Passei o resto do dia com o celular desligado, quando finaliza o meu horário de trabalho vou para o meu apartamento, Emily ainda estava no plantão, o meu seria só amanhã, resolvo ligar o celular, tinha uma mensagem de Adam, pedindo para que eu ligue para ele urgentemente, resolvo ligar:
- Oi cara, só vi sua mensagem agora.
- John, Sarah te ligou?
- Ligou várias vezes, não quis atender. Aconteceu alguma coisa?
- John eu dei o seu endereço para ela.
- Adam você está maluco?
- John, ela está desesperada e o assunto é sério, mas não posso te contar. Ela deve estar chegando aí. Toma uma água e se acalma pelo amor de Deus.
- Adam você está me deixando mais nervoso.
- Você tem que conversar com ela. Meu amigo, infelizmente não posso te adiantar... se tiver algum calmante natural tome.
- Vou ver o que tenho aqui.
Desligo o celular assustado, Adam me conhecia bem e provavelmente já sabia o que Sarah quer me falar, melhor eu procurar um calmante, algo que me ajude a controlar a ansiedade. Vou até o banheiro e encontro um calmante leve e fitoterápico que as vezes me ajudava a relaxar. Tomei e esperei na sala não tinha mais nada o que fazer, só espera. Fico angustiado, andando de um lado para o outro, a minha sensação era que tinha passado uma hora ou mais, não tenho certeza. O interfone toca, eu sabia que ela tinha chegado. Emily e Leone já entravam sem que me avisassem.
Atendi, o porteiro fala o nome dela e pergunta se pode subir eu autorizo, sinto as minhas pernas tremerem. O que será que ela queria? Eu sabia que não podia ser nada bom. Escuto as batidas na porta e vou até lá abrir, era ela. Estava bem na minha frente, sinalizo para que ela entre e fecho a porta. Ela me abraça, mas eu não retribuo apenas deixo ela me abraçar, ela estava aparentemente abatida, parecia cansada, o rosto estava inchado como se estivesse chorando.
- Sarah o que aconteceu? Por que você veio?
- Posso sentar? – Ela pergunta indo para uma das poltronas.
Espero ela se senta e me sento próximo.
- Me fala Sarah, aconteceu alguma coisa? – Eu estava nervoso demais com essa situação.
- John, desculpa vim aqui te atrapalhar...
- Sarah, pelo amor de Deus, se você tem alguma coisa para me contar, conta logo.
Eu me levanto apreensivo e ando de um lado para o outro, vejo ela chorar muito a ponto de soluçar. Ela não conseguia falar, eu vou na cozinha, pego um copo de água e entrego a ela. Ela tenta secar as lágrimas e bebe um pouco da água, eu me sento no centro de mesa e fico de frente para ela, seguro sua mão.
- Sarah me fala o que aconteceu? Por que você veio até aqui?
- Eu não queria te perturbar... eu te liguei esses dois dias, mas você não me atendia... procurei o Adam e ele me ajudou a chegar até aqui.
- Eu não quis te atender, enfim, não preciso te dizer o motivo.
Ela chora mais, eu seguro a sua mão.
- Sarah alguém morreu? Você está bem? É alguma coisa com Antony? – Eu só conseguia pensar em tragédia, a fisionomia dela não era nada boa.
Suas mãos tremiam de nervoso. Eu tento deixá-las firme.
- Sarah pelo amor de Deus fala alguma coisa. Eu vou ter um ataque cardíaco.
Ela respira fundo e olha para baixo sem me encarar.
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As marcas do medo.
RomanceJohn é um jovem médico que há anos luta contra as crises de pânico. Sua vida sofre diversas reviravoltas levando-o a ficar cara a cara com os seus traumas, deixando ainda mais intensa as suas crises e seus medos. O dinheiro não era capaz de lhe comp...