Perdoada

Capítulo 6

(Red)

O sábado estava tedioso, como sempre.

Era o pior dia da semana para mim, pois nada acontecia de verdade. Vamos ser sinceros, como um novato saia na calada da noite para algum lugar no centro de Tulsa?

Tudo bem que havia uma maquiagem para cobrir as tatuagens, mas conseguir uma permissão para sair com seus amigos era ... complicada. Ainda mais para os tipos de planos que seriam bem legais.

– Ei, Red – Lilian estava no sofá da sala compartilhada – Por que está com essa cara?

Estava olhando pela janela, vendo o entardecer e tão surpresa por ter encontrado Lilian ali lendo uma revista de modas, que nem parei para perguntar o motivo da novata vermelha estar acordada ainda tão cedo. Apesar de todo o gênio ruim, era uma garota linda com os cabelos castanhos cheios de belas ondas que cobriam pescoço fino e as costas.

– Não é nada – Respondo depois de um tempo – Estou entediada

– Eu entendo

E a conversa morreu assim, com a garota se voltando para a página de sua revista, mirando os vestidos que em nada favoreciam. Era como um catálogo horrível e sem qualquer charme.

– Por que você não procura algo para comprar pela internet? – Acabo falando – Sabe, tem muitos sites agora que podem entregar aqui na morada da noite ou podemos ...

– Sair? – Seus olhos brilharam ao mirar os meus.

– É, eu queria sair sim

– Não seria uma má ideia

– Se desse para sair sem que soubessem ...

O sorrisinho rápido de Lilian se abriu e ela jogou de canto a revista, se levantou e foi até o meu lado na janela para segregar.

– Pois existe! Vá se trocar e traga um pouco daquele creme de base para cobrir as tatuagens!

– Mesmo? Vamos sair?

– Sim!

E sem mais nada, ambas corremos para fora dali e ir direto para o dormitório feminino nos trocar.

Em tempo recorde estávamos no muro leste que foi reformado, havia boatos horríveis sobre aquele lugar, como muitas mortes de vamps, novatos e outras coisas pavorosas que os alunos começaram a espalhar para os outros que chegaram depois. Criando uma corrente de superstições fantasmagóricas.

Estava toda arrepiada de medo, imaginando uma sombra saltando por detrás de uma árvore, quando de repente Lilian a minha frente parou e esbarrei em suas costas.

– Ai – Ela reclamou.

– Desculpa

Olho em volta novamente, meu salto agulha afundava na grama então precisava de toda minha capacidade de mulher moderna para permanecer em pé. Já Lilian estava com botas de cano longo com um salto plataforma menor, então ela deslizava pelo lugar como se estivesse nas nuvens.

– Ali! – Ela aponta alegre para depois de um carvalho destruído – Colocaram uma corda bem ali

– Nossa ...

Eu não fazia ideia de como nem quem, mas estava uma corda trançada, com alguns nós para ajudar a quem subir de se manter acima do solo. Mas isso acabaria com minhas unhas! Pela minha cara, Lilian viu e deu risada antes de me dar as costas e começar sua subida.

– Arght

Mesmo sob protesto, sigo a ousada garota que parecia bem à vontade, como um gato selvagem, a saltar para fora dos muros da escola.