Um fusível

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PREPARADAS PRA SENTIR RAIVA ???!!!

ENTAO VAMOS LA...

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— Lexa sabe mesmo como dar uma festa! —  Anya enfiou um ovo de codorna com molho na boca e começou a bater papo. —  Todo mundo, todo mundo mesmo está aqui. Você já viu o Roger Keene? Ele é assim tipo o chefão da Be There Records. E a Lilah Monroe?... Ela está arrasando em seu novo show da Broadway, com participação ativa da platéia. Talvez Leonardo consiga lançar um charme em cima dela para fazer novos figurinos para o show. E tem também o...

— Pare um instante para respirar, Anya —  aconselhou Clarke  enquanto a amiga tagarelava com a corda toda, empurrando canapés na boca sem parar. —  Diminua a velocidade...

— Estou tão nervosa!... —  Com as mãos momentaneamente livres, Anya apertou a barriga, que estava à mostra, coberta apenas por uma representação artística de uma orquídea vermelha.

— Não consigo parar, sabia? Quando fico agitada desse jeito, não consigo parar de comer nem de falar. É só comer e falar...

— E vomitar, se não segurar a onda —  avisou Clarke . Dando uma olhada em volta de todo o salão, teve  que admitir que Anya estava certa. Lexa  sabia mesmo como dar uma festa.

O aposento todo rebrilhava, bem como as pessoas. Até a comida parecia estar mais brilhante e polida, quase ornamental demais para ser degustada, embora Anya não pudesse servir de referência para isso. Já que o clima cooperara, a cobertura do teto fora aberta, convidando uma brisa fresca para entrar, seguida de uma chuva de estrelas. Uma das paredes estava tomada por um telão, e Anya girava e dançava nele, com seus movimentos preenchendo todo o ambiente.

Lexa  tinha sido esperta o bastante para manter apenas a imagem exposta, sem som.

— Jamais vou ser capaz de pagar isso de volta a você.

— Ah, pára com isso, Anya...

— Não, é sério. —  Depois de lançar um sorriso iluminado para Leonardo e mandar-lhe um exagerado beijo pelo ar, tornou a se virar para Clarke . —  Você e eu, Griffin, já temos muita história pra contar... Droga, se você não tivesse me prendido, eu provavelmente ainda estaria batendo carteiras e passando contos-do-vigário.

Clarke  escolheu um troço escuro, de aspecto interessante, que estava colocado sobre um biscoito e o pegou, dizendo:

— Isso é especular demais, Anya.

— Talvez, mas não muda os fatos. Eu fiz de tudo para me endireitar e mudar de rumo na vida. Tenho uma espécie de orgulho disso.

Reconstruir a si mesma, pensou Clarke . Essas coisas podiam acontecer. Aconteciam, na verdade. E olhou para um ponto próximo delas, onde Reeanna e William estavam, conversando com Mira e o marido.

— Você tem motivos para ter orgulho de si mesma. Eu também estou orgulhosa de você.

—  Mas é disso mesmo que eu estou falando. Quero colocar tudo pra fora, certo, antes de subir no palco e tentar explodir os diamantes que estão nas orelhas desse pessoal todo só com o poder da minha música. —  Anya pigarreou e imediatamente se esqueceu do pequeno discurso que preparara para Clarke . — Ah, que se dane... Eu conheço você e realmente amo você. Tipo assim, amar de verdade, Griffin.

— Nossa, Anya, não comece a me deixar assim toda comovida. Lexa  já me drogou, ainda há pouco.

Sem aparentar vergonha, Anya passou a mão sob o nariz para enxugar as lágrimas.

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