Perdoada

Capítulo 10

(Jekyll)

Marie era exatamente como meu lembrava.

O rosto com belas bochechas rosadas e lábios em forma de coração, sempre com um sorriso tão doce e um olhar gentil. Ela parecia frágil desde que seus cabelos cresceram tanto ao ponto de chegar na altura da cintura, ondas sedosas que me fez erguer a mão e passar os dedos entre seus fios.

Como podia resistir assim? Verdade que fui surpreendido com nosso encontro no teatro, eu pensava que seria reconhecido de primeira, como foi comigo quando a vi entrando naquele lugar.

No momento seguinte fui atrás dela para me apresentar e esperando ser lembrado, mas antes de passar pela entrada do lugar acabei congelando no caminho. Sua voz era dolorosa e cheia de um sentimento que me cortava em pedaços, fui envolvido por Marie e não conseguia mais pensar em nada.

Me apaixonei novamente por minha melhor amiga.

Mas eu jamais diria isso, jamais me confessaria. Esperava poder manter ela ao meu lado para sempre, não precisava mudar nada entre nós.

– Por que você tem medo daquele guerreiro? – Volto a perguntar.

– Ele é o líder dos Filhos de Erebus – Ela comenta.

– Sei, sei ... E o que mais?

– Você se recorda da época que tínhamos seis anos? Lembra da minha irmã Nicole?

– Sim, ela foi marcada quando fez uma viagem escolar para a cidade de Oklahoma, verdade? Aí a morada da noite mais próxima para ela foi ...

– Está aqui – Marie abrange com a mão o nosso redor – Minha irmã morreu nesta Morada da Noite

– Sinto muito, não me recordo muito dela ...

– Pois é. Eu também não me recordava

– Então foi por volta dessa época que ela morreu. Tem algo a ver com o guerreiro?

– Em partes – Ela deu de ombros – Houve um surto com várias famílias por causa de algo estranho e sem explicação: Novatos mortos voltavam a vida com tatuagens vermelhas

– Como a sua?

Minha mão cobre a lateral do seu rosto e a acaricio, subindo meu toque até sua testa onde o desenho de uma lua crescente fora marcada num tom carmim muito bonito.

– Você morreu também? E desmorreu?

– Ah, não – Ela ri – Depois disso alguns novatos foram marcados com está cor e se tornavam novos tipos de vampiros. Você não sabia disso?

– Em Nova York pelo jeito não andam explicando atualidades – Reviro os olhos – Tá, acho que entendi em partes. Mas é muita maluquice acreditar em mortos que voltam da morte

– Mas aconteceu!

– Tem certeza? Não foi algum erro, tipo aqueles casos que humanos tem paradas cardíacas por causa de alguma doença bizarra e rara, depois de horas "morto" acaba por voltar ao normal e tal?

– Credo! De onde tirou isso?

– Eu li vários artigos sobre isso ... Aconteceu até recentemente um caso de um homem que quase foi enterrado vivo e ...

– Não, pare! Por favor! É assustador!

– Tem razão

– Mas não é nada disso. Minha irmã Nicole realmente morreu e voltou a vida ... Os novatos vermelhos começaram a aparecer desde então