Decisões muito difíceis deverão ser tomadas

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Sem revisão ZZZZZ

SORRY

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Os olhos de Jamie assumiram um ar cruel e furioso. Clarke  não tirou os olhos dele ao espalmar a mão sobre a mesa, inclinando-se na direção do menino e dizendo:

— Você está me contando que viu Lobar matar a sua irmã?

— Não. —  A boca de Jamie se remexia como se estivesse mastigando as palavras e as achasse muito amargas. —  Mas eu sei. Sei que ele foi um deles. Eu o vi com ela. Vi todos eles. —  Seu queixo estremeceu e sua voz ficou entrecortada, fazendo Clarke  se lembrar de que ele tinha apenas dezesseis anos. Seu olhar, no entanto, continuava a parecer o de uma pessoa muito vivida. —  Eu entrei lá, uma noite. Naquele apartamento no centro.

— Que apartamento?

— O da Selina Assombração e do Alban Babacão. —  Encolheu os ombros, mas o movimento era mais de nervoso do que de arrogância. —  Assisti a um dos shows demoníacos deles. —  Sua mão já não estava tão firme quando ele pegou a lata e engoliu de uma vez o restinho de Pepsi.

— Eles o deixaram assistir à cerimônia?

— Eles não me deixaram assistir a nada. Nem sabiam que eu estava lá. Pode-se dizer que simplesmente me convidei. —  Olhou para Lexa . — O sistema de segurança deles está longe de ser irado como o seu.

— Essa é uma boa notícia —  reagiu Lexa .

— Você tem andado muito ocupado —  disse Clarke , sem baixar o tom de voz. —  Planeja seguir a carreira de arrombador e ladrão?

— Não —  disse sem sorrir. —  Quero ser um policial... como você.

Clarke  expirou com força, passou as mãos no rosto e se sentou, avisando:

— Policiais que têm o hábito de fazer invasões ilegais acabam do lado errado das grades.

— Eles estavam com a minha irmã.

— Como assim? Estavam mantendo Ashley lá contra a vontade dela?

— Eles esculhambaram com a mente dela. É a mesma coisa.

Área sensível, refletiu Clarke . Ela não podia voltar atrás no tempo e impedir o menino de invadir uma propriedade particular. Seu avô, que sempre fora um policial absolutamente íntegro, lembrou, também tentara fazer a mesma coisa. O neto simplesmente conseguira a façanha.

— Olhe, eu vou lhe fazer um favor porque gostava muito do seu avô. Vamos manter isso fora do caso. No que se refere às suas declarações, você jamais esteve  lá. Nunca colocou os pés naquele apartamento, compreendeu?

— Certo. —  Levantou um ombro. —  Pode ser, qualquer coisa serve...

— Conte-me tudo o que viu. Não exagere os fatos nem faça especulações.

— Vovô sempre me dizia a mesma coisa. —  Seus lábios sorriram de
leve .

— Isso mesmo. Se quer mesmo ser um policial, tente me oferecer um bom relatório agora.

— Combinado, tá legal!... Ashley andava circulando pela Cidade dos Bizarros, certo? Faltava às aulas e jogava frases soltas, insinuando que ia parar de estudar. Mamãe estava muito abalada com aquilo. Pensava que era por causa de algum cara, mas eu sabia que não era. Não que Ashley estivesse me contando alguma coisa, porque deixara de falar comigo.

Nesse ponto, parou de falar, e seus olhos ficaram sombrios e tristes.
Então balançou a cabeça e suspirou, continuando:

— O lance é que eu a conhecia muito bem. Se fosse um cara, Ashley ia ficar toda melosa, com olhar sonhador e abobada. Nesse caso, era bem diferente. A princípio, achei que ela andava experimentando. Estou falando de drogas ilegais. Soube que minha mãe conversou com meu avô e ele levou um papo com Ashley, mas ninguém estava chegando a lugar algum. Então achei melhor pesquisar. Segui minha irmã algumas vezes. Achei que seria bom, para começar a prática de ficar vigiando alguém, entende? Ela nunca me sacou. Nenhum deles me sacou. Muita gente não se toca com crianças nem as vê. Quando vêem, acha que são idiotas e inofensivas.

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