Emirados Árabe - Dubai

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Lua 🌙

Eu pisquei e já chegou o dia da minha viagem, graças ao meu bom pai do céu, já estava quase arrancando meus cabelos de ansiedade. Meus pais e as meninas iriam comigo pro aeroporto pra gente se despedir, Raphael não quis aceitar de jeito nenhum porque odeia despedidas, mas ontem à noite dei um chá daqueles pra ele dormir bem!

Fiquei mais aliviada em não ter que pagar nada da viagem, até porque era o mínimo que eles poderiam fazer, nunca mais vão ver uma funcionária igual à mim.

— Tudo pronto minha filha? — Minha mãe entrou no meu quarto e eu só terminei de fechar a mala.

— Tudo sim mãe! As meninas já estão aqui?

— Estão na sala com seu pai. — Ela me olhou com os olhos lacrimejando.

— O que foi mãe? Não precisa chorar — Puxei ela pra um abraço, vou morrer de saudades até das porradas que essa velha louca me dava.

— Eu vou sentir tanta sua falta, meu bebê — Revirei os olhos sem ela ver — Dubai é muito longe.

— Mãe, eu sempre vou vir visitar a senhora. Você sabe que eu amo a minha profissão e vou trabalhar exclusivamente com design gráfico, esse emprego vai ser bom pra mim e para vocês. Vou ajudar vocês em tudo a partir de agora.

— Tudo bem! — Ela disse limpando as lágrimas e me olhando — Você tem que aproveitar lá, cheio daqueles árabes gostosos. Só não pode me dar netinhos antes dos 65.

— Você é imoral mãe — Falei rindo da cara dela — Eu não quero saber de árabe nenhum, único árabe que me interessava era aquele desgraçado gostoso que me bloqueou. Eu ainda guardo mágoa.

— Ele mora lá sua tchonga! Vai que o destino colabora com você, e te faz esbarrar nele.

— Alô terra chamando Helena!? É Dubai mãe, lá é gigante. As chances de eu encontrar ele são 0,00%. — Ela só me olhou e não falou nada. — Agora vamos logo, antes que eu me atrase pro voo.

Peguei minhas malas e as levei pro corredor. Antes de sair dei mais uma olhada na minha casinha que sentirei falta.

— Tá preparada pra viver uma nova vida a partir de agora né? — Gabryella chegou perto de mim me ajudando a colocar as malas no carro.

— Tô sim amiga! Vou ganhar o dobro agora, nem vou pagar essa viagem. Uma verdadeira rainha. Beije meus pés escrava — Falei colocando meu pé na frente dela e a palhaça caiu na gargalhada.

— Aí sua imunda, vai fazer falta demais — Me olhou querendo chorar.

— Deixa pra chorar no aeroporto, por favor! Cadê a Raíssa cara? Se eu me atrasar eu boto a culpa nessa indiota.

— Tô aqui merda! — Ela disse chegando atrás de mim do nada.

— Caralho mané, vai assustar a puta que te pariu. Bora logo inferno.

Eu ia com as meninas no meu carro e meus pais no carro deles. Vou aproveitar os últimos minutos com meu carrinho.

Chegando no aeroporto, fiz toda aquela coisa de check-in e despacho de bagagens. Não demorou muito e eu escutei chamando o meu voo. Olhei para minha família que já estava aos prantos e não aguentei, comecei a chorar junto.

— Vem aqui, gongadas — Chamei as duas jumentas chorando na minha frente — Não vou esquecer nunquinha de vocês, meus amores.

— Eu espero mesmo, Lua — Raíssa já disse de cara fechada. Devia tá com fome, aquela ali só tinha dois estados de espírito: com fome e comendo!