(Adelaide)
Quando vi Blume nas escadas, não podia acreditar nos meus olhos. A visão da minha melhor amiga era sobrenatural, seus cabelos sempre negros brilhavam com uma aura dourada e serpenteavam pelo ar ao seu redor como se Medusa pudesse ressurgir neste mundo, porém suas madeixas permaneciam como fios em vez de perigosas cobras.
Sua lua crescente mudou de cor. Não era o tom de safira como os novatos comuns ou vermelho como os outros novos vampiros. Era de uma cor amarela tão clara que também brilhava como luz e até seu corpo pálido ganhava brilho e novos tons.
Dentro da minha cabeça se berrava informações, que Blume era Hemera e que era uma deusa. Isso me deixou confusa e não fazia nenhum sentido. De onde vinha essa voz brutal e, como antes, estava tão próxima de mim? Só conseguia sentir sede de morte, apesar de ter esfaqueado Nisroc em seu coração com uma facilidade que deveria ter me assustado. E em vez disso, apenas me senti inebriada pelo sacrifício.
Esse ser gritava coisas usando minha boca, movendo meu corpo como se eu fosse uma marionete e ele meu títere.
– Vou salvar você também – Blume disse – Confie em mim
Num brusco movimento sou enviada para frente, minha faca se choca contra um brilhante cetro dourado. O cristal feito de luz solar na ponta reluziu mais forte contra mim, senti uma dor semelhante a receber choque elétrico e meus dedos se abrem involuntariamente, fazendo a adaga negra cair no chão e se desfazer em fumaça e filamentos de trevas.
Minha boca urra um som cheio de ódio e sinto o poder inundando de dentro para fora, minhas mãos se tornam escuras e meu corpo é tomado por sombras. Sinto sua força me transformar e no canto de olho vejo uma sombra estranha, parecia esbranquiçada e no formato de um touro enorme com longos e curvos chifres.
Novamente avanço contra Blume, que desvia diante do embate e gira seu cetro como se soubesse lutar com ele desde sempre. Ela parecia imbatível como uma deusa da guerra. Seu cristal dourado é apontado em minha direção e uma nova onda de luz e choque se formam contra mim. Meu corpo não aguentava isso e grito de dor, misturando minha voz ao da criatura que me controlava.
Dou alguns passos por conta própria, ainda meio desnorteada de tudo aquilo. O que estava acontecendo? Quem estava me controlando? Eu deveria ter medo, mas sinto que estava me potencializando e seu poder me era como água diante da sede.
Eu queria tomar o controle dele. Queria seu poder para mim. Mas ao mesmo tempo não queria machucar minha melhor amiga.
– B- Blume ... Cuidado ... Ela, o touro branco ...
Fico surpresa em ouvir a voz de Nisroc. O Raven Mockers estava se curando e mais rápido do que imaginava e estava se levantando! Mas como? Eu o feri mortalmente no coração!
Não, minha doce e nova impiedosa. Dizia a voz de antes. Você acertou o centro da criatura, mas falhou em alcançar seu coração por completo. A magia do sangue imortal salvou o Raven Mockers de você.
– Maldito – Rosno.
O controle daquele ser estava diminuindo ao ponto de me dar a liberdade, se tornando um mero sussurro de diversão, como um espectador diante de uma peça de teatro.
Ergo a palma da mão e dali ressurge uma nova adaga de trevas. Apesar de controlar meu corpo novamente, ainda tinha tanta sede de sangue e de morte.
– Adelaide? – Blume me fez voltar a realidade – Eu consegui enfraquecer o touro branco, mas você precisa abdicar dos poderes das trevas que ele colocou no seu corpo
– Me desfazer disso? – Miro a adaga que parecia um metal negro e mortal – Mas se ele continuar vivo, você vai se sacrificar por ele ...
– Me escute, Adelaide. Já é tarde demais, não vou sobreviver mais tempo e ...
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Perdoada
ФанфикBlume-Liebe não teve uma família muito amorosa, perdeu seu único parente que a amava e para completar sua vida, foi Marcada pelo rastreador Erik Night no dia do velório de seu querido avô. Agora tudo mudou e ela se viu na Morada da Noite de Tulsa, c...