Regras

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Clarke antes com uma regra: * não vou quebrar jamais...

Clarkezinha agora: nossa uma regra, Foda-se  !

Aiaiai  oq  uma Lexa não faz ....

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Clarke  não gostava de quebrar as regras, mas mesmo assim se viu diante da porta trancada da sala privativa de Lexa . Era desconcertante sentir que, depois de uma década seguindo todas as instruções ao pé da letra, ela estava ali, achando muito natural o fato de estar driblando os procedimentos corretos.Os fins justificam os meios?, perguntou-se. E os meios são assim tão inaceitáveis, afinal? O equipamento da sala secreta não tinha registro e não era detectado pelo Compuguard, o sistema de proteção da polícia contra invasores. Era, portanto, ilegal. Por outro lado, era uma aparelhagem topo de linha. Os sistemas reservados pelas verbas oficiais para a polícia e a Secretaria de Segurança eram patéticos de tão ínfimos, e tudo já vinha obsoleto quase que a partir do momento da instalação. Além do mais, a cota de verbas da Divisão de Homicídios era ainda mais apertada, e o valor estava desatualizado.

Bateu com os dedos sobre o disco, que continuava dentro de seu bolso, e trocou o peso do corpo de um pé para outro. Ah, que se dane!, decidiu, por fim. Ela podia escolher entre ser uma policial certinha, virar as costas e ir embora ou ser esperta.

Colocou a palma da mão sobre a tela de segurança e se apresentou:

Tenente Clarke  Griffin.

As trancas se abriram eletronicamente com um estalo curto e a porta se abriu, revelando o imenso banco de dados de Lexa . A comprida parede curva cheia de janelas tratadas para não deixar a luz nem os olhares curiosos penetrarem mantinha a sala o tempo todo nas sombras. Ela ordenou que as luzes se acendessem, tornou a trancar a porta e caminhou até o largo console em forma de "U".

Lexa  programara a palma de sua mão e sua impressão vocal e as colocara no sistema, vários meses antes, mas ela jamais usara o equipamento por conta própria. Mesmo agora, depois que elas já estavam casadas, ela se sentia como uma intrusa ali.

Obrigando-se a se sentar em uma cadeira que colocou diante do console, ordenou:

— Unidade 1, acionar! —  Ouviu o zumbido distante e suave do equipamento de alto nível, que respondeu de imediato, e quase soltou um suspiro. Seu disco foi aceito pelo sistema sem problemas, entrando suavemente, e em poucos segundos já estava sendo decodificado e lido pela unidade civil. —  E lá se foi para o espaço, mais uma vez, a elaborada segurança do Departamento de Polícia da cidade de Nova York —  resmungou. —  Acender telão! Exibir dados de Fitzhugh, arquivo H-12871. Dividir a tela com Mathias, arquivo S-30912.

Os dados começaram a fluir com suavidade, surgindo na gigantesca tela que ficava diante do console. Clarke  ficou tão admirada que se esqueceu de se sentir culpada. Inclinou-se para a frente, analisando datas de nascimento, extratos bancários, compras habituais e afiliações a partidos políticos.

— Dois estranhos —  disse para si mesma. —  Não poderiam ter menos coisas em comum. —  Então seus lábios se apertaram ao notar correlações na seção de hábitos de consumo. —  Bem, estou vendo que vocês dois gostavam de jogos virtuais. Os dois passavam muito tempo diante da tela, jogando on line, e tinham um monte de programas de entretenimento com jogos interativos... — e suspirou —  ... juntamente com setenta por cento da população. Computador, divida novamente a tela, exibindo agora o plano do corte cerebral dos dois homens.

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