• 18 •

4.5K 417 53
                                    

(7/10)

Gabryella 🦋

Desde que a Lua nos contou que estava se mudando para Dubai, eu sentia meu coração apertado e o meu sexto sentido ficava me alertando que algo estava errado. Com medo de ser a amiga chata e dela me acusar de não ter ficado feliz por ela estar realizando um sonho, eu decidi guardar para mim mesma essas sensações que estavam tirando o meu sono.

— Tá com uma cara estranha Gaby, tá com fome? — Raíssa perguntou assim que nos despedimos da Lua no aeroporto e estávamos caminhando para o estacionamento. — Porque eu tô, vamos comer? — A olhei incrédula, mas comida a gente não rejeita e fomos para o BK mais próximo.

Assim que chegamos, a Rai pediu o maior de todos com tudo extra, batata grande e uma quantidade imoral de sachês de maionese. Ela comprava e passava a semana toda comendo tudo com maionese do BK.

— Não é natural uma pessoa pequena comer um Mega Stacker Atômico tão rápido, Rai — Eu ainda estava na terceira mordida do meu Chicken Sandwich e ela já estava levantando para completar o refil do refrigerante.

— Você anda muito estressada, Gaby. — Falou assim que voltou a se sentar e começou a atacar as batatas.— Eu também tô sofrendo de saudades da Lua. Poxa somos inseparáveis desde o nono ano.

— Não é só saudade, eu sinto que algo estranho tá acontecendo. — Decidi confessar minha angústia. — Meu sexto sentido raramente falha, e você sabe disso.

— Você pensa demais amiga, prova disse foi todos os tutoriais de maquiagem para presas que você assistiu nos últimos meses. — Riu e depois de beber o refrigerante de uma vez só e fazer aquele barulho irritante com a boca e me olhou — Tá pensando em cometer algum crime, amiga?

— Não, mas você sabe que posso ser processada por namorar alguém que não namora comigo — Falei baixinho me aproximando dela — Eu sinto que o processo vem, eu sinto. — Me ajeitei na cadeira e conclui meu pensamento — Não vejo mal algum em aprender a fazer um blush com borra de café. Presa? talvez. Desarrumada? Nunca.

— Amiga vamos esperar ela chegar lá e caso não entre em contato ou a gente achar alguma coisa errada, ai sim a gente se desespera, ok? — Rai falou levantando para completar o refil. Aquela garota não tinha fundo — Agora vamos comer em paz, porque se eu ficar nervosa sinto muita fome.

Decidi seguir o conselho da minha faminta amiga e deixar rolar, ela tinha razão eu pensava demais e ficava ansiosa por qualquer coisa. O que de mal poderia acontecer com a Lua em Dubai? Dubai que deveria ter medo da Lua e não ao contrário.

Pobre cidade, nunca mais será a mesma!

A semana passou e depois da terceira tentativa de tentar ligar para a Lua e ela não responder eu decidi enviar uma mensagem no nosso grupo e a maneira como ela respondeu, foi a certeza que eu precisava de que algo muito estranho estava acontecendo.

A semana passou e depois da terceira tentativa de tentar ligar para a Lua e ela não responder eu decidi enviar uma mensagem no nosso grupo e a maneira como ela respondeu, foi a certeza que eu precisava de que algo muito estranho estava acontecendo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Assim que recebemos a respota dela totalmente formal falando que estava no  processo de adaptação ao fuso horário, a cultura e ao trabalho e por fim justificando que não estava atendendo as nossas chamadas de vídeo, porque o celular dela estava co...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Assim que recebemos a respota dela totalmente formal falando que estava no  processo de adaptação ao fuso horário, a cultura e ao trabalho e por fim justificando que não estava atendendo as nossas chamadas de vídeo, porque o celular dela estava com problemas e a câmera não estava funcionando não era apenas estranho, era a prova de que não era ela que estava ali respondendo as mensagens. Já ia ligar para a Raíssa para falar disso, quando a minha campainha tocou e fui abrir a porta.

