(Marie)
Tinha sido um acidente ter encontrado Blume-Liebe enquanto ia para o templo, porém antes de chamar por ela, acabo vendo o líder dos Filhos de Erebus e congelo atrás de uma árvore.
Não consegui ver direito, mas ouvi parte de sua conversa e depois ... Depois houve silêncio.
Minhas mãos voam para minha boca, tampando qualquer barulho que eu possa fazer sem querer e espero. Fico parada deixando que os segundos se transforme em minutos.
Paciência, seja paciente!
Quero fechar os olhos, mas poderia ser pior.
Minha respiração estava entrecortada, estava com um pouco de medo de ser descoberta e só quando um bom tempo passa é que saio do lugar. E aonde estava Blume e o guerreiro, agora era um completo nada.
Mordo o lábio inferior.
E antes que Quadir Lay pudesse retornar, saio daquele caminho.
Na segurança do refeitório feminino faço uma xícara de chá vermelho, o aroma me embriaga como sempre. Era aquele perfume perfeito que mescla frutas e flores, assim como seu sabor na ponta da língua que mais parecia que rosas desabrochavam dentro da boca. Inspiro com satisfação e procuro me sentar para aproveitar a bebida quentinha.
Assopro um pouco da fumaça branca, minha mente voltando a lembrar do quase encontro com o líder dos Filhos de Erebus. Será que Blume-Liebe sabia o quanto este homem era assustador? Que na batalha contra os Meninos Corvos, ele ...
Não! Eu não deveria pensar nessas coisas!
Acabo balançando a cabeça para os lados, ignorando as garotas que por mim passavam aos cochichos. Eu era uma das poucas novatas que sabia do passado sangrento do guerreiro porque não era a única a ter sido marcada em minha família.
Isso era algo que eu não contava para todos.
Não por vergonha, em realidade estava mais por falta de conversa sobre o assunto que ocultação de informação. Fazia quase dez anos desde que minha tia fora marcada, morrera e desmorrera. Foi na mesma época que os vampiros vermelhos começaram a aparecer e uma grande confusão aconteceu.
Eu era muito pequena naqueles tempos, tinha acabado de fazer seis anos e meu pai se revoltou quando saiu de Nova York e veio para Tulsa para tirar a irmã Nicole da Morada da Noite. A família tinha entrado em alvoroço com sua "ressurreição" e não era para menos.
A família toda tinha ficado no hotel Mayo, viram o pronunciamento de uma ex Grande Sacerdotisa de Nyx chamada Neferet e eu a vi pessoalmente. Era linda ao ponto de ser deslumbrante, com aquele cabelo ondulado, de um castanho avermelhado sedoso e lindos olhos verdes como esmeraldas.
A cor que mais combinava com aquela vampira antiga e poderosa era o vermelho do sangue.
Foi um estranho pensamento que tive quando vi Neferet, mas ele se fez verdadeiro quando os acontecimentos seguintes surgiram numa explosão de caos, medo, mortes e sangue fresco. Mesmo uma criança como eu percebi o terror daquela noite quando a Sacerdotisa Zoey e seu círculo lutaram contra as Trevas.
Foi uma noite longa e triste para todos. Mas o que me marcou profundamente foi a destreza de Quadir Lay em rasgar raven mockers como se fossem feitos de manteiga, sua espada reluzia com a fraca luz lunar e do rubro sangrento. Foi um vampiro designado para a retaguarda e de fazer os civis fugirem do hotel Mayo, então pude ver de perto sua crueldade e seu lado assassino. Eu nunca mais esqueci.
Ergo a xícara de chá e bebo um bom gole, sentindo que a garganta abria um pouco com seu calor suave e doce sabor. Apesar de estar avançada no ano letivo, ainda não tinha nenhum paladar para o sangue. Será isso um mau sinal?
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Perdoada
FanfictionBlume-Liebe não teve uma família muito amorosa, perdeu seu único parente que a amava e para completar sua vida, foi Marcada pelo rastreador Erik Night no dia do velório de seu querido avô. Agora tudo mudou e ela se viu na Morada da Noite de Tulsa, c...