Capítulo 21

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(Blume)

Desta vez eu tive que fugir da Morada da Noite em vez de ser levada para fora como uma sonâmbula, Adelaide não confiava em ninguém e estava se abrindo comigo ao ponto de me pedir ajuda para salvar uma garota humana. Era apenas questão de escapar sem ser pega e voltar o mais rápido possível para assistir as aulas.

Parecia fácil, certo? Porém lá fora ainda estava para amanhecer, logo ainda havia adolescentes andando por aí e conversando. Também tinha os Filhos de Erebus protegendo o campus. Isso sem pensar nos professores que eram especiais e poderiam "ouvir" nossos pensamentos.

Fiquei surpresa quando soube por Red numa das tantas conversas no refeitório, que os vamps adultos tinham uma espécie de poder, que nem deveria ser considerado dom da deusa por muitos possuírem isso.

"– Isso quer dizer que no futuro podemos também ter? – Tinha perguntado.

Não exatamente, é algo que dá para treinar sabe? Como um sexto sentido por assim dizer

Além disso, não é como se eles pudessem ouvir cada palavrinha de nossa cabeça – Comentou Minus também – É mais como se estivessem compreendendo nossas intenções. Imagina numa prova e alguém quer colar, entende? Eles vão perceber isso

Não subestime os vampiros adultos, Blume – Dizia Red com um sorriso torto – E se for aprontar, pense em outras besteiras em vez dos seus planos. Talvez funcione porque nem sempre eles estão caçando adolescentes encrenqueiros".

Tinha explicado isso para Adelaide, mas ela era uma recém chegada daqui e eu uma novata ainda! Não sabia de tudo que um vampiro adulto poderia ser capaz de fazer, nem o quanto eram poderosos, apenas tinha uma vaga ideia e nem era bem formada.

Nos vestimos da melhor forma possível, para poder sair e nos misturar aos humanos que deveriam sair das baladas a qualquer instante. Estava com meu jeans preferido, num tom de roxo que desbotava nos joelhos e delineava minhas pernas, cintura alta e cheio de botões em forma de rosas. Uma camiseta larga preta, porém era curta e com mangas que cobriam apenas os ombros. Botas sem salto para poder correr confortavelmente e nenhum acessório.

Já Adelaide estava com um vestido tubinho preto e básico, com alças nos ombros e colocou um sobretudo pesado, mesmo sabendo que não sentiria frio. Mesmo que nossa intenção seja correr, ela usava um salto alto agulha e olhei com certa reprovação para o estilo de roupa que usava.

– O que?

– Como você vai correr desse jeito?

– Como? Eu não vou, ué – Ela me olha horrorizada – Vou pedir um carro para nós do aplicativo de táxi

– Ah

– Ainda temos tempo ... Mas precisamos ir logo, certo? Como vamos sair do campus?

– O muro leste – Dou um sorrisinho.

– O mesmo que você usou para sair noite passada?

– É

– E não vai estar protegido? Tipo, você acabou de sair por ele

– Tem razão ...

– Pode estar vigiado – Ela reitera mais uma vez.

– Tá – Cruzo os braços – Então como vamos sair?

– Você é a experiente em fugas – Adelaide suspira – Não tem outras passagens secretas por aqui? Que? Adolescentes sempre tem o plano A e o plano B

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