— Agora sim, acredito em você! —  A Rai saiu entrando no meu apartamento, igual a um furacão.— A Lua passaria fome, ficaria sem cruzar, usaria roupas com estampas de gatinhos,mas nunca ficaria com o celular ruim. — Foi em direção a minha cozinha e eu fui atrás.— Ela não ficaria sem selfies e sem perturbar aquele ridículo do Tetas, sem mandar meio nudes.— Ela falava rápido e abria os meus armários de cozinha.—  Porra, Gabs não tem comida nessa casa?

— Geladeira. — indiquei com o dedo — Tem umas marmitinhas que trouxe da casa da minha mãe ontem.

Ela pegou as quatro marmitinhas e colocou no micro-ondas, se sentou na banqueta que tinha na cozinha e colocou uma mão no queixo apoiando no balcão e a carinha de tristinha com fome dela partiu meu coração.

— Agora tô preocupada, real! — Me sentei ao lado dela e a abracei.

Decidimos que não iríamos preocupar os pais da Lua com as nossas teorias, mas íamos tirar essa história a limpo.

Como duas fodidas que éramos, não tínhamos dinheiro e como não se tira dinheiro do cu, cada uma colocou a venda o seus preciosos cacarecos automobilísticos e esperamos alguma boa alma querer comprar nossos carrinhos cheios de problemas mecânicos.

A Lua que era enjoada com carros e sempre sequestrava os nossos para revisão, mas como no último mês ela estava ocupada se ajeitando para viajar, podemos dizer que nossos cacarequinhos sofreram um pouco.

Por fim conseguimos vender nossos carrinhos e começamos a nos preparar para viajar, era uma burocracia do cão conseguir.

Não sei como a Lua teve paciência com isso, deveria estar tão animada com o trabalho que nem ligou. O problema de ir pra Dubai, é não saber pra onde vamos, Dubai é enorme, não vamos encontrar a Lua do dia pra noite assim não.

Depois de uns dias resolvendo tudo para dar certo na viajem, eu e a Rai conseguimos e já estávamos indo pro aeroporto com nossos pais, eles já sabiam do porque estávamos indo, não adianta ficar escondendo nada, não temos mais 17 anos.

Quando chegamos no aeroporto fizemos o check-in e esperamos a chamada do nosso voo. Sentamos em uma salinha que tinha ali para esperar e conversamos um pouco com nossos pais.

— Vou sentir saudades meus amores — Minha mãe abraçou eu e a Raíssa — Já basta a Lua, não vai ter mais alegria naquela casa.

— Para mãe, não estou querendo chorar — Falei abraçando ela — A gente não vai pra morar lá não, rapidinho estamos aqui de volta, dessa vez com a Lua.

Raíssa falou umas coisas com a minha mãe e depois foi abraçar os pais dela. Eu não tinha meu pai comigo, infelizmente ele morreu em um acidente de carro, mas hoje não me abala como antes.

— Você tem certeza disso, Gabryella? — Minha mãe perguntou passando a mão no meu cabelo e eu assenti.

— Eu tenho mãe, é pelo bem da minha amiga.

— Vocês já sabem onde ela está morando? — Perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Não, mas isso não é problema pra gente — Pisquei e ela me olhou debochada — Vai dar tudo certo, mãe. Vem aqui me dar mais um abraço.

Escutei a chamada do nosso voo e eu olhei pra minha mãe esperançosa.

Ela pegou na minha mãe e fez um carinho — Ok, vai dar tudo certo meu amor — Olhei pra ela sorrindo e dei um beijo na sua bochecha.

Despedi dos pais da Raíssa e dei um abraço na minha mãe uma última vez.

Ouvimos a segunda chamada e agora era definitivo. Só a Lua pra fazer isso com a gente, o que uma amizade não faz né?

Entramos no avião e sentamos na nossa poltrona, é Dubai, aí vamos nós!

Emirados Árabe - Dubai Onde histórias criam vida. Descubra agora