Perdoada

Capítulo 32

(Blume)

O Raven Mockers que me sequestrou se chamava Toh e era quem mais se importava com Nisroc, acordei ouvindo seu sibilar em uma conversa que mais parecia uma discussão. O líder dos Meninos Corvos praticamente gritava o quão burro foi seu irmão em me trazer ao novo covil deles e que agora os vampiros iriam aparecer em breve.

Acabei fazendo um movimento involuntário e em seguida um toque suave de penas em meu rosto me obrigou a abrir os olhos. Nisroc tinha os olhos vermelhos iguais aos de Toh, mas era um carinho ali que só ele tinha. Abri a boca mas logo em seguida comecei a tossir e a cobri com a mão.

– Calma, Blume – Nisroc me ergueu para se sentar em minha cabeceira e usar seu corpo para apoiar o meu, minha cabeça tomba em seu ombro macio – A droga que ele injetou em você ainda está fazendo efeito

– D- Droga?

– Um analgésiiiiiiiicoooooo – Grunhia Toh.

Ergo o olhar e percebo que estava em um outro ambiente mesmo, não era nada como um galpão abandonado. Era algo como uma ruína de algum lugar grande ... As janelas quebradas tinham vidros coloridos se misturando com tábuas presas, um teto abobadado que seguia para os lados como um gigantesco corredor e vejo trilhos na minha frente, estava acima deles em uma plataforma abandonada. Talvez parte da antiga e abandonada estação de trem.

Parecia ser ainda de manhã, então não deveria ter passado mais de uma hora desde meu encontro com o tal de Toh, consegui ver que outros Raven Mockers tinham se juntado ao nosso redor além de Nisroc e ele, deveria ter uns dez mais ou menos.

– Nis ... Cof cof

– Calma, Blume ... Eu vou explicar tudo, mas você precisa ficar quietinha, tá?

– Sim ...

– Toh é meu irmão mais novo, como todos aqui – Ele aponta com o bico para nossa frente – Eu não sabia que ele tinha planejado te sequestrar! Acredite em mim e -

– Confio – Cortei Nisroc, já o conhecendo sabia que ele não pararia de falar sobre isto – Onde estamos? – Tento perguntar baixinho, testando até onde podia ir com minha garganta seca.

– Em uma parte abandonada da Estação de Trem de Tulsa – Respondeu – Os vampiros vermelhos ficaram mais acomodados com as instalações centrais e está é a ponta do lugar, quase não tem acesso e é excluída do prédio principal. Deve ser algum balcão para cargas, não de passageiros ...

– Entendi

– Vou pensar em como te levar de volta para a Morada da Noite, tá?

– Maaaaassssss irrmãoooooo! – Toh protestou, avançando uns passos para frente e arriscando a ira de Nisroc – Elaaaaa é o queeeee você queeeerrrrr! Devoooolver? Nãooooo!

Sem aquele estranho poder que Toh usou para se disfarçar de Marie, sua habilidade com a fala regrediu como a de Nisroc sem me tocar. Era um som que puxava cada palavra, quase como se tivesse dificuldade para se comunicar como nós.

– Você é quem não entendeu, irmão – Nisroc rosna e isso faz seu seu irmão recuar – Ela vai atrair outros vampiros e eles vão nos matar! É isso que quer? Condenar a todos nós?

– D- Desculpa – Falo e acabo tossindo.

– Busque água! Agora!!!

Nisroc ordenou e quase todos os Raven Mockers voaram para direções diferentes em busca de água para mim. Quase sinto pena por eles, se não fosse pelo sequestro orquestrado por Toh.

– Vou te levar de volta – Ele reitera.

– Eu sei – Esboço um sorriso.

Pisco algumas vezes, ainda estava tão cansada sem saber o motivo ... Ah, agora eu lembrava de algo bem vago ... Uma agulha injetando algo em mim e depois minha mente ficou confusa. E também teve o breve sonho e a visita da deusa. Mas justamente agora eu não conseguia me recordar de coisas importantes, mesmo sentindo que precisava.