Capítulo 5

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(Minus Daike)

Tinham dividido a equipe para fazer um jogo de três contra três. Havia alguém de marcação comigo, evitando que os do meu time pudessem passar a bola.

Não deveria ter problema algum em desviar para algum lado e girar o corpo, num impulso rotativo do próprio centro de gravidade, criando uma forma única de esquiva que ninguém me alcançava até chegar no garrafão e então saltar para uma enterrada.

Eu teria feito tudo isso em cinco segundos.

Mas algo estava me perturbando desde a semana passada, quando assisti aquele maldito filme da Marie. E em nada tinha a ver com a doce garota que amava coisas de assustar.

Era a novata chamada Blume-Liebe!

Rosno de frustração, passando por meu marcador de qualquer jeito e ouço um xingamento antes que a bola voasse em minha direção. Ergo o braço como se fosse instintivo, quando estava com ela em minha posse, me tornava outra coisa, como uma pantera-negra na quadra e que a todos atacava.

Eu era veloz, incapaz de ser detido. Eu venceria! Não tinha dúvidas quanto a isso. Porém antes de entrar no garrafão dois garotos apareceram, meu time se espalhou demais e estavam na linha que eu deveria passar. Não tinha como mandar a bola para eles!

Mordo os lábios e salto reto, o máximo que conseguia ir para cima e com o braço direito posiciono a bola, com a esquerda miro e então ...

O apito soou como um grito estridente, a bola estava no ar em seu caminho meia lua. Não precisei prestar atenção para saber que acertaria sem nem tocar o aro.

E estava certo.

– Três pontos! Time A vence!!! – Gritou o técnico e encerrou a partida.

– Cinco a zero – Max assobiou, ele era do time C que enfrentaria o D e se ganhar depois iriamos jogar um contra o outro – Você tá empolgado hoje, hein?

– Na verdade estou desleixado – Corrijo – Deveria ter desviado e enterrado no final. Daria mais tempo de jogo para o time B

– Mas não mudaria o final, certo?

– Eles precisam jogar, não eu ...

– Você é mole demais – Max ri baixinho – Deixa eles se esforçarem mais. Qual o problema de um pouco de humilhação para fortalecer o desejo de vencer?

– Eles não ficariam com desejo de vencer

Olho para o time B, eram garotos que entraram no time de basquete acreditando que um bom esporte iria ser a passagem certa para se tornarem vampiros adultos, passando assim pela transformação. Mas dois dias atrás um novato morreu bem no meio do treino.

Eu e Max estávamos acostumados com aquela cena, simplesmente acontecia. De repente o que era uma tosse complicada se tornava sangue saindo da boca, olhos e orelha. E então o novato morria.

– O que quer dizer com isso?

– Que eles vão sair do time

– Então por que está choramingando por causa de um ponto?

– Porque ...

Mas o técnico chamou os jogadores para entrar na quadra e eu fui para o banco de madeira azul, e procuro minha bolsa que tinha uma garrafa de água.

O que eu dizia para Max, é que não queria que o jogo fosse rápido porque quem precisava treinar eram os garotos que ainda permaneceriam no time de basquete desta morada da noite. Eu poderia carregar o time nas costas, mas até eu teria problemas no futuro se agisse sozinho.

PerdoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora