Fui até seu apartamento, bati na porta sem coragem, as batidas eram fracas, esperei e ela abriu. Ela me olha confusa e se assusta com a minha fisionomia, entro e dou um beijo leve em sua boca. Eu vou até o sofá e sento espero ela se sentar também.
- John, você está me assustando.
Não aguento vê-la daquele jeito, junto minhas mãos perto do rosto e as lágrimas descem, ela se senta do meu lado e me abraça.
- A Sarah está grávida. – Solto meus olhos estavam úmidos.
Ela me olha confusa e sai do abraço, isso me faz chorar ainda mais, ela se levanta e sai de perto de mim, depois a vejo voltando com um copo de água, me entrega e se senta no chão perto das minhas pernas, eu bebo tentando me acalmar.
- Como John?
- Ela está grávida de quatro meses, não sabe se o filho é meu ou do outro. – Levanto meu rosto tentando me manter calmo. – O desgraçado a abandonou, quando soube que tinha a possibilidade de o bebê ser meu.
Ela fica assustadoramente silenciosa, olho seu rosto parece decepcionada, vejo uma lágrima escorrer pelos seus olhos.
- Emily... isso não muda nada o que eu sinto por você. Eu te amo.
Para o meu desespero ela não me responde, ela abaixa a cabeça e chora, eu desço do sofá até ela e a abraço. O abraço mais apertado, tentando não a perder. Limpo suas lágrimas e encosto meus lábios nos seus com carinho, ela não sorri, não me olha, isso me assusta tanto. Sinto as lagrimas descendo pelo meu rosto.
- John, eu não posso. – Ela estava chorando.
Eu não queria acreditar naquelas palavras, eu não podia aceitar, eu a abraço com mais força não consigo controlar o choro.
- John, eu sei que é uma fatalidade, mas eu não posso lidar com isso.
- Eu te amo tanto, Emily. – Eu continuava abraçando-a.
- Eu também te amo, John. Amo muito, mas eu sei o vai acontecer. – Ela sai do meu abraço e se levanta. Eu coloco as mãos na cabeça, ela parecia que ia explodir.
- John, eu já vivi isso e eu sei. Meu ex engravidou a amante. Eu tentei John...e ele me abandonou.
- Eu não sou esse cara, Emily. São coisas diferentes. – Levanto-me e vou até ela, seguro seu rosto, meus polegares acariciam suas bochechas molhadas pelas lágrimas, eu a abraço, ela me abraça levemente. – Confia em mim.
- John... – Ela pega as minhas mãos. – Eu sei os meus limites, eu não quero estragar o que a gente construiu. – Ela se senta na cadeira e eu me sento a sua frente, abraçada a suas pernas.
- Você vai se dedicar a essa gravidez, eu não tenho espaço nisso, John, eu sei.
Sabia que ela estava certa, mas eu não queria aceitar, não era justo com a gente. Eu a seguro ainda mais forte, não podia acreditar que íamos acabar assim, acabar nossa história desse jeito.
- Ela precisa de você. Eu vejo mulheres grávidas sozinhas o tempo inteiro é triste e cruel, não me perdoaria em tirar esse direito dela.
- Eu assumi, Emily, eu não vou deixá-la sozinha, mesmo que eu ainda não saiba se é meu filho.
- Eu sei John, eu não esperaria nada menos de você. – Ela beija minha mão e eu sinto seus lábios molhados. – E isso me deixa feliz, porque sei que nunca me enganei.
- Não termina comigo, eu preciso tanto de você. – Aperto sua mão e levo até o meu rosto, toco sua mão em minha pele, pela minha barba, ela chora.
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As marcas do medo.
RomantizmJohn é um jovem médico que há anos luta contra as crises de pânico. Sua vida sofre diversas reviravoltas levando-o a ficar cara a cara com os seus traumas, deixando ainda mais intensa as suas crises e seus medos. O dinheiro não era capaz de lhe comp...