Selina Cross ia ter seu nome divulgado

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Boa leitura  !!!

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Queria ver Whitney antes de mais nada. Sendo assim, foi à casa dele bem cedo, pois o assunto era pessoal. Eles dois também já tinham um longo caminho percorrido juntos, pensou Whittle , enquanto estacionava o carro em frente à linda casa de dois andares em um bairro elegante. Já estivera ali várias vezes em visitas sociais ao longo dos anos. A mulher do comandante adorava dar festas.

Seu espírito, porém, não estava nada sociável quando ele caminhou pela calçada pavimentada com pedrinhas em direção à casa, enquanto a vizinhança ainda despertava. Alguns metros além, um cão ladrava de forma cadenciada e monótona. Aquele latido não tinha o leve  som metálico de eco, característico dos cães eletrônicos; exibia uma força e uma vibração que mostravam que aquele era um cão de carne e osso. O tipo de cão que fazia cocô no jardim, pensou Whittle , balançando a cabeça, e logo depois se coava todo para se livrar das pulgas.

Folhas soltas se agitavam alegremente ao longo da rua, a maioria delas voando direto para os gramados. Gramados que eram, em um bairro como aquele, tão bem cuidados que mais pareciam elementos religiosos.

Whittle , na verdade, não curtia muito a vida em bairros residenciais, pois isso significava que o morador tinha de varrer, cortar a grama, regar as plantas ou contratar alguém para fazer tudo isso por ele. Criara a família na cidade e utilizara os parques públicos. Afinal, todos pagavam impostos para tê-los, então por que não usá-los? Flexionou os músculos dos ombros, sentindo-se inquieto e desconfortável com 0 silêncio matinal.

Anna Whitney atendeu às batidas na porta e, embora não estivesse à espera de visitas àquela hora da manhã, já estava bem apresentável, vestindo uma roupa de ginástica toda enfeitada. Seus cabelos claros ondulavam com estilo, e sua maquiagem era sutil e perfeita. Seus lábios abriram um sorriso de boas-vindas. Mas seus olhos talvez tenham piscado mais depressa, de surpresa e curiosidade, porém, acostumada ao papel de esposa de policial, ela não fez perguntas.

— Whittle , que prazer recebê-lo! Entre, por favor, e aceite um café. Jack já embarcou na segunda xícara, ele está na cozinha.

— Desculpe vir incomodá-la em casa, Anna. Preciso tomar alguns minutos do comandante.

— Claro! E como está Sheila? —  perguntou enquanto seguia na frente pelo corredor, levando-o em direção à cozinha.

— Está bem, obrigado.

— Ela parecia ótima da última vez em que a vi. Seu novo cabeleireiro é fantástico. Jack, trouxe-lhe companhia para o café. —  Entrou na cozinha, notando o olhar de surpresa e especulação nos olhos do marido. Sentiu que devia se retirar de fininho. —  Bem, vou deixar vocês dois batendo papo. Tenho um monte de coisas para fazer agora de manhã. Whittle , dê lembranças minhas a Sheila.

— Farei isso. Obrigado, Anna. —  Esperou até que a porta se fechasse, sem tirar os olhos do rosto de Whitney nem por um segundo, e disse:

—  Mas que droga, Jack!

—  Esse assunto devia ser discutido no trabalho, Whittle .

—  Não estou falando com o meu comandante, estou falando com você, Jack. —  Whittle  levantou o indicador. —  Estou falando com alguém que conheço há vinte anos, alguém que conhecia Frank. Por que me deixou de fora desse caso? Por que ordenou a Griffin que mentisse para mim?

—  Essa foi uma decisão minha, Whittle . A investigação precisava ser conduzida por um número mínimo de pessoas, apenas as necessárias.

—  E eu não era necessário...

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