🍪🍪🍪🍪🍪🍪🍪
---------- × ---------
Ela estava de péssimo humor quando voltou para casa. Revirara a casa de Wineburg de cabeça para baixo, seguindo cada passo e refazendo tudo o que os técnicos já haviam feito. Durante três horas, ela e Peabody haviam remexido em closets, gavetas, rodaram arquivos e rastrearam cada uma das gravações do tele-link.
Encontraram duas dúzias de ternos e sapatos tão reluzentes que Clarke conseguira ver neles o reflexo de sua própria cara amarrada, além de vasculharem uma coleção de discos, todos com músicas incrivelmente chatas. Embora ele tivesse uma espécie de cofre, o conteúdo não servira de muita coisa. Os dois mil dólares em dinheiro vivo, os dez mil em fichas de crédito e a extensa coleção de vídeos pornográficos poderiam dar uma idéia de como era o sujeito, mas não ajudavam em nada a descobrir quem o matara.
Ele não mantinha nenhum tipo de diário, e em sua agenda havia datas e horários marcados, mas muito pouco a respeito do propósito de cada encontro, pessoal ou profissional. Seus registros financeiros eram ordenados e precisos, como era de esperar em se tratando de alguém que fazia do dinheiro a sua ocupação. Todas as despesas e ganhos estavam cuidadosamente registrados. Vultosas quantias eram trocadas de fichas de crédito por dinheiro vivo e retiradas a cada bimestre de sua conta, durante um período de dois anos da vida cheia de ostentação de Wineburg. Embora tal movimentação servisse para dar a Clarke uma noção sólida do elevado padrão de vida que Selina usufruía, as retiradas estavam todas registradas como despesas pessoais.
A coincidência de datas entre os compromissos noturnos bimestrais e as retiradas em dinheiro nos últimos dois anos também não eram suficientes para estabelecer uma conexão de Wineburg com a seita que Selina dirigia.
O nome dela não era sequer mencionado em parte alguma. Ele era divorciado, sem filhos, e morava sozinho.
Clarke batera de porta em porta, entrevistando os vizinhos. Descobriu que Wineburg não era do tipo sociável. Raramente recebia visitas, e ninguém nas redondezas fora curioso o suficiente para prestar atenção a um dos raros visitantes, a fim de oferecer uma descrição deles.
Ela saiu com as mãos abanando, uma sensação de ardência no estômago e um sentimento de frustração que aumentava a cada minuto. Sabia, sem sombra de dúvida, que Wineburg era um dos membros da seita de Selina, tinha certeza de que ele pagara regiamente a ela por esse privilégio, a princípio com dinheiro e depois com a própria vida. Só que não estava nem um pouco mais perto de conseguir provar isso, além de sentir que a sua mente não estava tão focada no caso quanto deveria.
Quando ela ia para casa, o rosto zangado de Whittle e suas palavras amargas começaram a aparecer em sua cabeça como um filme, e a frustração se chocou com a dor.
Ela fizera mais do que simplesmente decepcioná-lo, e sabia disso. Ela o traíra ao seguir fielmente o treinamento que recebera dele mesmo. Cumprira as ordens, agira como uma boa policial. Fizera o seu trabalho.
Mas não fora amiga dele, pensou, com as têmporas latejando devido ao estresse. Pesara as suas lealdades e, por fim, escolhera o trabalho, em vez do coração.
Fria, ele a chamara, lembrava naquele momento, e fechou os olhos com força. Fria, era o que ela fora.
O gato veio caminhando silenciosamente na direção dela no instante em que Clarke colocou o pé em casa, serpenteando por entre suas pernas assim que entrou no saguão. Ela continuou andando, xingando baixinho ao tropeçar nele, não sem antes o fazer um carinho suave. Summerset surgiu de uma porta lateral, informando:
- Lexa está à sua procura.
- Ah, é? Pois eu estava ocupada. - Deu um impulso de leve , com impaciência, em Galahad. - Ela já está em casa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deadly Serie
Acción[ Continuação de IN DEATH ] A destemida tenente de Nova York, Clarke Griffin acaba de passar por uma prova de fogo. Um casamento, e não por um em que foi convidada ou que teve que ir por obrigação do ofício. Na verdade era o seu momento, era o seu c...