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Unsel ☠️

Depois da Lua ter conseguido o colar das meninas, mandei o William levar para o meu escritório para eu poder ver se eu consigo entrar em contato com alguém do Brasil.

Tentei de todas as formas possíveis conseguir falar com alguém mas estava dando interferência, estávamos muito longe de onde elas moravam.

Então por isso decidi tentar tirar algumas informações das meninas, eu precisava descobrir logo alguma coisa.

Enquanto a gente tentava conquistar a confiança das meninas, o William tentava encontrar o alcance do rastreador e algo que pudesse ajudar a levar essas crianças para casa.

A cada nome que as meninas falavam, a Lua jogava na internet para verificar se encontrava alguma matéria ou publicação referente a duas meninas desaparecidas. A Lua estava de todo modo tentando não assustar as meninas e para isso começou a contar da vida dela no Brasil e eu já estava atento ouvindo.

Por mais que eu tivesse um dossiê sobre ela e conhecesse as amigas íntimas dela, que estavam confortavelmente instaladas em um dos meus hotéis e não comentavam nada sobre voltar ao Brasil, eu não sabia muito mais do que isso.

— Eu adorava ir para a praia, eu morava pertinho. Sinto saudades do meu Rio de Janeiro — Olhou para a Laura e a Clara que estavam sentadinhas no sofá assistindo desenhos e conversando com a Lua — E vocês iam muito a praia?

A gente sabia que elas haviam sido entregues ao Jimmy no Rio de Janeiro, mas isso não garantia que elas eram de lá.

— Eu fui na praia com meu papai e minha mamãe, mas a Laurinha não.

— E quem são seus papais? — Lua insistiu nessa pergunta novamente.

— O papai se chama Caio e a mamãe Ágatha — Clarinha fala e no mesmo instante a Lua olha pra mim.

— Não era pra você falar Clarinha — Laurinha fala olhando com raiva para a irmã.

— Desculpa Lalinha, mas saiu — Clarinha falou com um olhar tristinho.

— Sem brigas meninas, vocês ajudaram muito. Vamos encontrar a mamãe e o papai de vocês — Lua falou pegando a Clarinha no colo.

O William tenta de todo jeito fazer o rastreador funcionar e depois de algumas pesquisas descobrimos que o alcance dele é pequeno, até porque quem imagina que suas filhas serão sequestradas e mandadas para o outro lado do mundo?

— Unsel, uma coisa é certa, os pais dessas crianças possuem inimigos — O William fala enquanto continua analisando os pingentes na minha sala e eu o olho atento — Não é comum colocar um rastreador em uma criança, a não ser que você tenha medo de que algo ruim aconteça. Já procurei em todos os registros e não existem notícias sobre essas crianças, ou seja os pais delas não divulgaram o desaparecimento.

— O que vamos fazer então? — Pergunto impaciente e passo as mãos pelos cabelos — Como vamos devolver crianças que não estão sendo procuradas?

—Talvez estejam, mas não do lado "certo" da lei — Ele faz aspas com os dedos e eu acho engraçado. O cara está até falando igual aquela louca da amiga da Lua que ele diz que não tá namorando, mas que não saí mais do quarto dele. — Tá rindo do que? — Pergunta emburrado e eu caio na gargalhada.

— Você tá tão rendido naquela tagarela que tá até falando como ela — Faço sinal das aspas com os dedos explicando e ele me manda um dedo do meio — Ainda sou seu chefe e posso te demitir.

— Primeiro vamos resolver esse problema em dose dupla e depois você me manda embora. — Concordo com a cabeça e faço sinal para ele começar a falar. Ele me olha e respira fundo — Vamos ter que ir para o Brasil, o rastreador só vai funcionar lá!

Depois de contar para a Lua que decidimos ir para o Brasil, decidimos resolver o problema Jimmy. Ele foi meu amigo e irmão por anos e por mais que o Will tenha escutado um plano que ele queria me matar, ele não tentou e portanto não iria conseguir tirar a vida daquele filho da puta tão facilmente. Eu sou muitas coisas, mas assassino não é uma delas, então temporariamente como solução, o William deu a ideia de levar aquele rato que eu tratei como irmão por muito tempo para o calabouço e o manter preso por lá até a minha volta.

O William conseguiu arrumar tudo para que o jatinho saísse o mais rápido e a Lua iria comigo, até porque ela é brasileira e eu enlouqueceria com aquelas crianças e com as amigas dela que estavam aproveitando para voltar para casa.

— Vai me ligar, wiu wiu? — Gabryella perguntou chorosa e a Lua me olha segurando o riso.

Tínhamos feito uma aposta, a Lua apostou que a amiga dela tinha deixado o meu segurança de quatro e eu que o William ia ser totalmente sério na despedida. Conhecia o Will a muito tempo e o cara era um robô, não demonstrava sentimentos, logo não seria uma tagarela que estava com ele a poucas semanas que o faria mudar isso.

— Prometo! — O William falou passando o braço ao redor da Gaby e segurou a nuca dela — E você se comporta até eu poder ir te ver...— O homem nem terminou de falar e a doida já estava com as pernas envolta dele enquanto o beijava.

Assim que olhei para o lado vi a mão da Lua estendida, a filha da puta tinha ganho a aposta e estava contando os 100 dólares.

— Só entro em uma aposta para ganhar, amor — Pegou o dinheiro da minha mão e me deu um selinho — GABRYELLA LARGA ESSE MACHO E VAMOS ANTES QUE A RAISSA COMA TODA A COMIDA DO JATINHO.— A Lua gritou e começou a caminhar em direção ao jatinho que estava atrás da gente.

Quando entramos a amiga que nunca parava o maxilar da Lua estava comendo um sanduíche junto com a Clarinha. Se essas duas ficassem mais tempos juntas, eu acabaria falindo.

— A nossa cozinha não suporta essas duas, como pode comer tanto? — Falei assustado e a Raíssa me olhou com desdém.

— Estou ansiosa, essa vida de crime de vocês me deixou nervosa. — Apontou para a Clarinha que continuava mastigando — Ela é solidária à minha ansiedade, apenas .

— Não sei o que é isso,mas é! — A Clarinha falou de boca cheia e levou um beliscão da irmã que estava sentadinha na poltrona totalmente assutada. — Aí, Laurinha. Até parece que você não fala de boca cheia.

A viagem foi longa e muito cansativa e passei metade dela segurando o cabelo da Lua enquanto ela vomitava naquele micro banheiro.

— Tem certeza que você tá bem, amor? — Perguntei pela oitava vez em menos de vinte minutos e ela assentiu com um sorriso fraco enquanto bebia um pouco de água, assim que retornamos aos nossos lugares.

— É só o nervosismo da viagem e a ansiedade de reencontrar meus pais e achar os pais das meninas. Tá tudo bem, eu prometo! — Segurou a minha mão e fechou os olhos.— Vou tentar dormir um pouco.

Quando o jatinho pousou, um carro já nos esperava para irmos para um hotel. Eu primeiro resolveria a questão das crianças e depois a Lua queria ver os pais, então teríamos que contar alguma mentira para justificar o motivo dessa viagem e como nos conhecemos. Eu estava nervoso e pensando em como ela me apresentaria aos pais, mas como não podíamos ficar muito tempo a tortura seria breve.

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