Capítulo 27

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Estava saindo do banheiro acompanhada de Adelaide quando quase trombei em Minus, que segurou minha bolsa antes que caísse de meu ombro.

– Opa

– Que desastrada – Comentou Adelaide com um sorriso maldoso de meio de canto.

– É

O problema é que Minus Daike não viu, mas minha amiga pelo jeito me empurrou pelas costas para que desse esse quase tombo, fazendo-o me segurar e acreditar que sou uma desastrada em ascensão. Como se não bastasse o quase afogamento em uma piscina rasa! Fuzilo Adelaide, mas ela já está fugindo de mim.

– Te encontro no ônibus

– Acho que isso é seu – Minus devolve minha bolsa.

– Obrigada

– Pelo que? Segurar sua bolsa? Ou evitar que se afogasse instantes atrás?

– Pelos dois, oras!

Devo ter ficado tão vermelha quanto um tomate, porque Minus deu uma risadinha enquanto me acompanhava. Nos misturamos ao resto dos novatos, mas ele estava sempre ao meu lado. Percebo que seu rosto de perfil, quando relaxado, era encantador.

Minus Daike tinha sempre um semblante sério e tedioso, as vezes concentrado e quando jogava basquete parecia um profissional, era exemplar o quanto se dedicava na quadra. Mas as vezes nas aulas não era o maior gênio.

Era um garoto ainda crescendo, cheio de talentos. E com um charme único.

– O que está olhando?

Ele me pegou de surpresa mais uma vez, ao se virar para mim e perguntar.

– Nada de mais ...

– Depois daqui ... – Mas ele parou de falar e eu me virei para encarar seu rosto, que estava de perfil e olhando para algo na nossa frente.

– O que?

Segui seu olhar e vi Max, que estava impedindo nossa saída para o hall do estabelecimento esportivo. Ele me encarava com descrença e parecia incomodado, depois se voltou para Minus e falou:

– O que diabos você pensa que está fazendo?

– Hã?

– Você sabe do que estou falando

– Sei mesmo? Eu estou confuso, na verdade – Minus cruzou os braços – Pode ir na frente, Blume?

– Bem ...

Volto minha atenção para Max, que se afastou um pouco da porta e meneio a cabeça. Vou caminhando até lá quando de repente ele me segura pelo pulso e me joga contra uma parede próxima. Seu rosto agora muito perto, sinto o cheiro de seu hálito quente e ele tenta me beijar a força.

Consigo desviar a tempo, sua boca grudou na minha bochecha e tento o afastar aos socos. De repente Max é arremessado para trás e eu perco as forças nos joelhos. Minus jogou o garoto para longe e agora estava ao meu lado, falando para eu sair logo daqui.

Não sei como obedeci, mas já estava de pé e correndo para fora, sem olhar para trás uma segunda vez.

(Minus)

– O que diabos você pensa que fez?! – Rosno de ódio.

Max estava descontrolado já faz tempo, queira fingir que não tinha notado e fechar meus olhos, porém agora era tarde demais.

– Você sabe que eu estou afim dela! E você é meu amigo! Por que está me atrapalhando?

– E isso te dá o direito de pegar a garota e forçar?

PerdoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora