Capítulo 37

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(Blume)

Meu corpo estava tremendo, sigo me apoiando nas paredes de pedras frias e caminho o mais rápido que conseguia. Estava vendo tudo embaçado, sabia que Adelaide estava na vantagem porque conseguiu me adormecer por um tempo que desconhecia.

Por favor! Que não seja tarde! Que Nisroc fique bem!

O corredor parecia maior e não tinha firmeza nas pernas, estava mais tateando o caminho do que realmente vendo qualquer coisa. A iluminação das luminárias a gás era suave, uma promessa de luz delicada e simples para os vampiros acostumados com a noite e sua escuridão.

Me apoio em uma janela com seus batentes de madeira escura, uma sensação cálida que me dava forças para prosseguir. Estava quase alcançando um arco que levava para os jardins quando alguém entrou no meu campo de visão.

Era o professor Damien com uma expressão de preocupação e cabelos agitados. Mas logo em seguida sinto um aroma maravilhoso e um vento suave percorrer meu rosto, seu poder rodopiava ao seu redor e criava uma aura amarela como um precioso brilho de aurora.

– Blume-Liebe! Você está aqui! – Ele me segurou num piscar de olhos quando vacilei – Você deveria estar descansando na enfermaria e ...

– Adelaide! – Corto o professor – A Adelaide quer fazer mal ao Nisroc!

– Compreendo sua agitação, Blume-Liebe – Ele suspirou e olhou para os lados – Você consegue voltar para a enfermaria? E se puder tranque a porta. Sinto atividades sinistras rondando a Morada da Noite e nosso ritual foi interrompido

– O ritual do círculo de Zoey Redbird? – Estava confusa – Como isso é possível?

– Provavelmente Adelaide não é o grande problema por aqui

Foi uma resposta assustadora e engoli a seco ao encarar o vampiro diante de mim. Adelaide ia matar Nisroc e algo ainda pior estava acontecendo? Mas o que? Que tipo de mal poderia colocar aquele tipo de expressão no rosto de do professor Damien?

– Obedeça, por favor. Volte para a enfermaria e se proteja

– Não posso – Falo de repente – Não posso deixar Nisroc, eu ... – Gaguejo, me esforçando para encontrar as palavras certas – Eu estou carimbada com ele! Sinto que ele corre perigo! Por favor, não me impeça

O professor Damien me encarou com sofrimento nos olhos e assentiu em derrota, mas me pediu para jurar que não sairia de seu lado e se fosse necessário deveria fugir. Eu aceitei relutantemente, mas isso deve ter sido o bastante porque me ajudou a seguir para os jardins. Sentia que algo estava me puxando naquela direção e estava segurando no braço do professor e caminhando o mais depressa possível.

Se fosse apenas os remédios de Adelaide já teria me recuperado, os vampiros têm uma resistência maior que os humanos e até os novatos tem habilidades melhores para resistir. Mas havia o fato de que eu usei a pedra e fui para o plano espiritual, queria muito contar isso para o professor, mas não era o momento certo. Precisava me apressar e ir atrás de Nisroc e Adelaide.

Quando pegamos o caminho principal da trilha nos esbarramos com um guerreiro ruivo que reconheci na hora:

– Karsein Phyrus! – Acabo exclamando.

– Professor Damien – Ele fez uma mensura rápida e me ignorou, parecia mais pálido que o normal e disse apressadamente – Uma novata seguiu para a ala dos guerreiros – Ele puxa da cintura uma arma e fico aliviada em ver aquilo – Estava carregada, com apenas uma trava. Pelo jeito, ela estava prestes a matar alguém com isto

– Reconheceu a novata, guerreiro?

– Sim, se chama Adelaide Martim – Ele finalmente me encara – Acredito que você saiba de alguma coisa a respeito, correto?

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