Passado por dias piores

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Aquela att básica

Boa leitura !!!!!

PENULTIMOOOOOO CAP

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Clarke trabalhou com ele, sem parar, por uma hora, apertando-o de forma incessante, para depois recuar e mudar de tática. Manteve  as fotos das mortes sobre a mesa o tempo todo, expostas em leque como um baralho apavorante.

Quantas mais, perguntou ela diversas vezes. Quantas imagens de mortos além daquelas deveriam estar ali?

Durante todo o interrogatório, ele derramou lágrimas e negou, chorou muito e manteve  silêncio.

Ao devolvê-lo para a detenção, os olhos dele se mantiveram fixos nos dela, até ele ser levado embora. Foi o que viu no olhar de Peabody, porém, que atraiu a sua atenção, e Clarke  esperou até as duas ficarem a sós para perguntar:

— Algum problema, policial?

Acompanhar o interrogatório foi como observar um lobo brincando e destruindo uma presa já ferida. Peabody respirou fundo e se preparou para responder.

— Sim, senhora, há um problema. Não gostei da linha que seguiu em sua técnica de interrogatório.

— Ah, não gostou?

— Pareceu-me extremamente pungente. Cruel! Usar o pai dele, o tempo inteiro, e obrigá-lo a olhar para as fotos.

O estômago de Clarke  ardia e seus nervos estavam à flor da pele, mas manteve  a voz fria, controlada, e as mãos firmes enquanto recolhia as fotos sobre a mesa.

— Talvez eu deve sse ter perguntado a ele educadamente se poderia ter a bondade de confessar, para que todos nós pudéssemos voltar logo para o conforto de nossas casas. Não sei por que não pensei em usar essa tática... vou anotar sua sugestão para tentar fazer do seu jeito na próxima vez que estiver com um suspeito de crime na sala de interrogatório.

Peabody teve  vontade de se encolher, mas conseguiu resistir e replicou:

— Foi apenas uma opinião, tenente, especialmente se lembrarmos
de que o suspeito não estava acompanhado por um advogado...

— Mas eu li os direitos dele, não li, policial?

— Sim, senhora, mas...

— Ele não confirmou ter compreendido seus direitos e obrigações?

— Sim, senhora. —  Peabody recuou um pouco, balançando a cabeça para a frente, lentamente.

— Consegue lembrar, policial Peabody, quantos interrogatórios você já conduziu em casos de homicídio?

— Senhora, eu...

— Eu não consigo —  atirou Clarke , e seus olhos foram do gélido ao quente em uma fração de segundo. —  Não me lembro de quantas vezes foram, mais sei que foram muitas! Quer dar mais uma olhada nessas fotos, policial? Quer ver mais imagens desse cara com as tripas para fora espalhadas sobre o piso do banheiro? Talvez isso ajude a endurecer um pouco o seu coração, porque se as minhas técnicas de interrogatório a deixam melindrada, Peabody, você está na profissão errada.

Clarke  caminhou até a porta a passos largos, e então girou o corpo para trás, vendo que Peabody continuava no lugar em que estava, rígida e atenta.

— Minha expectativa é de que a pessoa que me serve de auxiliar me dê também apoio total, não que fique me questionando pelo simples fato de ter uma simpatia especial por bruxas. Se não consegue segurar essa barra, policial Peabody, posso aprovar o seu pedido de transferência assim que você o trouxer para a minha avaliação. Compreendido?

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