – falava enquanto colocava as malas em um canto.

— Eu gostei, e eu já estou acostumada em dormir com alguém no quarto. – disse se sentando na cama e suspirando. – Eu nem deveria estar aqui.

— E por que não? – questionou se sentando ao lado da garota. – Eu gostei de te ver novamente. – sorriu passando o braço no ombro dela e a puxando para baixo enquanto deitavam.

— Eu também gostei de te ver de novo, grandão. – diz se aconchegando no peito dele. – É só que, sei lá, você não percebeu como o incrível trio de ouro estava me olhando? Eu não preciso e nem quero aquele olhar, principalmente do meu irmão, Carlinhos. – respirou fundo para continuar. – Você descobriu o que eu sou e mesmo assim está aqui me abraçando e me tratando como um ser humano normal, você que era apenas um desconhecido me tratou como um ser humano, enquanto isso Harry apenas me olha com pena e medo, não é só ele, Ron e Hermione também, mas eu não preciso de pena, nunca precisei, eu não sou uma galinha, eu sou um lobisomem. – falava irritada e o ruivo deu risada com a última parte. – E mesmo assim, pena não vai mudar o que eu sou.

— Não fique assim querida, eles apenas precisam de um tempo para entenderem que você nunca machucou ninguém e nunca fará isso, não se cobre tanto. – pediu apertando-a mais em seus braços e deu um beijo no cabelo bagunçado dela.

— Eles aceitaram padrinho Remus tão rápido, por que não eu também? – perguntou levantando a cabeça para olhar nos olhos de Charlie. – Será que eu fiz algo errado? – sua voz saiu triste. – Ok que eu escondi que sabia onde Sirius estava, mas eu não entregaria meu padrinho inocente para o Ministério.

— Você não fez nada de errado, ok? – levantou a puxando junto. – Agora vem, mamãe já deve estar vindo atrás de nós dois. – segurou a mão da menina enquanto conduzia o caminho.

— Eu já estava subindo para buscá-los. – a senhora Weasley falou e eles foram até a mesa, Charlie sentou ao lado de Ginny deixando apenas um lugar livre entre Harry e Ron e ela se sentou suspirando. 

— Então, Gatria. – senhor Weasley a chamou e ela levantou os olhos do prato. – Fiquei sabendo que morava no mundo trouxa. – fala recebendo um aceno possitivo. – E qual sua opinião sobre lá?

— Acho muito bonito, tem muitos lugares magníficos, só que o que eu mais gosto deles são os doces, os poemas, romances e acessórios. – fala mostrando seu bracelete que ganhou de seu tio. – Eu tenho doces trouxas em minha mala, posso pegar para que todos possam provar. – ofereceu e viu que a senhora Weasley iria recusar. – Titio tende a exagerar quando coloca doces em minhas malas.

— Nós adoraríamos. – o patriarca disse.

— Pegarei assim que todos terminarmos o almoço. – diz e ele assente.

Quando todos terminaram de comer a Potter mais velha ajudou Molly e Ginny na limpeza e logo em seguida subiu para pegar os doces, na volta ela estava passando pela porta de Ron que estava entreaberta e parou quando ouviu as vozes.

— Não entendo porque mamãe insistiu em convidá-la. – Ron parecia irritado enquanto dizia aquilo. – Ah é mesmo, os gêmeos e Ginny insistiram, não sei para quê, e se ela acabar nos atacando? – o coração da menina se apertou com aquilo.

— Eu não acho que ela possa nos atacar. – Harry tentou. – Se ela fosse nos atacar já teria feito isso desde a primeira lua cheia.

— Ron tem razão, Harry. – Hermione falou. – Ela pode ser perigosa, nenhum lobisomem tem total controle sobre si mesmo.

— Mas ela parece ter. – tentou defender a irmão.

— E se ela apenas estiver fingindo? Ela é amiga dos Malfoy, não me surpreenderia que estivessem tramando contra nós. – Ron dizia mais uma vez e Gatria torceu o nariz ao sentir o cheiro de uma maldição. – Ouvi dizer que ela estava saindo da Slytherin no meio da madrugada, não me surpreenderia se ela tivesse dormido com alguém de lá, principalmente Malfoy.

— É, parando para pensar dessa forma, quando eu briguei com ela, Gatria estava com uma camisa do time da casa das cobras, eu fiquei sabendo que era de Malfoy quando no outro dia ele pediu outro para Madame Hooch. – Harry falou e a morena sentiu sua garganta secar.

— Talvez ela nem ao menos seja sua irmã de verdade, talvez a mãe dela tenha mentido, não lembra que ela disse que a mãe dela era obcecada pelo seu pai? – a pergunta de Ron foi a gota d’água, a menina acabou deixando alguns pacotes cair no chão e o barulho chamou a atenção do trio que abriu a porta e cada um tinha uma expressão diferente nos olhos.

— Aqui estão os doces. – sorriu forçado colocando as coisas na mesa e se virou para a matriarca da família. – Me desculpe senhora Weasley, eu realmente tentei, mas não consigo, obrigado por terem me convidado, eu venho buscar minhas coisas depois. – foi até a lareira. – CASA DOS BLACK. – gritou logo sendo transportada para casa.

Meu príncipe mestiço (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora