(Adelaide)
Era o rio Arkansas, sem sombra de dúvidas! Arfo e acabo tossindo na tentativa de respirar, tinha acabado de ter uma visão tão realista que parecia estar ao lado da garota que se afogava. Quando volto a me erguer, vejo apenas meu reflexo ali no espelho e o estranho colar da bisa não reluzia mais com uma magia estranha.
Passo o indicador por sua superfície para sentir se algo acontecia, mas nada mudou, a pedra continuava fria ao toque e com uma aparência comum de uma bijuteria barata. Consigo controlar meu coração agitado e tento pensar nas coisas que eu vi durante a visão.
Era uma garota humana que se afogava em águas escuras, tinha visto uma ponte um pouco distante e lá haviam pessoas aparentemente gritando, não tinha sinais de bombeiros ou a polícia. Foi um acidente? Mas se foi um acidente por quê ela estava tão longe da ponte? Pulou? Tentativa de suicídio?
O mais importante era: Qual ponte aconteceria isso? E se seria hoje, qual o horário? Não tinha nada em minha visão que respondesse as coisas!
– Ainda por cima é uma estranha que não tem nada a ver comigo – Suspiro.
É, é melhor deixar isso de lado. As pessoas morriam o tempo todo e eu não era uma heroína que poderia salvar o mundo, era uma adolescente como qualquer um sem responsabilidades além de estudar, comer bem e tentar passar pela transformação em vampira nos próximos quatro anos.
Foi neste momento que Blume-Liebe apareceu no quarto, ela vestia roupas que um mendigo usaria e me olhou com surpresa antes de dar um sorriso.
– Oh, desculpa! Você estava prestes a ir dormir?
– Bem-vinda de volta
– Obrigada
Ela fecha a porta atrás de si, vejo como mecanicamente segue para o guarda-roupa, pega uma troca e toalha limpa e vai para o banheiro. Deito na cama, mas sem conseguir dormir. Fico mirando o teto enquanto ouvia o barulho do chuveiro, o vento que batia casualmente na janela, uma canção baixinha e vozes mais distantes em algum lugar no corredor do dormitório. Meus sentidos estavam ficando mais aguçados e se eu prestasse um pouco mais de atenção poderia ouvir mais claramente as coisas.
Se eu prestasse um pouco mais de atenção.
O pensamento não passou despercebido por mim, abro a boca e volto a fechar. Estava impossível me tranquilizar.
Não percebo que o banho de Blume acabou até que a vejo saindo do banheiro já usando um pijama simples preto e secando os cabelos na toalha. Ela senta na beirada da cama e olha para mim, viro a cabeça para encontrar seu olhar.
– Eu não disse obrigada para você – Diz – Obrigada por ter se preocupado comigo
– É o que colegas de quarto fazem, certo?
– Bom, você não parecia feliz em me ter ao seu lado
– É um péssimo hábito meu ser mais reclusa – Falo com amargor – Mas não significa que não queira me enturmar, sabe?
– Gostaria de ser sua amiga também, se quiser, claro
– Eu gostaria muito – Esboço um sorriso tímido.
– Que bom! Eu também! Digo, eu quero ser sua amiga – Ela dá um risinho nervoso – Que bom!
– O que aconteceu com você?
Pergunto de repente e vejo como ela foi afetada pela surpresa, os olhos verdes ficaram perplexos, depois relaxou e parecia procurar dizer as coisas de algum jeito, meio confusa também. Eu gostava de ver as expressões das pessoas. Aprendi a ler suas faces enquanto conversava e em troca percebi que minha própria expressão ficava ... congelada.
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Perdoada
FanfictionBlume-Liebe não teve uma família muito amorosa, perdeu seu único parente que a amava e para completar sua vida, foi Marcada pelo rastreador Erik Night no dia do velório de seu querido avô. Agora tudo mudou e ela se viu na Morada da Noite de Tulsa, c...