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Lua 🌙

O Unsel havia pensado em tudo e até mesmo em como entraríamos em um hotel com duas crianças. Assim que chegamos ao hotel ele apresentou uma identidade falsa das meninas e eu fui lembrada mais uma vez que estava apaixonada por alguém que estava do lado contrário da lei.

Estávamos hospedados em um dos hotéis mais caros do Rio de Janeiro e só a suíte era do tamanho da casa dos meus pais. Meu coração estava apertado de saudades e assim que resolvêssemos o problema das meninas, eu iria visitar meus pais e as minhas tias. Falando em tias, a Gaby e a Rai estavam aqui conosco até tudo se resolver.

— Tá fazendo o que com esse telefone na mão? — Perguntei quando entrei no quarto que as meninas estavam dividindo com a Clarinha e a Laurinha.

— Serviço de quarto.— A Raíssa me olhou e falou, depois continuou falando com a pessoa do outro lado da linha.— Isso mesmo, tudo duplo e muito grande. Aham, porção extra, isso isso....

— Não fala "isso isso" — Resmunguei com a Raíssa que me mostrou a língua.

Parei de prestar a atenção porque meu estômago estava revirando ainda da viagem e a quantidade de comida que ela estava pedindo estava me arrepiando.

— Isso porque ela vai encontrar com um carinha que conheceu no Tinder no final da tarde, imagina se não fosse sair para comer? — A Gaby veio do banheiro falando e eu ri — Cadê o seu árabe safado?

— Tá no telefone com seu macho, tentando localizar o sinal do rastreador. — Fui até a varanda onde a Clarinha e a Laurinha estavam sentadas conversando enquanto olhavam a praia a nossa frente.

Fiquei escutando a Clarinha contar de uma ida a praia para a irmã e como ela havia se enterrado na areia. Eu era filha única e tinha as duas melhores amigas do universo, mas ter uma irmã assim deveria ser fantástico e só de pensar nisso a saudade dos meus pais apertou o meu coração. Acho que saber que estava tão perto fazia a saudade aumentar, então eu ia encontrar os pais delas o mais rápido possível, para então poder encontrar os meus pais.

— A vista daqui é linda mesmo e deu uma vontade imensa de ir a praia. — Falei me sentando no meio das duas — Vamos achar os papais de vocês logo para podermos ir a praia. — Elas me abraçaram e eu já estava com saudades dessas anãzinhas — Vou sentir saudades de vocês, mas mudando de assunto.— Falei baixo e elas se aproximaram — Tia Rai tem um encontro, é?

— Tem! — Elas falaram juntas e bateram palmas. — Ela contou que o cara é dono do MC Donald's. — A Laurinha falou séria e sussurrando como se estivesse contando um grande segredo.

— Um MC Donald's, tia Lua! — A Clara completou com os olhinhos brilhando — Tia Rai vai comer tantos big Mac's.

Só a Raíssa mesmo para encontrar no Tinder alguém que seja dono de uma franquia do Mc. Não me surpreendeu, já que o ex dela era gerente do BK. Fiquei conversando com as meninas mais um pouco e a Gaby e a Raíssa se juntaram com a gente quando a comida chegou.

Quando terminamos de comer, o Unsel me chamou até o nosso quarto, que era ao lado do das meninas e me informou que o William havia encontrado de onde o sinal do rastreador era emitido. Como a Raíssa tinha um encontro, pedi a Gabs para cuidar das gêmeas e fui com o meu Sheik para um lugar que eu achei que não ia pisar tão cedo na minha vida.

Eu havia escolhido o Vidigal como cenário de um dos meus livros de maior sucesso anos atrás, depois de ter vindo a um baile no morro, mas nunca pensei que fosse voltar a pisar aqui ainda mais na condição de guia turística de um árabe traficante com um piercing no pau.

Assim que estacionamos o carro que havíamos alugado assim que chegamos ao Brasil, o William ligou confirmando que o sinal do rastreador estava mais forte e estávamos no local certo. O Unsel olhava tudo com uma curiosidade absurda e que deixava escrito na testa dele " GRINGO", estávamos chamando muita atenção e eu sabia disso, mas tudo piorou quando apareceu um cara que não batia nada bem da cabeça e já chegou gritando cheio de autoridade.

Emirados Árabe - Dubai Onde histórias criam vida. Descubra agora