Você mentiu para mim

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Boa leitura  !!!

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Em seu escritório em um andar muito alto no centro, que pairava sobre a cidade, Lexa  estava dando por encerrada a última reunião da manhã. Originalmente, fora planejado que ela ia concluir aquela negociação em Roterdã, mas a magnata arranjara as coisas de forma a participar da reunião através de via holográfíca, a fim de permanecer perto de casa. Perto de Clarke .

Estava sentada à cabeceira de sua reluzente mesa de conferências e sabia que sua imagem estava sendo projetada em uma mesa similar, no outro lado do oceano. Sua assistente sentava-se à sua esquerda e lhe entregava todos os papéis importantes, para a sua aprovação e assinatura. Seu tradutor estava à sua direita, para servir de apoio caso elactivesse algum problema com o fone computadorizado que usava, programado para decodificar idiomas.

A diretoria da ScanAir estava sentada nas outras cadeiras em volta da mesa. Ou, melhor dizendo, as suas imagens estavam. Aquele havia sido um ano muito bom para as Empresas Lexa  e suas subsidiárias. No entanto, não havia sido um ano agradável para a ScanAir, que vinha de uma série de anos seguidos no vermelho. Lexa  estava lhes fazendo um favor ao encampar a empresa.

Pelas expressões sisudas nos rostos de vários dos rostos holográficos, eles não pareciam muito agradecidos.

A companhia precisava de ajustes, o que significava que as confortáveis posições que algumas daquelas pessoas ocupavam teriam que ser enxutas, com redução de salários e responsabilidades. Alguns cargos seriam até mesmo eliminados. Lexa  já selecionara vários homens e mulheres que estavam dispostos a se transferirem para Roterdã, a fim de recolocar a companhia aérea nos eixos.

Enquanto a tradução era lida em um tom monótono por uma voz gerada por computador, ela observava os rostos e a linguagem corporal dos executivos. De vez em quando conferia com o tradutor algumas sutilezas do texto, bem como questões de sintaxe.

Ela já conhecia cada frase e cada termo do contrato de aquisição do controle da empresa. Lexa  não estava pagando o que a diretoria esperava. Os diretores, por sua vez, torciam para que o exame da situação da companhia não tivesse revelado algumas das suas dificuldades financeiras mais delicadas e bem escondidas.

Lexa  não podia culpá-los por isso. Ela teria feito o mesmo. Suas avaliações, porém, eram sempre abrangentes e mostravam tudo.

Lexa assinou seu nome em cada cópia, datou o documento e passou os contratos para sua assistente assinar também, como testemunha, e selar o acordo. Ela se levantou e colocou os contratos em um fax a laser. Segundos depois, a cópia já atravessara o oceano e estava sendo assinada pela outra parte.

— Minhas congratulações por sua aposentadoria, sr. Vanderlay —  cumprimentou Lexa  de forma simpática ao ver os contratos já assinados chegando de volta para ela. —  Espero que o senhor a aproveite bem.

Isto foi recebido por um neutro aceno de cabeça e um agradecimento formal. Os hologramas se apagaram.

— As pessoas nem sempre parecem gratas quando recebem grandes quantidades de dinheiro, não lhe parece, Cara? —  perguntou Lexa  para a secretária, recostando-se na cadeira, com ar divertido.

— Não, senhora. —  Ela estava muito bem arrumada, com os cabelos brancos como neve  e ofuscantes, que combinavam com um estilo glorioso. Levantando-se, ela pegou os documentos em papel, bem como os discos da transação gravados, para arquivá-los. Seu conjunto elegante, de cor ferrugem, exibia um par de pernas maravilhosamente torneadas. —
Parecerão ainda menos agradecidos quando o senhora transformar a ScanAir em uma companhia de sucesso. Em menos de um ano, eu diria.

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