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Lua 🌙

Aquele brucutu me deixou no meu quarto e mesmo com o cu trancado com essa história de leilão eu comecei a me arrumar. Eu já estava brincando demais com o perigo enfrentando aquele árabe ignorante.

Filho da Puta!

Desgraçado!

Bandidão!

Gostoso!

Minha cabeça estava em guerra com a minha Luazinha. Eu devia ter problemas sérios, não era possível. O Homem querendo me vender e eu querendo sentar nele.

Eu estava uma bagunça, era um misto de medo e tesão. A minha adrenalina estava a mil desde que aquele Fake humano me trancafiou neste quarto...

Caralhooooooo

O quarto é foda, não posso xingar o quarto. Voltando ao meu estado de ódio por aquele sheik dos infernos, escolhi a primeira roupa que eu vi, porque se ele achava que eu ia ficar ainda mais gostosa para ele me vender para um árabe imundo, ele estava muito enganado.

Chupa, seu sheik maldito!

Me arrumei em tempo recorde, até porque eu nunca precisei de muito para ficar gostosa e fiquei lá sentada na cama olhando para o teto. Eu estava muito ferrada, o cara ia me vender.

O maldito ia me vender!

—Deus, Alá, cara ai de cima — Falei já ajoelhando na cama, eu precisava de reforço e ia acionar o único que poderia me ajudar naquele momento. — Eu sei que eu tô com o nome no SPC ai do céu e que só procuro para pedir, mas por favor — Olhei para cima — Se eu for vendida igual a um sonho velho, lá da padaria do seu João no Méier, que seja para um árabe gostosão. Ele pode ter músculos e talvez algumas tatuagens e que ele não tente me matar e se possível não queira me jogar para ser alimento de algum animal selvagem.

Estava ali no meio do meu momento de autopiedade e fé, quando a porta se abriu e o que eu acho ser o braço direito da razão da minha perdição, apareceu.

— Tá fazendo o que ai ajoelhada, renegada de Alá? — Perguntou com uma careta estranha, típico dele, só sabe ficar com essa carranca no rosto.

— Estava pedindo para o  — apontei para cima — fazer as areias do deserto te engolir, seu filho da puta. — Se eu sobrevivesse a isso e conseguisse voltar para casa eu com toda certeza me internaria na ala psiquiátrica do primeiro hospital. Eu estava insultando o cara que com toda certeza podia fazer o que quisesse comigo.

Ele veio na minha direção e segurou o meu braço com força e saiu me arrastando para fora do quarto sem falar nada.

— Me solta seu Brutamontes! — Falei tentando me soltar daquele imundo — Já tô pronta Sheik dos infernos! Não precisa me pegar pelo braço.

— Solta ela agora, William — Só aí me dei conta da voz grave e gostosa do filho de uma puta gostoso, parado na minha frente. Estava todo lindo, vestido de terno e aquele perfume que estava por todos os cantos?!

Falei nada, fiquei de boca fechadinha só olhando pra ver se ia acontecer algo. Ele veio na minha direção, me olhou de cima a baixo e me pegou pelo braço. Que mania desses árabes indiotas de me pegar pelo braço. Daqui a pouco eu dou a louca, meto o murro nesses safados.

Eu que sempre posso ficar de boca fechada, mas prefiro viver no perigo desatei a falar. Aquele silêncio dele estava me matando e que praga de corredor gigante que nunca acabava.

—Se eu soubesse que você me arrastaria pra lá e para cá, eu tinha colocado um patins. — Ele parou e me olhou sério e um frio subiu pela minha espinha. Fudeu, ele vai me matar.— Fica mais fácil com rodinhas. — Completei a minha frase bem baixinho.

Sim, eu poderia usar o meu direito de permanecer calada, mas eu não conseguia. Aquelas mãos fortes segurando o meu braço, aquele perfume que deveria ser o preço do meu carro lá no Brasil e ele com aquele terno. Eu estava nervosa e saía mais merda da minha boca que da boca do Bolsonaro.

Fiquei em silêncio o resto do caminho até uma ampla sala onde estavam vários homens sentados com plaquinhas nas mãos, as levantavam enquanto uma mulher elegante apontava  para uma mulher no centro do palco enquanto outras cinco meninas com umas carinhas bem tristinhas, estavam em volta. Olhei para ele surpresa, quando eu percebi que o leilão já tinha começado e ele me forçou a sentar ao seu lado.

— Ô árabe mal humorado — cutuquei ele quando eu vi a última menina ser vendida e totalmente incomodada com ele em silêncio o tempo todo.— Ei, sheik de Taubaté — cutuquei de novo, e ele me olhou com a sobrancelha erguida. Gostoso dos infernos!— Só para avisar que eu não sou virgem não tá? Tô falando, porque se você estiver me guardando para o final, igual aos filmes para vender a virgem, vão te processar por mercadoria avariada.

Alguém me interna, eu não acredito que eu tinha falado aquilo em voz alta. Na verdade na hora que ele virou eu só queria falar "me coge de ladinho", então minha mente me traiu e eu falei a primeira coisa que veio a boca.

Ele continuou olhando para mim e eu pela primeira vez usei o meu direito de ficar calada e baixei meus olhos. Após o choro da última menina sendo entregue a um velho careca, ele segurou meu braço de novo e me arrastou de volta para o meu quarto.

Assim que entramos no quarto e ele trancou a porta a minha luazinha piscou. Era hoje, Brasil!!

Dubai, era hoje Dubai...

— Você não vai ser vendida, você é minha e vai se comportar como tal. Vai ter livre acesso a casa e espero não te encontrar entalada em nenhuma janela. O William te auxiliará se precisar de alguma coisa, mas tudo vai depender do seu comportamento — O desgraçado falou e saiu do quarto batendo a porta.

Como assim, eu era dele?

Meu lado feminista estava socando a cara da Lua piranhuda que estava com a luazinha pingando por aquele homem.

— Eu sou só minha seu árabe desgraçado e vou te provar!— Comecei a procurar pelo quarto algo que eu pudesse usar para me vingar, até que encontrei o "armamento" necessário dentro daquele guarda-roupas de Nárnia.

                               Unsel ☠️

Aquilo não era uma mulher, era uma gralha que não parava de falar e depois de resistir não toca-la e aguentar ela falando o tempo inteiro durante a última hora, eu só precisava de uma bebiba forte, muito forte.

Fui para o meu escritório, coloquei uma música em um tom relaxante e peguei a garrafa do meu uísque mais caro. Depois dos últimos acontecimentos e dessa renegada de Alá fazendo morada em meus pensamentos eu precisava relaxar.

Estava sentado com a cabeça encostada no sofá, de olhos fechados, quando escutei uns passos mas não me importei, afinal poderia ser o William querendo alguma coisa.

Os passos cessaram e eu sentia uma presença comigo. Não queria abrir os olhos, estava em um momento muito bom para isso.

— Arê papa, arê papa — Escutei aquela voz doce e sexy cantando, e abri meus olhos para ver o que estava acontecendo. — Arê papa, arê papa.

— Que porra é essa? — Perguntei ainda desnorteado com essa maluca.

A olhei de cima a baixo para ver se eu não estava sonhando acordado, e pude ter a certeza de que estava bem acordado quando ela começou a fazer os movimentos.

Emirados Árabe - Dubai Onde histórias criam vida. Descubra agora