Clarke analisou o resultado dos interrogatórios que os policiais fizeram com os vizinhos no edifício onde Fitzhugh morava. A maioria deles declarou o que ela já esperava. Fitzhugh e Foxx eram calmos e muito reservados, embora gentis com a maioria dos vizinhos do prédio. A única informação que a deixou interessada foi a declaração do andróide que tomava conta da portaria, o qual garantiu que Foxx saíra do prédio às dez e vinte e dois da noite e foi para a rua, só voltando às onze.
— Ele não mencionou o fato de que havia saído, mencionou, Peabody? Nem uma palavra a respeito de ele dar uma voltinha desacompanhado, para respirar o ar da noite?
— Não, ele não mencionou isso.
— Já requisitamos a gravação dos discos do sistema de segurança do saguão do prédio e do elevador?
— Já requisitamos sim, e o material já está catalogado em seu computador. Está no arquivo Fitzhugh 1051.
— Então, vamos dar uma olhada. — Clarke ligou seu equipamento e se recostou na cadeira.
Peabody ficou observando o monitor por cima dos ombros de Clarke e resistiu à vontade de avisar a Clarke que elas duas já estavam oficialmente fora do horário de expediente. Afinal de contas, era empolgante demais trabalhar lado a lado com a mais importante detetive da Divisão de Homicídios da Central de Polícia. Griffin ia fazer uma cara de deboche se ouvisse isso, mas era verdade. Peabody acompanhara a carreira de Clarke Griffin durante anos, e não havia nenhuma outra pessoa na polícia que ela admirasse mais, ou de quem desejasse tanto seguir os passos.
O maior choque da vida de Peabody era perceber que, de algum modo, no decurso de poucos meses, elas acabaram se tornando amigas também.
— Congele a cena! — Clarke se sentou reta na cadeira enquanto a imagem ficava parada. Avaliando a loura cheia de classe que entrava no prédio exatamente às dez e quinze, comentou:
— Bem, aqui está a nossa Leanore, fazendo a sua visitinha.
— Ela acertou quase na mosca quando nos informou a hora: chegou às dez e quinze.
— É... bem pontual a moça. — Clarke passou a língua pelos lábios. — O que acha disso, Peabody? Negócios ou prazer?
— Bem, ela está vestida para tratar de negócios. — Peabody virou a cabeça meio de lado e se permitiu um frêmito de inveja que lhe subiu pela espinha ao reparar no espetacular conjunto de três peças que Leanore vestia. — Veja só, está carregando uma pasta.
— Uma pasta... e uma garrafa de vinho. Ampliar e refinar o foco do quadrante D, setores 30 a 35!... Uma garrafa de vinho bem caro — murmurou Clarke quando a imagem na tela foi ampliada e exibiu o rótulo com nitidez. — Lexa tem algumas garrafas desta safra estocadas na adega. Acho que custa uns duzentos dólares.
— Cada garrafa? Uau!
— Não, cada cálice! — corrigiu Clarke , divertindo-se com os olhos arregalados de Peabody. — Tem alguma coisa aqui que não encaixa... Volte ao tamanho normal do vídeo, em tempo real, e troque a transmissão pela da câmera do elevador. Humm... E... dá pra notar que ela está se produzindo toda! — comentou Clarke , enquanto via Leanore pegar um pouco de pó compacto em sua pasta sofisticada e retocar a maquiagem do rosto, empoar o nariz e colocar um pouco mais de batom enquanto o elevador subia. — E olha só!... acabou de abrir os três últimos botões da blusa...
— Pelo jeito estava se aprontando para um encontro com um homem — disse Peabody, se encolhendo toda quando viu Clarke lançar-lhe um olhar curioso. — Quer dizer... Eu acho que estava...
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Deadly Serie
Aksi[ Continuação de IN DEATH ] A destemida tenente de Nova York, Clarke Griffin acaba de passar por uma prova de fogo. Um casamento, e não por um em que foi convidada ou que teve que ir por obrigação do ofício. Na verdade era o seu momento, era o seu c...