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Gabryella 🦋

Eu estava tentando manter a calma, com essa história da Lua morar com o cara que sequestrou ela e que tinha um piercing no pau.
Na verdade eu estava praticando todos os tipos de respirações que eu aprendi em um tutorial na internet.

Tutoriais são tudo!

O medo da minha amiga sair machucada e nos machucarmos fisicamente, era sentimento constante. Não conhecia o cara pessoalmente e não entendia como a Lua estava tranquila nessa situação toda, mas no meio da loucura ela estava torrando o dinheiro dele e que mal tem ganhar umas roupinhas, não?
Independente de Brasil, Dubai ou a puta que pariu, a Lua tinha uma deficiência em chegar no horário em qualquer lugar e a imunda tinha marcado de me encontrar na porra de um shopping gigantesco nessa praga de cidade cara para um caralho, e como sempre estava atrasada.

— Tô com fome! — Já estava estressada com o atraso da Lua e a Rai era igual ao burro do Shrek só que a frase que ela repetia era ligada ao estômago dela. — Liga para aquela filha da puta de novo, porra tô com fome!

— E quando não tá? — Bufei e voltei a mandar mensagem para Lua, o que não significava nada porque ela poderia estar na Jamaica que ia falar que estava chegando.

Minha mente só pensava em como torturar e matar lentamente a minha amiga quando ela apareceu no meu campo de visão. Já estava com todos os xingamentos na minha boca quando a Samira apareceu do chão na nossa frente.

— Eu sei que estávamos atrasadas, mas a Lua tá tentando convencer o segurança de confiança do Unsel a não falar de vocês até ela contar. — A Sami me deu um beijo e depois foi cumprimentar a Raissa — Ele nunca faria mal a vocês, não entendo esse medo todo.

— Não queremos virar comida de tigre e nem ser vendidas — A Rai falou e eu ri — Por falar nisso, estou com tanta fome que comeria um tigre! — Revirei meus olhos e fui em direção a minha amiga que estava sentada em uma mesa com um homem gigantesco a frente.

Minha raiva estava tão grande que nem tinha prestado atenção no tal segurança, mas meu coração errou as batidas assim que aqueles olhos azuis varreram meu rosto e me arrepiei inteira.

Já fui logo perguntando o nome, interessada na verdade no timbre da voz dele. Tinha um fraco por homem de voz grossa e ele era todo grosso.
Aproveitei tirei uma casquinha na hora de me apresentar e fiquei molhada só com o cheiro do macho.

Grande, cara de malvadão e com a voz grossa???

Obrigada, Deus!

Agora sim Dubai estava começando a ficar bom, vim de longe pra ver minha amiga, tinha que ter uma recompensa pelo menos né.

Ficamos o dia todo fazendo compras, compramos de tudo e mais um pouco. O árabe que emprestou o cartão pra Lua teria um infarto depois de ver a fatura do cartão. Mas quem liga né?! Se ele emprestou é pra gastar mesmo.

William ficava sempre no nosso pé, qualquer lugar que fôssemos ele não tirava os olhos da gente. Acho essa coisa toda muito possessiva, mas não falo nada porque sou apenas uma convidada, não sei nada sobre esse mundinho.
Lógico que eu fiquei secando o William, percebia também alguns olhares dele para mim, mas sempre que eu devolvia o olhar, ele desviava. Agora sim eu tenho um bom motivo para ficar mais tempo em Dubai.

Estávamos todas sentadas em uma mesa comendo um lanche, quando eu tive uma brilhante ideia, já que o William não tinha me dado bola direito, ia ser agora.

— Amiga — Chamei a Lua que estava ao meu lado, e me olhou — Eu preciso ir ao banheiro. Libera o William pra ir comigo? Posso ficar perdida por aqui — Falei fazendo a Katia e a Lua estreitou os olhos para mim.

— Toma vergonha na cara, Gabryella — Me deu um beliscão que devolvi com um tapa no braço dela — Tenho cara de palhaça agora?

— Vai amiga — Olhei pra ela com um biquinho — Faz isso por mim, eu tenho que conseguir esse homem.

— Eu posso tentar — Fez uma pausa — Mas o William não vai querer sair de perto de mim.

Fiz uma careta e olhei na direção do William que estava parado olhando para nossa mesa. Percebendo o meu olhar, ele franziu a testa e balançou a cabeça para mim. Sorri, mandei beijinho pra ele e me virei de novo pra olhar a Lua.

Ela chamou o William que parou ao lado dela e fez sinal com o dedo para ele se aproximar. Aquele homem gigantesco curvado era ao mesmo tempo uma cena engraçada e tentadora.

— Will querido, estou um pouco tonta e a Gaby tá muito apertada para ir ao banheiro, por favor vai com ela porque ela tem problema cognitivo e não consegue entender as placas — A filha da puta se aproximou ainda mais do William e susurrou — Ela é dislexica, mas não falamos sobre isso.

— Senhora, não sei se é uma boa ideia — Ele falou coçando a cabeça e a Lua fez sinal para ele se aproximar mais.

— Não vou sair daqui homem, a Rai tá no terceiro Big Mac ainda — Apontou para a Raissa que mordeu o sanduíche que estava em uma mão e deu joinha com a outra — Vai logo antes que ela se mije!

— Não saiam daqui! — O William falou para a Lua, para a Rai e para a Sami que assentiram com a cabeça enquanto voltavam a comer.

Me levantei toda animada e parei ao lado dele, que olhava concentrado para tudo. Como não sou de ficar quieta, comecei a puxar assunto com ele.

— Namora ou é casado WiuWiu? — Ele olhou pra mim com uma cara engraçada e eu dei um sorriso brincalhão.

William virou pra frente sem responder minha pergunta e eu fiz cara de mongol.

— Você não me respondeu William — Insisti na pergunta novamente.

— Não sou casado, senhora — Me olhou por um tempo e voltou a atenção para frente.

— Ainda bem, obrigada Deus — Falei baixo para ele não escutar, o que não deu certo, pois ele olhou pra mim.

— O que senhora? — Perguntou sem entender.

— O que, o que Wiuwiu?— Fiz minha maior cara de sonsa.

— O que a senhora falou.

— Wiuwiu escute uma coisa — Toquei no braço dele que me olhou na mesma hora — A única senhora que eu conheço é minha vozinha e minha mãe, me chama de Gabi ou se preferir, amor da sua vida — Dei uma piscadela e como a gente já estava chegando que acredito eu no banheiro, andei mais rápido passando em sua frente.

Entrei no banheiro correndo enquanto o William fazia a segurança lá fora.
Vi que tinha uma senhora lavando as mãos e esperei ela terminar e sair enquanto eu ajeitava calmamente minha maquiagem. Assim que a velha racauxutada saiu, fui para trás da porta do banheiro e ativei o modo atriz de malhação.

— Socorro, pelo amor do Salvador, alguém me ajuda — Gritei desesperada — Wiuwiu, help me.

Assim que ele entrou com a arma em punhos, eu tranquei a porta e quando eu vi a cena meu cu trancou.
Me recuperei do susto e coloquei meu plano em ação.

— Não precisa apontar essa arma para mim — Apontei para a arma e desci o dedo para o meio das pernas dele — Aquela arma eu quero apontada para mim.

Emirados Árabe - Dubai Onde histórias criam vida. Descubra agora