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Lua 🌙

Abri os olhos e a claridade quase me cegou, sentia um gosto amargo na boca e uma dor de cabeça muito forte. Olhei ao redor e percebi que estava em um quarto, muito bonito com uma cama enorme e a luz que tinha me despertado, vinha de uma ampla janela toda gradeada.

Não conseguia me lembrar como eu tinha vindo parar aqui, então me sentei na cama e tentei colocar os meus pensamentos em ordem. Eu me lembrava de ter chegado ao aeroporto e do árabe safado e mal encarado e então...

— AI, FODEU! — Gritei assim que percebi que eu tinha me fodido bonito e não da maneira que eu gostava.

Eu não podia acreditar que eu tinha sido sequestrada e a única coisa que passava na minha cabeça era o enredo todo de Salve Jorge, e uma vontade de matar o Raphael me subia no meio da raiva. Ele com aquele pensamento negativo dele, acabou atraindo um doido bandidão árabe para a minha vida.

Comecei a andar pelo quarto em busca de uma maneira de fugir, ainda estava de pé no meio do quarto, olhando de um lado para o outro quando a porta se abriu bruscamente e eu dei um pulo para trás no susto.

— Que porra é essa que tá acontecendo, aqui ? — Olhei para o árabe emburradão do aeroporto e fui na direção dele — Você tá maluco, seu habibi de Taubaté?

Ainda estava pensando no próximo xingamento quando senti meu rosto arder e o sangue escorrer da minha boca. Passei a mão limpando o sangue e o olhei incrédula.

Eu vou matar esse infeliz!

— Ou se comporta ou eu te mato! — O Aladdin do mal falou em um inglês pior que o do Joel Santana e eu senti que ele estava falando bem sério então só abaixei a minha cabeça e voltei para a cama e me sentei. — Fique pronta em uma hora, que eu volto para te pegar. A roupa que deve usar está ali — Apontou para um guarda- roupas que eu não tinha nem visto ainda. — O leilão vai começar em breve.

Em que caralho sem asas, eu tinha me metido?

Esperei o Alibaba dos infernos sair do quarto e corri de um lado para o outro procurando um jeito de fugir. Na verdade eu só queria deitar e chorar até acordar desse pesadelo, mas não ia dar esse gostinho para esses bandidos arrombados, filhos de rameiras de cabaré falido!

Ah, não ia mesmo!

— Ninguém mexe com Lua Montanari, bebê! — Falei para a minha imagem no reflexo do espelho. Estava precisando de incentivo, e eu era gostosa demais, ninguém melhor do que essa delicia de mulher para me incentivar.

E realmente funcionou, porque abri a portinha que tinha no quarto e lá tinha um banheiro e aqueles árabes bastardos, não contavam com a minha habilidade de pular janelas. Coisa simples e básica adquirida em uma adolescência, entrando pela janela do banheiro do meu vizinho para poder sentar nele a noite toda.

Assim que vi que a janela do banheiro, que era minúscula não tinha grade até suspirei aliviada. Não tinha ideia do que eu ia fazer depois, só que eu precisava sair desse lugar. Olhei pela janela e graças aos céus estávamos no primeiro andar e em volta era um campo gramado aberto.

Malditos árabes cheios da grana que enganavam lindas e gostosas mulheres inteligentes e talentosas!

Será que eles iam leiloar meus órgãos?

Que porra de leilão era esse?

Desgraçados, eu ia comer o cu de todo mundo com farinha. Tô só o ódio hoje!

Antes de começar a minha arte de me enfiar em um pequeno buraco, tranquei a porta e rezei silenciosamente para que eu não ficasse entalada. Não era possível, era derrota demais morrer com um tiro na bunda entalada em uma janela. Eu mereço uma morte mais glamourosa, eu mereço!

Quando eu consegui alcançar o chão do outro lado da parede, respirei aliviada que não tinha ninguém por perto e falei baixinho:

—Chupa, árabe mandado!

Eu precisava sair desse lugar e pedir ajuda na embaixada, mas encostada na parede e olhando de um lado para o outro eu não conseguia pensar no que fazer, então decidi ir andando circulando aquela parede até achar um lugar para eu me esconder e conseguir pensar nos meus próximos passos.

Foi aí que a merda derramou de vez...

Abri a primeira porta que eu vi e assim que eu entrei o meu coração parou.

Não era possível, deveria ser alguma droga que eles tinham me dado na hora do sequestro porque aquele homem ali não era real, era fruto da minha imaginação.

—Olha a que ponto chegamos, estou aqui drogadona enxergando o árabe safado todo gostoso treinando boxe. — Dei um tapa na minha testa e balancei a cabeça para ver se eu parava de alucinar, mas quando eu vi que ele estava com uma cara fechada e veio na minha direção, comecei a me sentir confusa. — Caralho, que porra que me deram para eu tá enxergando o sheik sheik boladão na minha frente?

Como que eu ia conseguir fugir, se eu ainda estava alucinando sob o efeito da droga que eles tinham me dado?

— O que você tá fazendo aqui? — O árabe gostosão fruto da minha imaginação, falou em um espanhol sexy para um caralho. — Quem deixou você fugir?

— Droga pesadona essa que usaram em mim! — Falei e dei um tapa no braço dele — Caralho, boa mesma, até senti seus músculos. — Me aproximei dele e dei uma fungada próximo ao pescoço dele — Porra, tô sentindo até o cheiro do meu árabe imaginário. E parabéns, tu é cheiroso para caralho!

Quando eu vi o árabe safado e umidificador de calcinhas, começar a tirar as luvas que estava usando, pensei na hora que eu estava até curtindo isso se ser drogada, afinal meu cérebro estava fazendo ele se despir para mim.

— Stripe tease? Assim eu vou viver drogada só para ter você nas minhas alucinações seu gostoso. — Entrei na onda do meu cérebro e falei em espanhol também. Sou tão maravilhosa que até as minhas ondas são poliglotas.

Comecei a gargalhar, afinal era para eu tá fugindo e não curtindo a minha viagem em uma droga que eu não fazia ideia qual era e que poderia me matar, afinal eles deveriam ter usado doses cavalares para eu estar no meio de um pornô das arábias com um árabe gostosão tirando a roupa para mim.

— Tá louca, mulher?! — Ele pegou os meus braços e segurando um de cada lado me empurrou contra a porta pela qual eu tinha acabado de passar. — Não sou alucinação nenhuma não, e você vai pagar caro por ter fugido e por ter atrapalhado o meu treino.

Arregalei os olhos e ali pressionada naquela porta desci os meus olhos por aquele corpo e depois subi até o rosto dele e fechei os meus olhos.

— Puta que pariu! — Respirei fundo e abri os olhos e a raiva que eu vi naqueles olhos, fez um arrepio de medo e tesão passear pelo meu corpo.

Emirados Árabe - Dubai Onde histórias criam vida. Descubra agora