Capítulo 24

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(Red)

O dia de visita dos pais não podia ser mais constrangedor como daquela vez, meus pais vieram apesar do meu óbvio distanciamento. Ignorando mensagens, não retornando ligações, negando-me em voltar para casa por um curto período de tempo das férias.

O casal Hommer e Cristine Redfield veio em suas roupas básicas em tons de marrom, tão comuns e brega que parecia ser o completo oposto da filha mais velha deles: Usava uma calça preta jeans com cortes nos joelhos, igual à garota ao meu lado Lilian. E uma blusa de alças finas num tom de vermelho que era forte e quase indo para o vinho, havia lacinhos pretos em cada alça e lindas pedrinhas brilhantes no nó deles.

As botas de cano longo e salto agulha não ajudavam muito para eles não torcerem o nariz diante da minha visão. Ah, nem da echarpe xadrez enrolado ao redor do meu pescoço.

– Querida! – Papai exclamou.

– Ariana!

– Ariana? – Lilian cobriu a boca e deu uma risadinha.

– Cala a boca – Rosno baixinho ao seu lado.

– Minha filhinha! – Mamãe me abraçou apertado e depois deu espaço para meu pai – Quanto tempo sem te ver, minha amada

– E que trajes são esses? E o uniforme?

– Hoje é um dia especial – Lilian respondeu por mim – Então eles liberam roupas mais familiares

– Roupas de prostituta, você quis dizer – Papai voltou a franzir a testa e se afastou um passo – Vá trocar esses panos por algo mais apresentável. Não recebe o dinheiro que enviamos? Ou não pode ir fazer compras?

– Dá para usar a internet e fazer compras online – Mamãe disse.

– Eu gosto do que estou vestindo – Cruzo os braços.

– Não me lembro de ter te educado assim

– Bem, mas eu lembro. E não foram boas lições – Acuso – Se não me engano era sobre temer tudo e não gostar de nada

– Olha como fala com seu pai, Ariana

– Meu nome é Red, mãe – Corrijo – Quando um novato é marcado, pode escolher um novo nome e sobrenome. Faz parte do pacote de emancipação e tal

– Mas esse não foi o seu nome de batismo. E nem o que escolhemos seu pai e eu

– Sei que deve ser complicado para vocês – Lilian voltou a interferir – Mas essas são as leis dos vampiros e agora Red pertence a este grupo – Ela pisca para mim – Um grupo bem seletivo, aliás

– E quem é você? – Papai questionou.

Lilian usava a mesma calça jeans que eu, mas as semelhanças acabam aí. Seu coturno de couro preto reluzia de tão limpo e engraxado. Sua camiseta era folgada na parte de cima e quase a fazia mais masculina, num tom marinho lindo. E em vez de echarpe, ela usava um pano preto amarrado ao pescoço. Seus cabelos castanhos enrolados para trás, num coque firme e impecável.

– Lilian, ao seu dispor senhor Redfield – Ela ergueu a mão e meu pai a apertou por instinto, mas rapidamente a soltou – Sou a melhor amiga da sua filha

– Então pode colocar algum juízo na cabeça dela por nós? – Pediu – Ela insiste em não ir para casa, não responde seus primos e amigos! Todos sentem falta dela

– Mesmo? Nossa – Ela se vira para mim – Nem sabia que tinha primos

– E um namorado

– Namorado?

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