Emirados Árabe - Dubai

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Raphael 🎮

Não encontrava a Lua, desde que ela tinha ido embora trabalhar do outro lado do mundo, mas gostei da oportunidade de encontrar ela novamente e acionei os meus contatos para conseguir todas as comidas estranhas que a abusada testuda da Raíssa tinha pedido.

Que eu nunca vali nada, o Rio de Janeiro inteiro sabia, mas era um cara respeitador com idosas e mulheres grávidas então não custava agradar.

— Maior desgraça isso que aconteceu com suas amigas buchudas, hein amiga? — A minha irmã que estava sentada ao meu lado no carona e não era muito sensível com as palavras, falou com a outra ogra que estava no meu carro.

— O da Lua sim, porque o mafioso dela lambia o chão que ela sambava, mas o da Sami... — Fez um sinal da cruz e jogou um punhado de biscoito de polvilho na boca — Aquele lá foi tarde morar com Lúcifer — Falava enquanto mastigava e eu estava todo atento ao trânsito e a conversa.

— Se for o Lúcifer da série, eu quero! — A Laura, tinha problemas sérios de concentração.

— Nada amiga, quem dera... — E mais um punhado de polvilho. Eu teria que aspirar meu carro todo de tanto farelo que aquela louca estava espalhando no meu carro — Se o Jimmy tivesse sido como o Lúcifer da série a Samira estava feita, mas nada. O cara era meio naniquinho, todo troncudinho e metia a porrada na garota.

Eu não suportava casos de violência contra mulher, e imaginar o que essa amiga das meninas havia passado era horrível. Se um cara ousasse levantar a mão para a minha irmã ou alguma amiga minha, ficaria sem a mão.

Os meus amigos sabiam que se eu estivesse em algum lugar e presenciasse uma briga de casal, eu já me metia.

Odeio covardia!

Devido ao horário, o trânsito estava intenso e parei de prestar atenção na conversa das duas, mas já tinha informações suficientes. Estava sabendo que a Lua, que sempre foi prática, havia se apaixonado por um cara todo errado e estava vivendo uma das histórias que ela escrevia, mas na versão Oriente Médio e com um final nada feliz.
A Gabs estava bem mal pelo carinha que ela estava também e a tal Samira era alguém que sabia muito pouco de português, só o que a Lua e os pais dela haviam ensinado e já estava no último trimestre da gravidez.

— Deve ser difícil demais enfrentar uma gestação sozinha! — Falei em voz alta enquanto pensava sobre isso.

— Alá o raciocínio lento. Já saímos desse tópico, meu filho! — A destruidora de biscoito de polvilho falou enquanto mastigava e olhei sério para a minha irmã, que entendeu que ela tinha que dar um jeito na Raíssa espalhando farelos pelo meu carro.

— Mastiga de boca fechada, Rai! — A Laura falou rindo e eu bufei — Ele já tá cuspindo fogo, vai te fazer aspirar esse carro dele.

Elas entraram em uma discussão sobre os preços dos aspiradores de pó e sobre os robôs que aspiram e como eles eram ubers para gatos. Eu juro por Deus, que se tivesse tutorial para acompanhar as conversas e entender a cabeça dessas duas, eu assistiria a todos.

Finalmente estacionei em frente a casa da Lua e senti minha cabeça parar de doer um pouco, aguentar as duas tagarelas em um ambiente pequeno fechado, havia sido uma experiência enlouquecedora.

— Que bom te ver Rapha! — A Lua me abraçou e era engraçado ver ela com uma barriguinha redondinha. — Eu sei, quem diria não é?

— Você tá linda grávida! — Dei um beijo no rosto dela e fui falar com as demais pessoas na sala.
Depois de falar com os pais da Lua, que sempre foram muito gentis nos anos em que eu era alguém constante na vida da filha deles e de abraçar a Gabs e deixar claro que ela sempre poderia contar comigo, elas me apresentaram a Samira.