Ela preferiu o elevador, pois queria sair dali o mais depressa possível e sem ser notada. Programou a curta viagem para o andar de baixo, na vertical, e depois mudou o curso para horizontal, a fim de se transferir de uma ala da casa para outra.
- Olhe, podem ter certeza, você e Lexa têm um lugar fantástico aqui. Simplesmente ultra, mais que demais.
- É... Vai servir até a gente achar um lugarzinho maior - disse ela, seca, e se recusou a deixar que a gargalhada dele irritasse seus nervos. - Conte-me uma coisa, Jess: você resolveu trabalhar com Anya, a sério, antes ou depois de saber da conexão dela com Lexa ?
- Já lhe disse que Anya é uma em um milhão. Foi preciso vê-la apenas umas duas vezes, apresentando um número despretensioso na Boate Baixaria para saber que a gente ia se completar bem. - O sorriso surgiu, charmoso. Parecia um coroinha escondendo um sapo debaixo da batina.
- É claro que não prejudicou em nada saber que ela possuía um contato como Lexa a seu lado. Só que ela precisava ter o talento.
- Mas você já sabia da conexão antes...
- Tinha ouvido falar - e moveu um dos ombros. - Foi por isso que fui até lá para vê-la. Aquele tipo de boate não é normalmente o meu ambiente. Mas ela brilhava, e me chamou a atenção. Pensei que, se conseguisse produzi-la em alguns números quentes, e se Lexa , ou alguém com o seu poder de fogo, estivesse, digamos, interessado em investir em uma carreira promissora, tudo ficaria mais fácil.
- Você é muito lisinho, Jess - Clarke saiu do elevador assim que a porta se abriu. - Quase escorregadio...
- Como já lhe falei, venho trabalhando com shows desde criança. Acho que aprendi como a coisa funciona - e olhou em torno do corredor, enquanto a acompanhava. Arte antiga, da verdadeira, reparou ele. Madeira caríssima, tapetes que algum artesão gastara os dedos para tecer um século atrás.
Aquilo era dinheiro, pensou, do tipo que constrói impérios. Ao chegar na porta de sua sala, ela se virou.- Não sei o tamanho da fortuna dela - informou Clarke , lendo perfeitamente a mente de Jess - , e, na verdade, nem me importo em descobrir.
Com o sorriso ainda no lugar, ele levantou uma sobrancelha, baixou o olhar para o gordo diamante em forma de lágrima que ela trazia pendurado sobre o corpete de sua roupa de seda azul-marinho.
- Só que você não veste trapos e farrapos, docinho - provocou ele.
- Mas já vesti, e posso tornar a fazê-lo, numa boa... e, Jess?... - completou ela, abrindo a fechadura codificada. - Não me chame de "docinho".
Clarke entrou e acenou com a cabeça para Peabody, que se mostrou intrigada, porém atenta.
- Sente-se - ofereceu a Jess, indo diretamente para a sua mesa de trabalho.
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Deadly Serie
Aksi[ Continuação de IN DEATH ] A destemida tenente de Nova York, Clarke Griffin acaba de passar por uma prova de fogo. Um casamento, e não por um em que foi convidada ou que teve que ir por obrigação do ofício. Na verdade era o seu momento, era o seu c...