Knockout

No peace and no work

Atravessei os corredores que já sei cor em direção a minha família. Minha visão já está embassada mas isso não me impede de chegar até a porta do quarto. Assim que abro a porta sinto algo em mim morrer ao ver meu pai deitado cheio de aparelhos naquela cama e minha mãe dormindo encolhida na poltrona ao lado da cama com uma das mãos tocando a mão do meu pai.

Não tive força para fazer nada, apenas fiquei parada na porta deixando minhas lágrimas caírem. Me afasto da porta e fecho a mesma me mantendo do lado de fora, encosto no batente da porta tampo meu rosto. Eu só queria acordar e perceber que esse pesadelo só existe na minha cabeça.

- Ly? - ouço a voz que faz meu coração acelerar

Abro os olhos e deixo mais lágrima caírem, sinto os braços de Luca me envolver.

- Hey, eu estou aqui. - ele beija minha cabeça

- Meu pai... - digo chorando

Me senti confortável e amparada nos braços dele.

- Você já falou com sua mãe ou com o médico? - Luca pergunta depois que eu consegui me acalmar

Neguei com a cabeça.

- Você viu o caso do meu pai? - pergunto

Ele concordou com a cabeça e tirou os fios de cabelo que caiam sobre meu rosto.

- Ele vai ficar bem não vai? Nada pode acontecer com ele...

- Se acalme Lily. - ele pede calmo - Eu vi o caso do seu pai, e estou muito otimista.

- Você só está falando isso porque é meu amigo.

- Eu estou falando isso sendo quase um médico. - ele diz - Seu pai ficou sim desacordado por um tempo, mas ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas que passaram pela mesma situação ele está com a capacidade respiratória quase intacta.

- Por que ele não está acordado falando então? - me encosto na parede

- Ele precisa descansar, passou por um evento muito traumático. Ele já conversou com sua mãe e comigo. - ficou parado na minha frente

- Ele irá ficar igualzinho a antes?

- Com alguns arranhões a mais, mas fora isso estará intacto.

Luca precisou ir trabalhar e então finalmente tive coragem de entrar no quarto, sem fazer barulho abri a porta e entrei em passos curtos. Minha mãe agora já estava acordada e lia um livro. Ela viu meu movimento e me olhou sorrindo.

- Oi. - ela disse baixo - Já está até bronzeada. - ela se levantou e me abraçou

- Mãe. - a apertei forte

- Você não precisava ter vindo, seu pai vai ficar bem filha. - ela acaricia meu rosto

- Agora eu sei, mas fiquei muito preocupada quando Carly me ligou.

- Eu a avisei que ligaria para você assim que tivéssemos certeza de tudo. - ela sorriu fraco

Encarei meu pai que parecia dormir tranquilo.

- Vamos dar uma voltinha. - minha mãe diz fechando a blusa de lã - Preciso de um café e seu pai vai demorar para acordar.

Concordo com ela, seguimos pelo hospital até a praça de alimentação. Minha mãe pegou café para a gente e nos sentamos em poltronas no canto do lugar.

Meu celular vibra em meu bolso e só então vejo as inúmeras chamadas perdidas de Scooter e Chloe.

- Seu chefe? - minha mãe pergunta